Em cartaz até 29 de abril, a exposição desconstrói atos da peça de William Shakespeare.
As cortinas se abrem, a peça começa, termina, o público aplaude e vai embora. Mas e depois? Ou antes? Ou mesmo: o que acontece com uma peça de teatro que não aconteceu? Essa é a provocação que traz Ex-Hamlet, exposição do artista Osmar Domingos, que desconstrói atos da peça de William Shakespeare.
O que resta de uma peça de teatro que nem chegou a estrear? Cinco atores de si mesmos, o Fantasma do Pai, Rei Cláudio e Rainha Gertrudes, Ofélia e Hamlet apresentariam o grandioso espetáculo, “Hamlet, o Príncipe da Dinamarca”, mas desistem da peça na estreia. Assim o artista Osmar Domingos passa a apresentar o que teria acontecido na peça e o que aconteceu depois dela com a exposição Ex-Hamlet, que teve sua abertura nesta terça-feira (5), na Casa de Cultura Dide Brandão em Itajaí. A visitação segue aberta a comunidade, gratuitamente, até o dia 29 de abril, das 9h às 22h.
Programação
No dia 5 de abril, o público experimenta o fim da peça, quando os atores saem de cena antes da estreia. Depois, o ambiente na galeria se modifica para contemplar um ato diferente da peça. De 6 a 8 de abril, o ato um: “Fantasma do Pai”. De 11 a 15 de abril, o segundo ato: “Rei Cláudio e Rainha Gertrudes jantam”. Do dia 15 ao dia 22 de abril, o ato três: “Ofélia cai ou Ophelia’s fall”. E na última semana, de 22 a 29 de abril, o ato quarto e último ato: “Hamlet de castigo”.
Ao longo da exposição, haverá outras atrações. No dia 6 de abril, apresentação da performance “Fantasma #04” na rua Hercílio Luz, em frente a Casa de Cultura, às 18h. No 11 de abril, às 19h, lançamento do roteiro da exposição com conversa com o artista. No dia 18 de abril, também às 19h, haverá o lançamento da obra-publicação “Fantasma”. E nos dias 25, 26 e 27 de abril, acontece a oficina “Composição de um estado performativo”.
O Artista
Osmar Domingos, integrante do grupo de teatro Coletivo Sem Título, trabalha entre as linguagens teatrais e artes visuais e gosta de compor obras que desconstroem a ideia de espetáculo, de obra pronta que serve acima de tudo para impressionar o espectador pela precisão, segundo ele “as demandas cotidianas por excelências e perfeições nos causam ansiedade o suficiente para que eu queira confrontar o público com belos trabalhos excelentes. Me interessa explorar as frustrações que resultam dessas demandas e apresentar ao público espetáculos que não dão certo, roteiros, ensaios do que poderia ter sido um espetáculo mas se negou”.
A exposição Ex-Hamlet acontece na Casa da Cultura Dide Brandão, situada na Rua Hercílio Luz, 655, no Centro de Itajaí.
Por Ruca Souza
Deprimente. É triste ver no que a arte se transformou com essa nova geração de pessoas de ego inflado que se julgam artistas apesar de não ter talento algum.