Entre outros assuntos, cantor capixaba fala sobre a dificuldade de emplacar músicas na TV e nas rádios
Lúcio Silva de Souza, ou simplesmente SILVA, é o principal nome da nova música pop brasileira nesta década de 10. Em 2012, ele lançou o seu primeiro disco, Claridão, e ali já dava indícios do artista que poderia se tornar. Sua música é um exemplo raro de pop bem produzido no Brasil, estando no mesmo patamar do que é produzido nos EUA. Em seu segundo álbum, Vista Pro Mar, lançado em 2014 e considerado o melhor CD nacional do ano passado, o cantor mistura referências dos nostálgicos anos 80 e insere o mar como conceito nas letras e nos ritmos.
A agenda do capixaba ainda não envolve nenhuma cidade catarinense. No entanto, ele se apresenta neste sábado (30), relativamente perto, em Curitiba (PR), no Music Hall, às 22h. Ainda assim, conseguimos um espaço em sua programação para conversar com ele sobre seu último disco, a internacionalização da sua música e a dificuldade de conseguir espaço na TV e nas rádios.
Uma das coisas que mais chama a atenção no álbum Vista Pro Mar é o tema que está no próprio título e permeia todo o álbum – no caso, o mar, a água, o dia ensolarado. De onde veio essa ideia de usar esse conceito como tema? Por que fazer um álbum, de certa forma, temático?
SILVA: Eu sempre gostei de álbuns temáticos ou que têm uma coerência estética do início ao fim, caso contrário fica uma espécie de coletânea. Não gosto muito. A idéia de fazer um disco com essa cara de mar já é antiga. Eu moro em Vitória, que é uma ilha, e sempre tive uma relação com muito próxima com coisas marítimas. Juntei isso tudo com as referências musicais mais recentes e saio o Vista Pro Mar.
Silva é um sobrenome comum no Brasil e muita gente no meio profissional prefere escondê-lo ao invés de usá-lo. O que te levou a escolher SILVA como seu nome artístico?
S: Eu sempre achei um nome bonito, sonoro e pode ser falado por pessoas de outras línguas facilmente. Silva é o meu nome do meio e quando vi que não tinha ninguém usando só o nome “Silva” eu resolvi usá-lo como meu nome.
“Okinawa” é uma das minhas faixas favoritas do teu último álbum. Sua voz encaixa perfeitamente com a da Fernanda Takai. Queria saber como rolou essa parceria e se ela foi tua primeira escolha para colaborar no disco.
S: Sempre fui um grande fã da Takai, como artista e como pessoa. Ela foi minha única escolha para esse disco. Eu já fiz “Okinawa” pensando na voz dela, no tom que ficaria bom pra ela cantar e em todo o resto. Mostrei a versão demo para ela e ela topou. Fiquei muito feliz.
Você fez uma versão em inglês do Vista Pro Mar, rebatizado de Ocean View, para ser vendidos fora do país. Como foi o processo de internacionalizar a tua música e como tem sido a recepção do teu trabalho no exterior.
S: Quando fui finalizar o Vista Pro Mar, em São Francisco, os diretores do selo Six Degrees souberam que eu estava lá e foram ao estúdio para ouvir o disco. Eles gostaram e perguntaram se eu teria vontade de fazer alguma versão em inglês. Por sorte eu já tinha algumas versões que uma amiga da Irlanda havia feito e gravei. Eles gostaram e lançaram o disco nos EUA com o nome de Ocean View. O mercado lá é muito grande mas já tenho conseguido coisas interessantes, como tocar em festivais e entrar como trilha de games.
Com o teu trabalho, pouco a pouco fosse ganhando o reconhecimento da crítica e do público. Ainda assim, é difícil ouvir tuas músicas tocando na rádio e seus clipes sendo exibidos na TV, diferente da onda sertaneja, por exemplo, que está em todo lugar. É tão difícil quanto parece conseguir espaço nesses tipos de mídia?
S: Acho complicado sim. Graças a Deus temos essas ferramentas todas online hoje. Mas rádio no Brasil é um negócio complicado, os jabás são caríssimos. Já a TV tem focado cada vez mais nas coisas que eles consideram mais “populares” e abriram mão completamente da ideia de formação de público. Mas como eu disse, graças a Deus pela internet!
Você já está trabalhando em um próximo álbum?
S: Sempre faço músicas mas ainda não estou trabalhando no álbum. Estou escolhendo qual vai ser o próximo caminho.
Quero saber quando você fará algum show em Santa Catarina.
S: Meu sonho! Não conheço o estado todo, mas amo Florianópolis e espero tocar lá um dia.
Pra você, qual é o melhor super-herói sem poderes (no caso, o poder é o dinheiro e a inteligência mesmo): Homem de Ferro ou Batman? Por quê?
S: Acho que o Batman (risos). O Homem de Ferro é mais bem humorado mas gosta daquele clima sombrio que cerca o Batman. Ele é menos “bobo”.
Gosto de sempre perguntar pro artista o que ele tem ouvido. Logo, quero saber o que tens escutado de bom recentemente, que som tem te inspirado ultimamente.
S: Tenho ouvido muito R&B e hip-hop. Gosto muito do disco da Jhené Aiko e nesses últimos dias escutei muito Outkast.
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