O festival bianual de teatro acontece em Itajaí (SC), entre os dias 1 e 12 de maio.
A sexta edição do Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha anunciou quais serão os espetáculos que irão abrir e encerrar o evento.
Para a abertura, no dia 1º de maio, será apresentada a obra PRETO, criação do dramaturgo e diretor Marcio Abreu, junto à Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba, e artistas colaboradores. No elenco, estão presentes Renata Sorrah, Grace Passô, Rodrigo Bolzan, Felipe Soares, Nadja Naira e Cássia Damasceno.
O trabalho promove uma investigação sobre racismo e negação das diferenças a partir da vivencia brasileira e em perspectiva com o mundo. Uma experiência que busca expandir através da arte as percepções sobre o outro e sobre os espaços de convivência e de formação das sensibilidades.
Encerramento
Para fechar o festival, haverá a apresentação do espetáculo NÓS, do Grupo Galpão, de Belo Horizonte (MG), que tem mais de 35 anos de carreira. A performance acontece no dia 12 de maio. Assim como no espetáculo de abertura, o de encerramento também conta com direção Marcio Abreu.
Compõem o elenco Antonio Edson, Beto Franco, Eduardo Moreira, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia, Paulo André e Teuda Bara. Na obra, celebram a vida e debatem, sob um prisma político, questões do mundo contemporâneo – a intolerância, a violência, a diversidade, a convivência com a diferença.
NÓS propõe uma encenação que afirma a convivência com o público, no momento da apresentação, como elemento dramatúrgico, e ao mesmo tempo, sua presença, como ato criativo. Para chegar nesse resultado, tudo começou em 2014, quando Marcio Abreu foi convidado para a direção de NÓS. Na época os atores se entregavam a exercícios solo, com o objetivo de contemplar desejos individuais e criar alternativas para um projeto coletivo. O diálogo e o confronto entre o coletivo e os anseios de cada artista se manifestavam de maneira urgente, num grupo de atores com mais de três décadas de convivência artística diária.
Os atores mergulharam ainda em diversas leituras de textos contemporâneos, como Programa de Televisão de Michel Vinaver e Ódio à Democracia de Jacques Rancière, entre outros. Marcio provocou questões que foram fundamentais para definir qual caminho seguir na estruturação do texto e da encenação: “o que podemos fazer juntos?” e “de que maneira respondemos ou reagimos ao mundo como ele nos chega hoje?”, perguntas às quais sempre recorria no decorrer dos ensaios. Para o diretor, “buscar uma abordagem política num trabalho de criação é pensar não só no que dizer, mas como dizer, e nesse sentido, a forma dos textos é tão fundamental quanto o conteúdo. Assim podemos encontrar uma zona de diálogo mais intenso entre nós e entre nós e o mundo lá fora”. Nesse contexto, a criação teatral seria um ato de pura incompletude, em que se faz necessário recomeçar sempre, mesmo que não se saiba nem como, nem por quê. “Obstinado como o próprio ‘fazer teatral’, ofício de que não desistimos nunca e continuamos em frente, mesmo que os tempos pareçam demasiado sombrios. Ato pelo qual esperamos sempre reafirmar que seguimos vivos, ato de reinvenção”, completa o ator Eduardo Moreira.
O 6º Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha acontece em Itajaí entre os dias 1 e 12 de maio.