Do luxo ao lixo, estão Evil, Ted Lasso, Succession, Mare of Easttown, entre outras.
Após um período de marasmo nas séries por conta da pandemia, em 2021, as produções voltaram com tudo e fomos agraciados com algumas das melhores temporadas de séries dos últimos tempos. Se boa parte do ano ainda fomos mantidos dentro de casa por conta do vírus desgraçado, ao menos tivemos agradáveis companhias.
Neste artigo, trago as 20 melhores séries do meu paladar, enquanto também elenco as três piores (ou mais decepcionantes) produções televisivas do ano.
The crème de la crème
20. Mare of Easttown (HBO)
O melhor papel de Kate Winslet em, pelo menos, 10 anos. Só isso é o suficiente.
Disponível na HBO Max.
19. In Treatment (HBO) – Quarta Temporada
O reboot de In Treatment ecoa as questões da atualidade. Incorpora tópicos como pandemia, terapia por videochamada, o isolamento do mundo exterior, a “cultura do cancelamento” (detesto o termo num contexto que não seja meme, mas é a melhor forma de resumir o tema). Simultaneamente, não deixa de dividir os dias da semana por pacientes, com uma única modificação (o dia de terapia do próprio terapeuta, que se diluiu e virou um exclusivo de problemas pessoais da protagonista). Tudo isso em um visual mais moderno, arrojado, além de uma linguagem mais atual e menos, digamos assim, vinda de homem de meia idade. A nova temporada de In Treatment traz algumas das melhores coisas da série original, atualiza outras que necessitavam, encontra os altos e baixos com alguns pacientes não tão empolgantes, mas compensa isso com performances bastante inspiradas, principalmente de sua protagonista, Uzo Aduba (provando-se novamente uma das melhores atrizes da atualidade), e John Benjamin Hickey (ele simplesmente arrebenta, o melhor paciente deste Sophie, na primeira temporada da série). O quarto ano faz jus às temporadas clássicas, mas a série ainda pode ser aprimorada. Esperamos que haja uma nova oportunidade, apesar de, no momento, soar improvável. Uma pena.
Disponível na HBO Max.
18. The Other Two (HBO Max) – Segunda Temporada
Comédia que não tem vergonha de ser comédia. É sobre isso. É rápida, é sagaz, é sarcástica, é inteligente, e é até sentimental. Vejam.
Disponível na HBO Max.
17. It’s a Sin (Channel 4/HBO Max)
A efervescência da juventude é o pontapé inicial de It’s a Sin, com o descobrimento da sexualidade e a aceitação por seus amigos. Um novo mundo. Entretanto, a vibe positiva de um tradicional coming of age sorrateiramente vai se transformando em uma verdadeira história de terror. A minissérie britânica narra a chegada da epidemia da AIDS no Reino Unido na década de 1980 e a faz de modo muito maduro, sem jogar de forma desmedida a questão emocional, mas evidenciando a seriedade da doença e os efeitos na vida das pessoas, especialmente em um tempo em que a enfermidade era cercada de preconceito. Em tempos de pandemia da Covid-19, é possível até traçar alguns paralelos com a trama e o que atualmente ainda vivemos, em termos da desinformação e do negacionismo, o que resulta, naturalmente, em tragédia. It’s a Sin vai do mais puro entusiasmo, transbordando a alegria de viver, até a mais profunda dor, entregando um final que de doce não tem nada.
Disponível na HBO Max.
16. Blindspotting (Starz) – Primeira Temporada
Partir de um filme genial e conseguir fazer um spin off em uma série com uma personagem secundária que funcione é uma tarefa que soa difícil, mas Blindspotting faz parecer ser moleza. Usando uma linguagem que muitas vezes lembra a de um palco de teatro, a série é criativa, divertida e inspiradora, pondo em discussão temas delicados, mas sem nunca perder a ternura e o otimismo. Uma preciosidade.
Disponível na StarzPlay.
15. The Sex Lives of College Girls (HBO Max) – Primeira Temporada
Mindy Kaling parece entender bem como é ser mulher, independente da orientação sexual, da origem ou da cor da pele. Se em Never Have I Ever ela demonstrou entender a juventude escolar, agora é a vez de exibir o talento em escrever quatro personagens femininas, bastante diferentes entre elas, no primeiro ano da faculdade. Não tem problema, mesmo neste ambiente distinto, Kailing consegue desenvolver as quatro protagonistas com situações diversas (vergonhosas, engraçadas, densas e tensas), sem exagerar na dose, sabendo exatamente o que fazer para que elas sejam críveis e façam o espectador querer saber o que irão fazer de suas vidas, sejam as escolhas ruins ou sábias. É daquelas séries divertidas, sem intenção de hitar, mas que cresce com você a cada episódio.
Disponível na HBO Max.
14. Mythic Quest (Apple TV+) – Segunda Temporada
Cheia de personagens irritantes (porém, carismáticos) e com deliciosos desvios de caráter, o segundo ano de Mythic Quest investe nas histórias individuais, enquanto no fundo discorre o plot principal, que acaba não sendo tão relevante quanto as interações no dia a dia deles. De um modo distorcido, a série consegue nos fazer simpatizar até com um homem branco idoso misógino. Uma das coisas bacanas da série é justamente subverter arquétipos. Outro exemplo disso é colocar uma mulher na posição de chefe insuportável e abusiva com seus funcionários, no mesmo nível do seu colega masculino. O egocentrismo é central na série, que mostra que mesmo os narcisistas possuem sentimentos — inclusive, parte do comportamento torto deles origina-se de um local de dor. Profundo, né? Por fim, o melhor elogio que posso fazer à série é dizer que ela me recorda de alguns dos momentos mais brilhantes de Community.
Disponível na Apple TV+.
13. We Are Lady Parts (Channel 4/Peacock) – Primeira Temporada
Curioso para saber como foi vender a ideia de uma série sobre uma banda de punk formada somente por muçulmanas. Seja como tenha sido a abordagem, fico feliz que ela tenha ocorrido. Extremamente original, com uma linguagem visual e narrativa altamente criativa, a série aborda personagens que raramente veríamos em tela, mas temos o privilégio de ver aqui, fugindo de todos os estereótipos. Há muito cuidado ao retratar o islamismo e a influência na vida dessas jovens (evidentemente, não foi feito por estadunidenses), bem como ao abordar como elas enxergam o mundo de maneira diferente, lembrando sempre que cada ser humano tem suas particularidades, mesmo que a fé, inicialmente, seja a mesma.
Disponível na lojinha®.
12. The Underground Railroad (Amazon Prime Video)
A inexplicável dor da escravidão, filmada brilhantemente por Barry Jenkins, que traz todos os horrores do racismo na sua forma mais brutal, mas sem fazer disso um torture porn desnecessário. Aliás, se tem uma coisa que The Underground Railroad é é necessário. Uma obra feita por gente que entende o peso que é ter a pele negra e como tanto tempo de escravidão ainda ecoa nos dias atuais.
Disponível na Amazon Prime Video.
11. Only Murders in the Building (Hulu) – Primeira Temporada
Com um trio entrosado e um mistério bacana de pano de fundo, Only Murders in the Building é uma comédia despretensiosa, mas que traz consigo uma análise sobre a solidão da existência humana por diversas óticas, sendo as que mais chamam a atenção, naturalmente, são as dos protagonistas de terceira idade. Uma delícia imperdível.
Disponível na Star+.
10. NYC Epicenters 9/11 → 2021½ (HBO)
Spike Lee dá vida a mais uma obra-prima. O documentário, ainda inédito no Brasil, é uma grande dissertação sobre o impacto de duas grandes tragédias nos EUA, mais especificamente em Nova York: o ataque ao World Trade Center e a pandemia da Covid-19. A correlação pode não ser tão pontual ao ser lida primeiramente, haja visto que o número de mortes é assombrosamente maior devido ao coronavírus, mas Lee, com maestria, faz as conexões e os comparativos, não somente dos dois fatos, mas tudo o que os cerca, os efeitos nas vidas das pessoas daquela cidade, indo até os problemas estruturais sociais, de outrora e de agora. O realizador conduziu mais de 200 entrevistas nesse experimento audiovisual. Com isso, desenha-se um quadro muito amplo e diverso sobre tudo o que aconteceu. No fim, não deixa de ser uma carta de amor de Lee à Nova York. Mesmo quem não tem nenhuma relação direta com a cidade, evidentemente consegue sentir a empatia com as histórias de 20 anos atrás e, definitivamente, sabe da dor do horror causado pela pandemia. E, apesar disso, ainda há motivos para sorrirmos. É um fio de esperança em meio a tanto caos. Como já dito, mas agora repetido, uma obra-prima.
Disponível na lojinha®.
9. Sex Education (Netflix) – Terceira Temporada
Sem medo de ser cringe, Sex Education volta para o seu terceiro ano na mais alta forma, de maneira honesta, pé no chão, representativa e se negando em ser um tutorial de maquiagem. Com uma porrada de novas adições ao elenco, a série mostra-se apaixonada por cada personagem e dá conta de todos eles. Laurie Nunn, criadora e showrunner da série, faz o possível para mostrar a humanidade em cada um, buscando destacar as virtudes e defeitos de todos, mesmo naqueles que parecem ser antagonistas binários, porém não o são. A tridimensionalidade ao abordar assuntos, dos mais delicados até os mais corriqueiros, sem se preocupar com tabus, mas em momento nenhum querendo chocar o espectador, catapulta Sex Education ao posto de melhor série adolescente (de ensino médio, pois temos ainda PEN15 para falar) da atualidade.
Disponível na Netflix.
8. Pose (FX) – Terceira Temporada
A última grande obra envolvendo o selo Ryan Murphy, Pose fecha o ciclo de maneira enxuta, objetiva e altamente emocional. É uma série imperfeita, sim, mas de coração imenso. A terceira e última temporada é impecável e a melhor do seriado.
Disponível na Star+.
7. Hacks (HBO Max) – Primeira Temporada
Uma comediante sessentona decadente e uma roteirista novata fracassada são uma combinação improvável, mas que acaba funcionando em Hacks, uma obra que reflete sobre o papel da mulher num mundo duplamente machista (showbusiness + comédia) e sobre a indústria do entretenimento como um todo. Piadas inesperadas, atuações primorosas e momentos emocionantes tornam Hacks uma das séries imperdíveis do ano.
Disponível na HBO Max.
6. PEN15 (Hulu) – Segunda Temporada (parte 2)
Quem diria que a série que mais me faria chorar em 2021 seria PEN15. Os episódios finais, da segunda parte da segunda e derradeira temporada, são irretocáveis. De uma ideia tão bizarra e idiota (no bom sentido), com mulheres adultas vivendo suas versões de 13 anos, a série cresceu e tornou-se a mais comovente da atualidade. Se a vergonha alheia era latente previamente, a reta final da série foca em momentos cheios de ternura, melancolia e traumas. Maya Erskine e Anna Konkle, obrigado por tudo.
Disponível na lojinha®.
5. For All Mankind (Apple TV+) – Segunda Temporada
Corrida espacial. Crítica ao capitalismo. Mulheres no comando. Ser capaz de envolver o espectador até mesmo em drama de homem branco hetero. E, além disso, fazer com que episódios de uma hora ou mais soem justificáveis, incluindo o finale, que é um dos melhores fechamentos de uma temporada em toda a história televisiva (e não acho que estou exagerando). Esse é o poder de For All Mankind, série esquecida no churrasco por muita gente, inclusive a maioria das premiações, mas lembrada por quem realmente consome TV.
Disponível na Apple TV+.
4. The Good Fight (Paramount+) – Quinta Temporada
Desgaste? Jamais. Mesmo sem Trump no poder, papai e mamãe King conseguiram mais uma vez reinventar The Good Fight ao colocarem em cheque até que ponto as pessoas estão dispostas a irem por suas posições ideológicas e como a disruptura total pode ser perigosa – quem acha que anarcocapitalismo funcionaria, boa sorte. Como de costume, TGF faz questionamentos difíceis. E, em meio a reflexão, os Kings entregam mais um ano impecável de entretenimento inteligente. Ninguém faz igual a eles.
Disponível na lojinha®.
3. What We Do In The Shadows (FX) – Terceira Temporada
A maior virtude de What We Do In The Shadows é negar tornar-se soturna e transformar-se em uma dramédia. Já temos o suficiente dessas séries inimigas do riso. Mais afiada do que nunca, a terceira temporada da série amplia sua mitologia, torna seus personagens mais carismáticos e humanos (irônico, né?), e em nenhum momento abdica das boas piadas. Alguns dos momentos mais icônicos da TV vieram desta temporada, que cultuou Crepúsculo da maneira brilhante, explicou o negacionismo em voga de modo objetivo e mais certeiro do que as quase duas horas e meia de Não Olhe Para Cima, e ainda fez com que The Big Bang Theory realmente fosse engraçada, nem que por pouco mais de 20 minutos.
Disponível na lojinha®.
2. Succession (HBO) – Terceira Temporada
Jesse Armstrong mostra que não tem problema nenhum em colocar os ricos para sofrerem e se humilharem. Em meio a uma trama que não muda tanto assim a dinâmica até os 45 do segundo tempo, o que faz de Succession uma das melhores séries dos últimos anos é a capacidade de nos segurar por um roteiro lapidado minuciosamente com situações que nos fazem ter pena de gente rica, mimada e facista, criar insultos criativos (a melhor nisso desde Veep) e mostrar que mesmo revivendo algumas situações anteriores, não demonstra nenhum desgaste, inclusive por conta do altíssimo nível das atuações de seu elenco, perfeito em todos os instantes. É sobre ricos brigando entre si? Sim. Mas é também sobre os traumas causados por uma família que tem o abuso impresso em todas as suas camadas e o reflexo disso.
Disponível na HBO Max.
1. Evil (Paramount+) – Segunda Temporada
Robert e Michelle King são, hoje, os melhores showrunners da TV. Na segunda temporada de Evil, eles apostam alto e ousam como poucos (ou melhor, como ninguém tem a audácia hoje na TV). Em tempos em que o público quer todas as respostas mastigadas, Evil brinca com os mistérios, raramente responde as questões levantadas e tá tudo bem com isso. A beleza está na experiência que a série proporciona. E não teve uma série que causou mais emoções, gargalhadas e arrepios do que ela. Não há nada igual a ela. A sucessora natural de Arquivo X e Fleabag ao mesmo tempo. A maior e melhor do ano.
Disponível na Globoplay.
Menções honrosas: Reservation Dogs (FX) – Primeira Temporada, Tuca and Bertie (Adult Swin) – Segunda Temporada, Dave (FX) – Segunda Temporada, Never Have I Ever (Netflix) – Segunda Temporada, Dickinson (Apple TV+) – Terceira Temporada, MasterChef Brasil (Band) – Oitava Temporada, Maid (Netflix), Schmigadoon! (Apple TV+).
As piores de 2021
Importante dizer que os elencados aqui estão presentes nesta curta listagem não porque necessariamente foram o pior do pior, mas foram eleitas as piores porque foi depositado algum pingo de confiança nelas e, no entanto, as produções mostraram-se incapazes de fornecer entretenimento de qualidade.
3. Loki (Disney+) – Primeira Temporada
A mais decepcionante série da Marvel neste ano foi, sem dúvida nenhuma, Loki. O charme de Tom Hiddleston não é o suficiente para segurar uma narrativa enfadonha, que pouco acrescenta ao protagonista e com personagens extremamente desinteressantes. As piadas cartunescas são usadas sem freio, perdendo qualquer oportunidade de a série buscar algum tipo de profundidade ou até mesmo uma diversão mais fluída e natural, sem contar nos plot twists que são mais para chocar do que contribuem de fato para que a história seja envolvente. Além disso, o mais grave para mim, é a produção ter a pachorra de usar um queerbait sem vergonha, sem, obviamente, sustentá-lo ao longo dos seis episódios, fazendo com que o personagem do título se apaixone pela protagonista feminina — o que já era evidente que aconteceria logo de cara, e o seriado nem faz questão de fingir que será diferente. Ademais, ainda há a questão de, inicialmente, ser vendida como uma minissérie, mas acabou sendo renovada para a segunda temporada. Não dá para te defender, Marvel.
Disponível na Disney+.
2. Ted Lasso (Apple TV+) – Segunda Temporada
Em 2020, Ted Lasso figurou na lista de melhores do ano por aqui, por ser uma comédia otimista e com personagens adoráveis. Se o propósito seguisse sendo esse, estaria tudo bem, a exemplo de como é a primeira metade da segunda temporada. No entanto, em algum momento, os responsáveis pela série quiseram inovar, transformando-a em uma dramédia, o que inclui o aumento da duração dos episódios — como se para ser dramático fosse necessário 50 minutos e não apenas meia hora. De repente, Ted Lasso acha que tem a capacidade de ser extremamente profunda e reflexiva. Enquanto se leva a sério em demasia, a produção ainda tenta encaixar um humor pastelão e positivista, no entanto, essa mescla acaba não funcionando, originando situações vergonhosas (e não de um modo positivo, como já vimos em The Office e PEN15), a exemplo do episódio do enterro. Isso sem contar o fato de diminuírem o espaço da melhor personagem da série, Rebecca, interpretada por Hannah Waddingham, reduzindo-a a um romance na maior parte do tempo em que está em tela. É triste o rumo que Ted Lasso tomou. Talvez as críticas acerca do otimismo (alguns diziam que era excessivo) fizeram com que essas novas escolhas fossem feitas pelos roteiristas. Uma pena. O propósito inicial puro e inocente de Ted Lasso era o que dava à produção um charme que nenhuma outra comédia no ar possuía. Agora, ela é apenas uma dramédia genérica em meio as várias dramédias verdadeiramente dignas de menção lançadas na última década.
Disponível na Apple TV+.
1. The Morning Show (Apple TV+) – Segunda Temporada
Sim, a primeira temporada de The Morning Show já tinha inúmeros problemas, centrados principalmente nos personagens de Steve Carell e Reese Whiterspoon, enquanto quem salvava o rolê era a performance do fanfarrão Billy Crudup. Na segunda temporada, com a adição da realeza da atuação televisiva Julianna Margulies, existia a esperança de termos algo melhor. A presença da protagonista de The Good Wife e ER realmente faz a diferença, com sua personagem tendo parte dos melhores momentos e frases da temporada, porém, uma virtude não é o suficiente para sustentar uma sequência de escolhas erradas. The Morning Show cria tramas intragáveis, como todo o drama do irmão da personagem de Reese Whiterspoon (quem se importa, meu deuuuuuuuuus), pintar a personagem de Jennifer Aniston como sendo tão ruim quanto o ex-companheiro de programa que de fato abusava de outras mulheres (isso é feminismo?), tentar passar a mão na cabeça do personagem de Carell e lhe dando uma trama completamente desinteressante na Itália (alguém me mata, por favor). Mas o pior é tirar a crocância da performance farofa de Billy Crudup, que é diminuído a um romance que criou dentro da sua cabeça. Ah, e ainda tem o plot lésbico que é totalmente deixado de lado ao final da temporada (será que não quiseram pagar o cachê de Margulies?). Potencial a série até tinha, porém ela é uma soma de equívocos narrativos, parecendo estar mais preocupada em garantir prêmios para os surtos de Jennifer Aniston. O maior crime de The Morning Show é achar que é uma série muito mais importante do que de fato é, contudo é tão profunda quanto um pires. Para todos os efeitos, a pior que tivemos em 2021.
Disponível na Apple TV+.
Menção desonrosa: tudo envolvendo o nome de Ryan Murphy (exceto Pose, é claro), mas, em especial, American Crime Story: Impeachment (FX). Fazer Beanie Feldstein, Edie Falco e Sarah Paulson (se livra desse homem, mulher!) passarem essa vergonha é um desrespeito a todas. O que a gente faz por um salário né…
Ficaram para 2022
Station Eleven (HBO Max) e Yellowjackets (Showtime) foram duas das estreias mais badaladas no fim deste ano. Contudo, como suas respectivas temporadas serão finalizadas somente em 2022, preferi não assisti-las e deixá-las para o ano que vem.
Landscapers (Sky Atlantic/HBO) é outra produção do finzinho do ano, mas que não chegou ao Brasil até então, aí acabei preferindo esperar mais um pouco para assistir.
Todas essas, os amigos seriáticos assistiram e adoraram, então não deixo de recomendar também. Porém, não posso opinar.
Por Rodrigo Ramos