Prestes a ganhar nova continuação, a franquia de games RPG teve altos e baixos durante três décadas, porém nunca deixou de inovar.
Normalmente, quando se fala em nostalgia no mundo dos games as pessoas recordam de Mário, Sonic, Donkey Kong e quem sabe até Zelda. No entanto, existe uma franquia concebida em 1987 que mesmo não sendo popularizada no ocidente, foi e ainda é muito forte. Uma franquia com altos e baixos em quase três décadas de história e que mesmo não possuindo um segmento alternativo, sem protagonistas fixos, ainda mantém o hype para cada novo lançamento. Estamos falando de Final Fantasy.
A série que recebeu o nome como referência ao fim de uma era de criação, de uma carreira e até mesmo de uma produtora e que acabou ironicamente causando o efeito contrário pelo sucesso e aceitação em um mercado que já se tornava competitivo, caminhou corajosamente na criação e inovação de conceitos para o gênero RPG. Os modos de batalha, os personagens carismáticos e narrativa ampla se tornaram a base para diversos segmentos amplamente explorados ao longo do tempo.
Pessoalmente, sempre fui fã de tramas elaboradas. Desde a infância buscava tanto em livros, animações como em games algo que me prendesse, que me fizesse seguir em frente na proposta e com Final Fantasy e um bom dicionário de inglês do lado isso foi possível. Desde a era 8 bit até a nova geração, é inegável a tentativa (que nem sempre dá certo) de surpreender oferecida pela série, seja em jogabilidade, mundo e tramas e todos os outros quesitos que alguém pode imaginar como necessário em um jogo de videogame.
A abordagem de temas fortes e impactantes, como problemas ambientais, exploração do planeta, crises existenciais e romances que fogem do clichê somado aos mais diversos assuntos como a hipótese de gaia, genética, viagem temporal e espiritualidade tornam a experiência de jogar um Final Fantasy tão única quanto a de ler um bom livro ou assistir a sua série favorita.
Diálogos que instigam reflexões até em adultos, belezas gráficas atualizadas e variadas entre as obras da franquia, cenas marcantes na história dos games como a morte de Aerith em Final Fantasy VII, trilha sonora impecável e tantos outros fatos deveriam tornar obrigatória a presença de um jogo da franquia na sua lista de jogos favoritos.
O maior motivo de isso não ser uma realidade até mesmo no Brasil (que agora conta com dublagens e/ou legendas na maioria dos games) é o fato de que o último game inquestionável em sua proposta foi Final Fantasy X (lançado para Playstation 2 em 2001). Após o décimo game da série (fora spin-offs), a sequência com games onlines, um Final Fantasy XII teoricamente raso (apesar de muitos, inclusive eu, aprovarem) e até mesmo um jogo linear e sem exploração na linha principal fizeram com que a raiz de grandes RPGs fosse ofuscada por novos games que ocupavam muito bem as possibilidades das novas gerações, tornando-se coadjuvante onde deveria ser protagonista.
Agora, em 2016, próximo dos 29 anos de sua história, os fãs depositam sua confiança e os novos possíveis jogadores dão uma chance para o tão aguardado Final Fantasy XV. Será esse o seu renascimento?