fbpx

Melhores atuações coadjuvantes das séries na temporada 2024/2025

Melhores atuações coadjuvantes das séries na temporada 2024/2025

Performances de Hacks, Interview with the Vampire, The White Lotus e Shrinking estão na lista.

O Previamente elegeu os melhores da televisão na temporada 2024/2025, selecionados por quem realmente consome TV.

Na relação abaixo, você confere as 10 melhores performances de atores e atrizes em papéis coadjuvantes entre os dias 1º de junho de 2024 e 31 de maio de 2025, período de elegibilidade para o Emmy Awards, maior premiação da TV mundial.

Entre os papeis temos uma adulta presa eternamente no corpo de uma criança, um incel de 13 anos, um psicólogo veterano rabugento, uma roteirista de comédia à beira de um ataque de nervos e uma senadora resistindo ao autoritarismo.

Conheça o nosso júri clicando aqui.

Genevieve O’Reilly (Andor)

“The death of truth is the ultimate victory of evil”.

Em seus quase 50 anos de existência da franquia, posso afirmar tranquilamente que Genevieve O’Reilly nos entregou aquele que sem dúvidas é um dos grandes momentos de Star Wars, e também uma das cenas mais emblemáticas dos últimos anos. Num discurso que é politicamente relevante tanto para uma Galáxia tão, tão distante quanto para a nossa, Genevieve entrega uma monólogo que emocionou quem acompanhou seu trabalho ao longo de duas temporadas de Andor.  

A história de Genevieve com Star Wars vem de longa data. Inicialmente escalada para o filme A Vingança dos Sith, de 2005, para ser a senadora Mon Mothma, personagem clássica da saga por sua breve aparição em O Retorno do Jedi, teve suas cenas deletadas na versão final. Depois, em 2016, ela retorna em uma participação pequena em Rogue One. Mas é com a série Andor que tanto atriz quanto personagem puderam mostrar todo potencial.

Como uma senadora idealista, que navega o cenário político de um regime fascista e o cotidiano doméstico de uma família tradicional, mas que se envolve cada vez mais no desafio de financiar e construir secretamente uma insurgência rebelde, Genevieve impressiona com uma performance cheia de nuances, como se vestisse uma máscara: com um exterior estoico e equilibrado, que aos poucos nos revela um interior complexo e intenso. 

Integrando um dos melhores elencos dos últimos anos, Genevieve se destaca por transmitir os medos, anseios e desejos de sua personagem sem precisar nos dizer nada, apenas com seus gestos, olhares e entrega de cada diálogo.  Acredito, assim como o showrunner Tony Gilroy, que a atuação dela é daquelas que permanecerá conosco por longo tempo, e esse é o maior prêmio que um ator pode conseguir. — Geovana Rodrigues

Harrison Ford (Shrinking)

Existem atores que são verdadeiros camaleões, que se transformam a cada novo papel (o primeiro nome que me vem à cabeça é Daniel Day-Lewis). Mas existe uma beleza especial em atores que fazem sempre variações da sua própria persona, principalmente quando os roteiros se apropriam disso, que é o caso de Harrison Ford em Shrinking (Falando a Real), talvez a versão mais espetacular do seu ranzinza com coração de ouro. E se em todo episódio ele grunhir (!) quando se sentir contrariado, eu vou dar risada tudo de novo. — Juliano Cavalca

Delainey Hayles (Interview with the Vampire)

A entrada de Delainey Hayles como Claudia poderia ter sido um desafio ingrato, já que Bailey Bass havia marcado a personagem com delicadeza e intensidade na primeira temporada de Interview with the Vampire. Mas Hayles não apenas assume o papel: ela o reinventa. Sua Claudia é uma criatura carregada de contradições, capaz de transitar entre fragilidade e brutalidade em um mesmo diálogo. Há uma expressividade em seus olhos que comunica mais do que qualquer fala, revelando a eterna prisão de uma mente adulta em um corpo que nunca cresce. Essa força se torna ainda mais evidente em sua relação com Madeleine.

Hayles sabe jogar com nuances, trazendo uma Claudia que ao mesmo tempo deseja, manipula e teme o amor que encontra. O que poderia soar repetitivo se transforma em uma redescoberta da personagem, provando que ela não é apenas um elo narrativo, mas um dos corações da série. — Zé Guilherme

Sam Reid (Interview with the Vampire)

Sam Reid conseguiu o que parecia impossível: tornar Lestat tanto definitivo quanto surpreendente.

Seu Lestat é ao mesmo tempo sardônico, vaidoso, e devastadoramente trágico, abraçando os extremos da personagem sem nunca perder a coerência. Há um magnetismo em sua performance que transcende o roteiro – cada sorriso é uma promessa de perigo, cada explosão de fúria é quase uma sinfonia. Ele transforma o vampiro mais famoso de Anne Rice em um ícone de puro drama gótico. E há ainda a beleza hipnótica, que não se limita ao físico, mas ao modo como Reid habita o personagem com gestos precisos e uma presença quase impossível de ignorar.

Seu Lestat é irresistível e aterrador na mesma medida, e é por isso que se torna impossível não ansiar pela terceira temporada. Afinal, O Vampiro Lestat promete ser o palco perfeito para esse retrato já inesquecível. — Zé Guilherme

Parker Posey (The White Lotus)

The White Lotus oferece ao espectador personagens excêntricos e que cativam, mas há sempre um que se destaca mais do que outros em termos cômicos. Se Jennifer Coolidge ocupou o posto nas duas temporadas anteriores, no terceiro ano foi a vez de Parker Posey assumir a função. A personagem Victoria Ratliff é quem ganha as melhores one-liners da temporada, desde confundir a Tailândia com a China, passando pelo vício por lorazepam até sua franqueza de que não está mais apta a ser pobre na vida. Posey tem um invejável timing cômico, então tudo isso é fácil para ela. Naturalmente, esse conjunto de fatores faz com que sua performance seja uma das mais memoráveis do ano. — Rodrigo Ramos

Owen Cooper (Adolescence)

Com apenas 16 anos, o jovem Owen Cooper espantou meio mundo com seu desempenho em Adolescence. Existe um nível de maturidade em sua performance que assusta, especialmente por este ser o seu primeiro crédito como ator. Ele exibe domínio da arte ao viver o adolescente Jamie Miller, principal suspeito de ter assassinado uma colega da escola. É um papel difícil, em que precisa mesclar certo nível de ingenuidade, uma ligeira doçura juvenil, com uma faceta cruel, maliciosa e misógina. É uma temática complexa tratada na série e que exige muito do garoto — e ele convence com esmero. Surpreendente. — Rodrigo Ramos

Carrie Coon (The White Lotus)

Sempre perfeita em tudo o que faz e injustamente sem um Emmy na estante, Carrie Coon é sinônimo de excelência. Em The White Lotus, ela não foge à regra. Na terceira temporada da série, ela dá vida à Laurie Duffy, uma das três amigas de longa data que se encontram no hotel na Tailândia. Ao que tudo indica, ela é a que se encontra na pior fase atual da vida. Num primeiro momento, tenta fingir igual suas pares, mas aos poucos vai se livrando dessa falsidade pintada como gentileza, perdendo o filtro e deixando sua voz interna realmente ecoar. Essa ebulição interna e pessoal da personagem é captada com esplendor por Coon, que fala tanto com um simples olhar — e para quem viu The Leftovers, sabe o que ela é capaz de fazer somente com os olhos. O saldo é mais um papel intrigante e marcante de uma atriz pronta para qualquer serviço. — Rodrigo Ramos

Irene Maiorino (My Brilliant Friend / L’amica geniale)

Ocupando o lugar anteriormente de Gaia Girace, Irene Maiorino vive a versão madura de Lila na derradeira temporada de My Brilliant Friend. A performance da atriz não impressiona somente na semelhança física assombrosa, mas também ao incorporar com autenticidade o tom, os gestos e o olhar penetrante da personagem. A dualidade de Lila segue ali, com a firmeza e a crueldade, a vulnerabilidade e o amor torto por Lenu de sempre.

Sua presença em tela é magnética e, quando ela está em cena, é impossível olhar para outro lugar. Mesmo que sua participação seja menor do que nos anos anteriores, cada momento seu é um presente para o espectador, que se depara com uma atuação misteriosa, charmosa, profunda e emocionante. — Rodrigo Ramos

Tramell Tillman (Severance)

Se ele já tinha sido um destaque absoluto na primeira temporada de Severance, na segunda conseguiu se superar. Ainda que não tenhamos um episódio específico centrado em Mr. Milchick, conseguimos aprender muito mais sobre ele, criar uma conexão real com aquela persona pela atuação carregada de nuances de Tillman. Seria fácil cair em uma caricatura, mas o ator tem uma segurança impecável no que faz, seja nos sorrisos ou nos olhares, passeando com facilidade pelo humor de suas frases prolixas ou no drama de suas inseguranças. Pequenas expressões que revelam camadas e transformam o que poderia ser apenas um coadjuvante qualquer em um dos personagens centrais, o que deixa impossível falar de Severance sem falar de Milchick. — Filipe Chaves

Hannah Einbinder (Hacks)

Para ficar de igual para igual com Jean Smart em tela, Hannah Einbinder nunca pôde se dar ao luxo de ser menos que excelente. Ainda assim, de alguma forma, a atriz vem se aprimorando e explorando novas facetas de Ava Daniels em Hacks. No quarto ano, a relação da roteirista com Deborah Vance volta ao ponto de ebulição. As duas se tirando do sério é divertidíssimo e Einbinder reafirma seu talento cômico natural, incluindo o humor físico. Um dos grandes momentos é justamente o seu colapso nervoso na sala dos roteiristas, um simbólico burnout no ambiente de trabalho, mas que não se resume somente à questão profissional, como também a pessoal.

No entanto, ser engraçada não é o bastante para ela. Einbinder eleva a aposta com profundidade emocional no quesito dramático, envolvendo o espectador com sua raiva, mágoa e frustração diante dos desafios que lhe são apresentados ao longo da temporada, sendo a maioria deles relacionada ao relacionamento conturbado com Deborah.

Hacks mergulha nessa relação dúbia e profunda, e Einbinder entrega sua performance mais sólida e complexa até aqui — o que é impressionante. Seja para emocionar ou para fazer o espectador cair na gargalhada, Hannah atinge todas as notas. E, diga-se de passagem, é a MVP desta temporada de Hacks. — Rodrigo Ramos

Continue a leitura:

Textos por Filipe Chaves, Geovana Rodrigues, Juliano Cavalca, Rodrigo Ramos & Zé Guilherme
Produção, edição e redação final por Rodrigo Ramos
Fotos: HBO Max, AMC, Apple TV+, Netflix, HBO, RAI e Disney+

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *