Documentário e curta brasileiros são premiados no Festival de Cannes 2016

‘Cinema Novo’ e ‘A Moça Que Dançou Com o Diabo’ trouxeram prêmios para o Brasil, enquanto os cineastas Ken Loach e Xavier Dolan conquistaram, respectivamente, a Palma de Ouro e o Grand Prix.

A Moça Que Dançou Com O Diabo, de João Paulo Miranda Maria (Divulgação)
A Moça Que Dançou Com O Diabo (Divulgação)

A 69ª edição do prestigiado Festival de Cannes anunciou seus vencedores neste domingo (22) e duas obras brasileiras saíram vencedoras. A primeira deles foi o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, que venceu na categoria Olho de Ouro, dedicado ao melhor documentário do festival. O longa documental concorreu contra outros 16 títulos de sete países. O segundo brasileiro a levar um título pra casa foi o curta-metragem A Moça Que Dançou Com O Diabo, de João Paulo Miranda Maria, recebeu um troféu especial de menção honrosa, apesar de não ter levado o prêmio de melhor curta-metragem do festival.

Há oito anos um filme brasileiro falado em português não concorria no Festival de Cannes. O último a concorrer foi Linha de Passe, de Walter Salles, em 2008.

Com júri presidido pelo cineasta George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria), Os grandes vencedores foram os longas-metragens I, Daniel Blake e Juste La Fin Du Monde. O primeiro rendeu pela segunda vez o troféu da Palma de Ouro para o diretor britânico Ken Loach. O longa foi o mais bem recebido ao longo do festival, o que não chegou a ser uma surpresa. Já o segundo, do diretor quebequense Xavier Dolan, recebeu o prêmio Grande Prix (de melhor filme), apesar das críticas negativas da imprensa especializada e as vaias que recebeu em sua exibição no festival francês. Com o troféu, a filmografia de Dolan já coleciona sete prêmios em Cannes ao longo de sua carreira. O diretor tem apenas 27 anos.

Ken Loach celebra a conquista da Palma de Ouro (Valery Hache/AFP/Getty Images)
Ken Loach celebra a conquista da Palma de Ouro (Valery Hache/AFP/Getty Images)

O aclamado longa-metragem brasileiro Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, acabou saindo do festival de mãos vazias. Sônia Braga, uma das favoritas para o prêmio de melhor atriz, acabou perdendo o troféu para a filipina Jaclyn Jose, por sua atuação em Ma’Rose. Outros considerados favoritos na categoria de atuação eram Shia LaBeouf (American Honey) e Adam Driver (Paterson), que perderam para o ator iraniano Shahab Hosseini (Forushande).

O prêmio de direção acabou com dois ganhadores, num empate inesperado. O romeno Cristian Mungiu (Bacalaureat) e o francês Olivier Assayas (Personal Shopper) foram os vencedores na categoria.

Confira a lista dos vencedores da premiação abaixo. Para mais detalhes do festival, clique aqui.

Juste La Fin Du Monde, Xavier Dolan
Juste La Fin Du Monde (Shayne Laverdière/ Sons of Manual)


Palma de Ouro (Palm D’or)

Ken Loach – I, Daniel Blake

Grand Prix (melhor filme)
Juste La Fin Du Monde (It’s Only the End of the World), de Xavier Dolan

Melhor Diretor
Cristian Mungiu – Bacalaureat (Graduation)
Olivier Assayas – Personal Shopper

Melhor Roteiro
Asghar Farhadi – Forushande (The Salesman)

Prêmio do Júri
American Honey, de Andrea Arnold

Melhor Atriz
Jaclyn Jose – Ma’Rosa

Melhor Ator
Shahab Hosseini – Forushande (The Salesman)

Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem
Timecode, de Juanjo Gimenez

Menção Honrosa para Curta-Metragem
A Moça Que Dançou Com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria

Prêmio Olho de Ouro
Cinema Novo, de Eryk Rocha

Mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regard)

Prêmio Um Certo Olhar
Hymylevä Mies (The Happiest Day in the Life of Olli Mäki), de Juho Kuosmanen

Prêmio do Júri – Um Certo Olhar
Fuchi Ni Tatsu (Harmonium), de Kôji Fukada

Melhor Diretor – Um Certo Olhar
Matt Ross – Captain Fantastic

Melhor Roteiro – Um Certo Olhar
Desphine Coulin, Muriel Coulin – Voir Du Pays (The Stopover)

Prêmio Especial – Um Certo Olhar
A Tartaruga Vermelha, de Michael Dudok de Wit

Por Rodrigo Ramos

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