Assistimos aos 16 longas-metragens do estúdio e comentamos sobre todos eles.
Nesta quinta-feira (30), chega aos cinemas brasileiros Procurando Dory, o 17º longa-metragem do estúdio Pixar. Aproveitando o embalo do retorno do estúdio aos cinemas, o Previamente passou por uma maratona com os 16 filmes e avaliou um por um, formando a lista que você confere abaixo, começando da pior à sua melhor obra.
16. Carros 2 (Cars 2, 2011)
Direção: John Lasseter, Brad Lewis
Este é, disparado, o pior filme do estúdio, e também a pior franquia da Pixar. A bilheteria do primeiro foi bem, mas não foi um estouro. Entretanto, a justificativa para uma continuação é bem clara – vender produtos licenciados. A Disney/Pixar ganhou muito dinheiro com a venda de brinquedos, cadernos, canecas, etc. Com um novo filme, mais personagens são inseridos, assim mais produtos são lançados e o lucro cresce. Mate toma o lugar de McQueen como protagonista do longa, o que não favorece para construir um filme melhor. Para o público infantil ele funciona excelentemente, mas não para a família toda, faltando emoção e criatividade.
15. O Bom Dinossauro (The Good Dinosaur, 2015)
Direção: Peter Sohn
Se tem algo a ser exaltado em O Bom Dinossauro é o êxito visual, que prova que a Pixar está num patamar acima dos seus concorrentes. Infelizmente, o estúdio, que no mesmo ano entregou um de suas melhores obras (Divertida Mente), conseguiu também entregar, meses depois, um dos piores longas de seu catálogo. Sim, dá pra quase sentir o cheiro da grama e acreditar que estão filmando a animação num cenário real, mas isso é o mais próximo de algo verdadeiro. Diferente do que costumeiramente faz, o estúdio trata o público como se fosse formado somente por crianças de cinco anos. A narrativa é infantilizada, com desenvolvimento raso, personagens ruins (especialmente os coadjuvantes) e piadas bobas, fazendo Minions (quase) parecer um filme inteligente. Se havia boas intenções, elas desaparecem rapidamente em O Bom Dinossauro. Se visualmente é fantástico, o roteiro é o oposto disso, não havendo alma no projeto.
14. Vida de Inseto (A Bug’s Life, 1998)
Direção: John Lasseter, Andrew Stanton
O segundo filme da Pixar não seguiu a qualidade suprema de Toy Story, mas ainda assim foi importante para dar continuidade ao estúdio. A trama segue a vida de um formigueiro, cada um com a sua designação. Mas é claro que nem todos querem seguir isso e nem são compatíveis com suas funções. Flik, o protagonista, não quer ser mais um mero operário. Ele entra em altas confusões e coloca seus colegas em perigo, precisando da ajuda de outros insetos. O filme critica a padronização da sociedade e fala também sobre aceitar o diferente, o que ainda hoje é uma pauta válida.
13. Carros (Cars, 2006)
Direção: John Lasseter, Joe Ranft
Esse filme faz uma analogia entre pessoas e carros; na verdade, os carros fazem tudo o que fazemos, incluindo as burrices e a falta de educação com os outros. Relâmpago McQueen está começando a carreira nas corridas, e na sua primeira temporada da Copa Pistão ele já pretende vencer para realizar o sonho de trabalhar com a Dinoco, melhor e principal marca da corrida.
Acontece que o desejo pela vitória acaba atrapalhando Relâmpago, que pensa que pode se virar sozinho na competição sem uma equipe, e na ultima volta da corrida, prestes a vencer, ele acaba com os dois pneus traseiros estourados e gera um empate com o Rei e Chicks. A corrida para desempatar será na Califórnia, e McQueen quer chegar o quanto antes no local. Sem paradas para descanso, Mack, o caminhão que está o levando para lá, acaba dormindo na estrada e McQueen fica para trás e vai parar em uma cidadela de poucos habitantes e nenhum turista, chamada Radiator Springs. Lá ele conhece carros mais antigos e humildes, acaba destruindo a rua principal da cidade e é obrigado a reconstruí-la. Ele aprende na marra o que é companheirismo e acaba simpatizando com os habitantes.
12. Universidade Monstros (Monsters University, 2013)
Direção: Dan Scanlon
Muitas continuações não chegam aos pés do filme original, ou em alguns casos acabam diminuindo o legado da franquia. Felizmente, isso não é o que acontece aqui. Na verdade, Universidade Monstros não pode ser chamado de continuação, podendo ser denominado como prelúdio. O longa vai a fundo na vida de Sulley e Mike em sua época de faculdade, com um roteiro bem amarrado e nada óbvio. Chama a atenção o fato de uma animação conseguir mexer em temas delicados como o bullying. Todo o enredo é bem eficaz e funciona perfeitamente como uma boa história de origem.
11. Valente (Brave, 2012)
Direção: Mark Andrews, Brenda Chapman, Steve Purcell
Valente mostrou como o estúdio evoluiu em termos técnicos (o cenário baseado na Escócia e todos os seus detalhes, os humanos e o mais impressionante, o cabelo todo cacheado da protagonista), mas a narrativa é um pouco mais simples do que os grandes sucessos do estúdio. Ainda assim, há coisas boas ali. É a primeira vez que a Disney traz uma princesa independente, que não quer casar, o que causa uma quebra de esteriótipos. O mais bacana aqui é mesmo a relação entre a princesa Merida e sua mãe, a rainha Elinor. O desfecho é mais do que previsível, mas o roteiro consegue injetar uma boa dose de emoção na reta final.
10. Toy Story 2 (1999)
Direção: John Lasseter, Ash Brannon, Lee Unkrich
Em Toy Story 2, Woody vai salvar um companheiro que, por engano, foi parar no bazar de brinquedos. Mas o caubói acaba sendo levado por um colecionador, e Woody descobre sua história. Ele era um famoso personagem de desenho há algumas décadas, e encontra os colegas do desenho na casa desse colecionador. Todos os brinquedos vão ser enviados para o Japão. Enquanto isso, Buzz Lightyear planeja salvar o caubói com a ajuda dos outros brinquedos. Woody passa por uma breve crise existencial, mas o patrulheiro espacial consegue salvá-lo a tempo de ser enviado para o outro lado do mundo, e é claro que os novos companheiros de Woody, vão junto com ele, para o verdadeiro lar de Woody e Buzz.
9. Monstros S.A. (Monsters Inc., 2001)
Direção: Pete Docter, David Silverman, Lee Unkrich
Se tem uma coisa que criança tem medo é de bicho papão. Mas o que ninguém sabia é que existe uma fábrica em um universo paralelo, onde os operários são os monstros dos sonhos e sua função é aparecer para as crianças no meio da noite e assustá-las. Cada susto gera energia, e quanto maior o susto, mais energia. Sem essa energia a fábrica não funciona. Sully é conhecido por ser o pior monstro. Ele é um bicho enorme de pelos azuis e com chifres, e tem a ajuda de Mike, seu companheiro de trabalho e melhor amigo, que é um monstrinho em forma de uma bola verde com um olho no meio do rosto.
Quando um monstro entra em contato com uma criança, eles consideram que o mesmo está infectado, por isso todo cuidado é pouco. Acontece que em uma bela noite, Sully vai assustar Boo, uma menininha fofa que fica encantada pelo monstro peludo. Assim, cresce uma amizade entre os dois, e Sully faz de tudo para que ninguém machuque a menina.
8. Ratatouille (2007)
Direção: Brad Bird, Jan Pinkava
Remy é um rato comum e não um roedor glamuroso como é Mickey Mouse. Ele e sua família vivem de restos, moram em esconderijos. Porém, Remy nasceu com o dom gastronômico e o sonho dele é poder degustar e cozinhar comidas da melhor qualidade. Improvável para um rato. Certo? Errado! Na Pixar tudo é possível. O longa traz de maneira incrível esse mundo alternativo dos roedores, o que fica lindo na tela, além de conseguir deixar pratos culinários animados nos dar água na boca. Poucas coisas são tão poéticas quanto a combinação de sabores (e a forma como o diretor Brad Bird criou para ilustrá-la) e como a comida pode trazer sentimentos e memórias lá do fundo do baú. Quando o crítico gastronômico saboreia o ratatouille, é indescritível a beleza daquele momento. De quebra, ainda há uma reflexão interessante sobre o mundo dos críticos em geral.
7. Procurando Nemo (Finding Nemo, 2003)
Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich
A Pixar foi provando, filme a filme, que é capaz de trabalhar com qualquer temática, sendo seus personagens humanos, animais ou objetos. Procurando Nemo traz a história de um peixe palhaço, chamado Marlin, que teve sua esposa e todos os seus filhos, exceto um, devorados por um peixe maior. Restou Nemo. O pai então se tornou super-protetor e nunca quis deixar o filho viver sua vida. Até que ele finalmente se rebelou e foi capturado pelos humanos. O longa-metragem traz personagens divertidos como o tubarão vegetariano Bruce e a adorável Dory, que tem memória de curto-prazo e constantemente esquece o que está fazendo. Como foi se confirmando, a Pixar consegue entreter, divertir e emocionar. Como tema universal, temos aqui a paternidade e a amizade. O aspecto visual é belíssimo, o roteiro é caprichado (todas as gags são pontuais) e rolam até umas lágrimas.
6. Toy Story (1995)
Direção: John Lasseter
Já ouviu aquela frase “Ao infinito, e além”? Bem-vindo ao filme que a originou. Sim, estou falando de Toy Story, a primeira obra da Pixar. O que mais encanta no filme é que depois da brincadeira, os brinquedos ganham vida. O longa tem 20 aninhos, mas continua sendo um amor.
Woody é um caubói que zela pelo companheirismo e faz de tudo para cuidar dos outros brinquedos. É o aniversário de Andy, e os brinquedos estão apavorados porque se aparecer um brinquedo novo, alguém é jogado fora. Eles montam uma força tarefa para acompanhar a abertura dos presentes e é ai que Buzz Lightyear aparece. Lembra da frase no começo do texto? É dele. O patrulheiro espacial deixa Woody com ciúmes, afinal ele é novo e todos estão encantados por ele. O caubói tenta se livrar de Buzz, mas acaba se metendo em uma enrascada, e para não perder o brinquedo novo de Andy e ficar com a barra suja com os colegas, Woody vai salvar Buzz e os dois têm a sua primeira aventura juntos.
5. Os Incríveis (The Incredibles, 2004)
Direção: Brad Bird
Os Incríveis é um dos grandes acertos da Pixar. O longa-metragem é uma bela homenagem ao mundo dos super-heróis. A história é sobre um casal de pessoas com super-poderes – o Sr. Incrível e Elastigirl – que resolveram deixar a vida heroica para ter uma normal por conta de uma lei que obriga os super-heróis a deixar de combater o crime. Eles vivem em um subúrbio, juntamente com os três filhos, cada um com um poder diferente, enquanto ela fica de dona de casa e ele trabalha num escritório, cheio de burocracia. A narrativa é perfeita ao abordar como seria deixar pra trás o passado heroico para viver como qualquer outra pessoa, algo que muitos heróis almejam nas mais diversas HQs, mas raramente alcançam. O tédio do trabalho comum, os estresses do dia a dia, criar os filhos. Claro que isso chega ao fim em algum ponto do filme, e quando a família se une para combater o mal é tão incrível quanto a vida comum deles. Brad Bird cria uma obra prima da animação, com muita ação (algo nunca visto antes na Pixar), humor afiado e um coração imenso, o que é marca registrada do estúdio.
4. UP: Altas Aventuras (Up, 2009)
Direção: Pete Docter, Bob Peterson
Esse é um dos filmes que mostra melhor o tamanho da originalidade e genialidade da Pixar. A relação entre o idoso Carl Fredricksen e o pequeno escoteiro Russell é uma das coisas mais belas do cinema nas últimas décadas. É uma animação que vai muito além do aspecto visual – maravilhoso, diga-se de passagem – com um roteiro bem estruturado e amarrado. Assim como a trilogia Toy Story, é um filme que tem um grande apelo com todos os públicos. Não é necessária uma continuação, o longa funciona dessa forma, possuindo uma história coesa e fechada. Destaque para a cena inicial da película, mostrando a história de amor de Carl. Quem não chora nessa sequência não tem coração, está comprovado cientificamente.
3. Divertida Mente (Inside Out, 2015)
Direção: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Após um ano de hiato, a Pixar voltou a sua forma com Divertida Mente. A história acompanha Riley, uma garota de 11 anos, que é obrigada a mudar de cidade com seus pais. Durante a adaptação, menina acaba entrando em depressão. Para entender o que se passa, o espectador é levado para dentro da mente de Riley e conhecer as cinco emoções que ali habitam: Alegria, Nojinho, Raiva, Tristeza, Raiva e Medo. Elas são quem regem as atitudes e os sentimentos de Riley. O longa consegue abordar temas adultos de maneira extremamente original. O filme consegue brincar e explicar o inexplicável de maneira prática e objetiva. As lembranças armazenadas, as ilhas que delineiam o caráter da pessoa, o motivo pelo qual algumas memórias são deixadas para trás e onde elas vão parar, como os sonhos são feitos e até mesmo porque algumas músicas chatas ficam na cabeça, retornando constantemente. O amigo imaginário também está lá, relembrando a infância, mas perdido entre as antigas memórias. É fácil de se relacionar pelo simples fato de que é uma obra essencialmente humana. Se agrada as crianças pelas brincadeiras, pelas cores e as características das emoções, os adultos se debulham em lágrimas ao serem remetidos à infância e a nostalgia bate forte.
2. Toy Story 3 (2010)
Direção: Lee Unkrich
É impossível assistir Toy Story 3 e não se identificar com a situação de Andy, ao dar seus brinquedos. O terceiro filme da franquia mais amada da Pixar, pega o espectador pela emoção – e a ‘‘facada’’ é bem profunda. Um dos maiores méritos da produção é conseguir envolver crianças e adultos, trabalhando com a imaginação dos pequenos e faz os crescidos lembrarem de sua infância, além de pontuar a importância da amizade. Uma coisa que é difícil de evitar são as lágrimas, mas elas são especiais. Claro que não são de tristeza, mas sim de emoção e alegria, por saber que Woody e sua turma encontraram um ótimo lugar e por ver Andy brincar pela última vez.
1. Wall-E (2008)
Direção: Andrew Stanton
Em 2008, Wall-E e Batman: O Cavaleiro das Trevas provaram que animações e blockbusters/filmes de super-heróis podem ser tão bons quanto os dramalhões do Oscar. Infelizmente, a Academia, na época, não os colocou entre os indicados a melhor filme. No entanto, na cerimônia seguinte, o Oscar abriu a categoria de melhor do ano para até 10 indicados, e aí Up: Altas Aventuras e Toy Story 3 conseguiram a nomeação. Tudo isso foi pra dizer que Wall-E é uma das obras mais peculiares da década passada, além de ser a melhor coisa que a Pixar já fez durante sua vida.
Num futuro não tão distante assim do nosso, a Terra ficou inabitável com tanta poluição, que os humanos foram morar numa nave gigante fora da nossa órbita. Wall-E é um robô que vai juntando e empilhando lixo. Ele tem certa admiração pelo planeta e pela nossa cultura. Na companhia de uma barata, ele vive sozinho, até a chegada de uma robô, EVE, que veio para tentar achar vida na Terra.
Quase não há falas no filme e mesmo assim funciona. A relação entre os dois robôs é super delicada, cheia de atrapalhadas, recurso que lembra os filmes mudos de Charles Chaplin. Além disso, o longa serve como um belo estudo sobre a humanidade e como somos, de certa forma, escravos da tecnologia e da propaganda, e de vez em quando precisamos de um empurrãozinho para nos rebelarmos e enxergamos a beleza da vida. Wall-E traz certa ingenuidade, mas essa inocência é que faz da obra algo tão raro, belo e comovente.
Artigo publicado originalmente em 19 de junho de 2015.
VSF carros Nao eh a pior franquia da pixar esses criticos idiotas nao sabem de nada pois carros 2 nao foi e jamais sera o pior filme da pixar na minha opniao a pixar nao possui um melhor nem um pior filme pois todos foram muito bons
Eu achei o bom dinossauro um ótimo filme ,não é só infantil é lindo e emocionante