Sexto filme da saga estreia nesta quarta-feira, 8 de março, no Brasil, com Courteney Cox, Hayden Panettiere, Melissa Barrera e Jenna Ortega no elenco.
Não fazer sexo, não beber, não dizer “eu volto já”. Em 1996, o filme Pânico redefiniu as regras para se sobreviver a um filme de terror e mudou para sempre a história do gênero slasher, que explora o conceito de assassinos mascarados, sangue e muito apelo sexual. Escrito por Kevin Williamson (Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado) e dirigido por Wes Craven, responsável por clássicos como A Hora do Pesadelo e Aniversário Macabro, o longa-metragem apresenta personagens estruturados, conta com um elenco que entrega boas performances e, principalmente, um roteiro que abusa da metalinguagem. É um filme de terror que faz referências a filmes de terror.
A forma criativa como o filme subverte os clichês clássicos de um slasher e a apresentação de personagens humanizados e não estereotipados fizeram que Pânico criasse um legado atemporal — o longa-metragem é um dos poucos filmes de terror presentes no livro 1001 filmes para ver antes de morrer, compilado por S. J. Schneider. Há também a quebra do padrão da final girl, a jovem passiva que vê amigos e familiares morrerem, fazendo da personagem principal uma mulher que não baixa a guarda – e não é a única sobrevivente. Isso sem falar da brilhante ideia de matar a personagem da atriz mais famosa do elenco, neste caso Drew Barrymore (As Panteras), nos primeiros 12 minutos do filme, mesmo ela sendo o destaque de todos os materiais de divulgação.
Pânico tem uma trama explícita e implícita, sendo construído em camadas. Em 27 anos, a história de Ghostface se solidificou em Hollywood – vimos a trilogia ter um fim no início do milênio, um revival acontecer em 2011 e, claro, voltar com força total no último ano graças aos diretores Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin (Casamento Sangrento).
Mas não é sobre a potência da franquia, sua metalinguagem e a trama que falaremos hoje. Para isso, indicamos o artigo escrito pelo jornalista Mikael Melo para o Previamente, lá em maio de 2016. Hoje queremos te apresentar os pormenores dos filmes. Ao rolar a página, você encontrará informações como os números de mortes e quem matou quem – aqui eu agradeço aos influenciadores James A. Janisse e Zack Cherry –; obviamente, as preferências deste autor para cenas mais intensas e as mortes mais elaboradas (e as mais chatinhas); além de curiosidades sobre cada produção.
Uma boa forma de dar boas vindas ao 6º filme da franquia, não é mesmo? Espero que aproveite a leitura. E lembre-se: há muitos spoilers pela frente.
Pânico (Scream, 1996)
Dirigido por Wes Craven, com roteiro de Kevin Williamson
O elenco é composto por nomes como Drew Barrymore, Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jamie Kennedy, Matthew Lillard, Rose McGowan, Henry Winkler e Skeet Ulrich
O filme que abre a franquia discorre sobre os longas de terror e como o gênero slasher estava desgastado, com produtoras hollywoodianos reciclando franquias em sequências fracas. A obra tem um número considerável de assassinatos. Com 111 min de duração, a trama apresenta sete mortes, sendo cinco personagens homens e duas mulheres.
Quem matou quem?
Billy Loomis, interpretado por Skeet Ulrich (série Riverdale), é responsável pelo maior número de mortes. O personagem se diferencia por sempre tentar estrangular as vítimas durante os ataques. Para a lista dele, entram Casey Becker (Drew Barrymore), o diretor Himbry (Henry Winkler) e Tatum Riley (Rose McGowan).
Stu Macher, vivido por Matthew Lillard (Scooby Doo), por sua vez, gosta de usar as duas mãos ao segurar a faca. No primeiro filme, ele foi responsável por ceifar as vidas de Steve Orth (Kevin Patrick Walls) – namorado de Casey – e do cinegrafista Kenny Jones (W. Earl Brown).
A final girl favorita de muitos, Sidney Prescott (Neve Campbell), deu fim aos ataques, matando os dois assassinos.
Morte mais marcante:
Steve Orth e Casey Becker. A pipoca queimando, o jogo de perguntas e respostas, a perseguição no pátio, os pais tão pertos e tão distantes.
Morte que não acrescenta muito ao filme:
Diretor Himbry. Está lá só para dar cabo do roteiro, já que no clímax do filme, é a desculpa usada para que os jovens saiam da casa de Stu, deixando os assassinos sozinhos com Sidney e os outros.
Cena de maior tensão:
Não há como falar de Pânico sem falar da abertura do filme. Eu seria louco, cá entre nós, de não escolher a morte de Casey como a cena mais eletrizante da produção. Afinal, aqueles 12 minutos mudaram o gênero do terror para sempre!
Curiosidades sobre a produção:
• Antes de Neve Campbell entrar no projeto, e depois de Drew Barrymore declinar como protagonista, as atrizes Reese Witherspoon (Legalmente Loira) e Alicia Silverstone (As Patricinhas de Beverly Hills) foram cogitadas para o papel de Sidney Prescott, só que todas recusaram os convites. Molly Ringwald (Clube dos Cinco) era a favorita de Wes Craven, mas não aceitou participar porque estava muito velha para interpretar uma adolescente no Ensino Médio.
• Courteney Cox (série Friends) quase perdeu o papel de Gale Weathers para Brooke Shields (A Lagoa Azul) e Janeane Garofalo (Romy e Michele) porque os produtores acharam que ela não poderia entregar um papel que não fosse da boa moça.
• O roteiro do longa-metragem foi escrito em quatro dias. O roteirista estava assistindo uma reportagem sobre os assassinatos cometidos por Danny Rolling em Gainesville, Flórida, ficou com medo e ligou para um amigo como forma de aliviar a tensão. A ligação acabou focando em filmes de terror. Naquela mesma noite, após um sonho, ele escreveu a cena de abertura do longa-metragem.
• A última cena, sobre a fatídica revelação dos assassinos, durou 21 noites para ser filmada.
• O oficial Dewey Riley (David Arquette) deveria ter morrido no final do filme.
Pânico 2 (Scream 2, 1997)
Dirigido por Wes Craven, com roteiro de Kevin Williamson
O elenco é composto por nomes Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Jamie Kennedy, Sarah Michelle Gellar, Laurie Metcalf, Elise Neal, Jerry O’Connell, Liev Schreiber, Timothy Olyphant, Omar Epps e Jada Pinkett Smith
Como apontado pelo personagem Randy Meeks (Jamie Kennedy), sequências de filmes de terror – o ponto da metalinguagem nesse filme, que diz que sequências não superam os originais – precisam de um número maior de mortes. Com 120 min, Pânico 2 nos mostra 10 mortes no total, sendo seis homens e quatro mulheres.
Quem matou quem?
Debbie Salt a.k.a. mamãe Loomis (Laurie Metcalf) pode até ter o melhor dos motivos entre os assassinos – “a velha vingança”, como ela mesmo aponta no terceiro ato –, mas seu desempenho como Ghostface é decepcionante. O único personagem que ela mata é o Randy.
Para o sociopata Mickey Altieri (Timothy Olyphant), que está em busca de um julgamento, ficou a responsabilidade de matar Phil Stevens (Omar Epps) e Maureen Evans (Jada Pinkett Smith) no cinema; Cici Cooper (Sarah Michelle Gellar) na fraternidade; os policiais Andrews e Richards (Philip Pavel e Chris Doyle, respectivamente) e Hallie McDaniel (Elise Neal), a caminho de proteção da protagonista; e Derek (Jerry O’Connell), no início do terceiro ato.
Vale lembrar que o filme todo sinaliza que o assassino é canhoto, sendo que Mickey, Derek e Hallie são os únicos canhotos da trama. Você vai entender o motivo abaixo, nas curiosidades!
Sidney e Gale Weathers (Courteney Cox) finalizaram a trajetória de Mickey juntas, enquanto o misterioso e oportunista Cotton Weary (Liev Schreiber) deu o tiro que acabou com a busca da senhora Loomis por vingança.
Morte mais marcante:
Apesar do personagem super secundário, o policial Richards protagoniza uma das mortes mais impactantes e grotescas da franquia, tendo a cabeça atingida por um cano de ferro durante um acidente de carro proposital.
Morte que não acrescenta muito ao filme:
Falem o que quiserem, nada me convencerá que uma faca pode atravessar a divisória de um banheiro. Por mais assustador que seja o início do filme, o pobre Phil só morreu por ter um nome parecido com alguém dos massacres originais e, além disso, foi ofuscado pelo ataque de Maureen na sala de cinema lotada.
Cena de maior tensão:
Pânico 2 é o filme favorito da franquia deste autor que vos escreve. Apelo sentimental e memórias afetivas, sabe? São inúmeras as cenas de tensão nesta continuação, indo da perseguição de Cici até Sidney e Hallie tentando escapar do carro da polícia enquanto o Ghostface está desacordado. No entanto, a perseguição de Gale no laboratório de audiovisual é de arrepiar os pelos dos braços e deixar qualquer um boquiaberto. Simplesmente inesquecível!
Curiosidades sobre a produção:
• A produção do longa-metragem, assim como o restante da franquia, sofreu com os roteiros que vazaram na internet. Na versão original da sequência, intitulada “Scream Again”, Randy Meeks seria o cinegrafista de Gale; Cotton, Hallie e Derek seriam os assassinos sob a orientação da senhora Loomis; e todos os personagens morreriam no ato final. Com muitas cenas gravadas e pouco tempo para regravação, a produção precisou correr contra o tempo e focar em continuidade para entregar a versão final.
• Em Pânico, Sidney ironiza que se fizessem um filme sobre os casos de Woodsboro, a atriz Tori Spelling (série Barrados no Baile) seria a escolhida para vivê-la no cinema. Dito e feito. Na sequência, o filme “A Punhalada” traz Tori retratando a protagonista. Metalinguagem pura!
• Todos os quatros filmes da franquia contam com participações especiais. Os atores Luke Wilson (Minha Super Ex-Namorada) e Heather Graham (Austin Powers: O Agente Bond Cama) interpretaram Billy e Casey, respectivamente, em “A Punhalada”. Marisol Nichols (série Riverdale) e Joshua Jackson (série Fringe) também aparecem na sequência.
• Sarah Michelle Gellar tinha mais cenas ao longo do filme, com Cici até tentando convencer Sidney a entrar na fraternidade dela. Mas, infelizmente, tudo caiu por terra na versão final que chegou aos cinemas. A cena do bate-papo na classe de Cinema, aliás, foi regravada às pressas para incluir a atriz.
• Você pode não ter percebido nas primeiras vezes que assistiu ao filme, mas o personagem Mickey passa muitas cenas segurando uma câmera portátil. Esse era o sinal do diretor Wes Craven para quando chegássemos à cena em que Gale e Dewey são aterrorizados com vídeos das pessoas assassinadas, lá no auditório da faculdade Windsor.
Pânico 3 (Scream 3, 2000)
Dirigido por Wes Craven, com roteiro de Ehren Kruger
O elenco é composto por nomes como Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Liev Schreiber, Patrick Dempsey, Parker Posey, Heather Matarazzo, Scott Foley, Jenny McCarthy, Emily Mortimer, Patrick Warburton e Deon Richmond
Pânico 3 foi concebido para ser a última parte de uma trilogia de filmes de terror, satirizando, assim, a si mesmo. Metalinguagem, lembra? Com 117 min, o longa-metragem mantém o número de mortes apresentado no antecessor: são 10 ao todo – seis homens e quatro mulheres, novamente.
Quem matou quem?
Roman Bridger (Scott Foley) é o único Ghostface do longa-metragem que chegou aos cinemas – diferentemente dos vários roteiros vazados na internet; explico abaixo.
O personagem, assim, na busca por vingança, é responsável pelas mortes de Cotton Weary e a namorada Christine (Kelly Rutherford); dos atores Sarah Darling (Jenny McCarthy), Tom Prinze (Matt Keeslar), Angelina Tyler (Emily Mortimer), Deon Richmond (Tyson Fox) e Jennifer Jolie (Parker Posey); do guarda-costas Steven Stone (Patrick Warburton); e do próprio pai, John Milton (Lance Henriksen).
A última morte do filme é do próprio Ghostface, pelas mãos de Dewey, após inúmeros confrontos físicos dele com Sidney.
Morte mais marcante:
Stone, o guarda-costas de nariz em pé, no trailer provisório de Dewey. Apesar da facada inicial, o personagem luta pela própria vida e ainda consegue caminhar até a porta da casa da atriz Jennifer Jolie antes de morrer.
Morte que não acrescenta muito ao filme:
Ainda na mesma cena, a pior morte do longa-metragem. Sério que ninguém sentiria o cheiro de gás de cozinha? Tem por que voltar para ler um roteiro, numa casa sem energia elétrica, enquanto um assassino está à espreita? A explosão de Tom Prinze é um diferencial para a franquia, só que parece coisa de outro mundo.
Cena de maior tensão:
Me perdoem, fãs de Pânico 3, mas esse é o filme mais fraco de toda a franquia. Entendo que por conta dos inúmeros roteiros escritos, sob ordem da produtora que considerava o contexto do país da época… Mas não dá. Os elementos de terror são poucos: parece mais uma continuação da sátira Todo Mundo em Pânico. Dito isso, a cena de maior tensão do longa-metragem é a de Sidney chegando aos cenários de “A Punhalada 3”, que replicam as casas de Woodsboro.
Curiosidades sobre a produção:
• Se o roteiro original não tivesse vazado na internet, tão pouco os Estados Unidos estarem em choque pelo que ocorreu no massacre de Columbine, Pânico 3 se basearia no legado do livro escrito por Gale Weathers e nos filmes inspirados nele, além de Stu Macher ainda estar vivo. Da prisão, ele influenciaria jovens a cometerem os crimes na escola de Woodsboro. O ator Matthew Lillard chegou a ser contratado e pago…
• Tanto o roteirista Kevin Williamson como a atriz Neve Campbell tiveram problemas com a agenda para focarem no longa-metragem. Ele escrevia episódios da série Dawson Creek e o filme Prova Final, além de ajudar no roteiro de Halloween H20, então só fez alguns rascunhos que logo foram descartados. A atriz, em contrapartida, só conseguiu destinar 20 dias para gravação de todas as suas cenas.
• Mais aparições bacanas por aqui. A atriz Carrie Fisher, popularmente conhecida como a Princesa Leia em Star Wars, interpreta a responsável pelo almoxarifado do estúdio Sunrise, enquanto Heather Matarazzo (O Albergue: Parte II) é apresentada como a irmã de Randy.
• Wes Craven e Kevin Williamson se arrependeram sobre a morte de Randy em Pânico 2, tanto que ele retornou de forma infame para a terceira parte da franquia. Isso porque, no final dos anos 90, o personagem era um dos mais amados pelos fãs, que bombardearam o site oficial do diretor com e-mails pedindo pelo retorno dele à trama.
• Boatos apontam que a personagem Sarah Darling é inspirada na atriz Sarah Michelle Gellar, que supostamente teve problemas com Wes Craven durante as gravações de Pânico 2 e sempre ouvia, como resposta, “Sarah, darling…”. Tanto o diretor como a atriz desmentiram os boatos.
Pânico 4 (Scream 4, 2011)
Dirigido por Wes Craven, com roteiro de Kevin Williamson
O elenco é composto por nomes como Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culkin, Marley Shelton, Alison Brie, Anthony Anderson, Adam Brody, Britt Robertson, Nico Tortorella, Erik Knudsen e Marielle Jaffe
Como quem não quer nada, Pânico 4 foi lançado 11 anos após o último filme da franquia. O longa-metragem foi pensado para dar início a uma nova trilogia focada em Jill Roberts (Emma Roberts), sendo esse uma referência aos inúmeros remakes de terror que brotavam em Hollywood nos anos anteriores. Infelizmente, o desempenho nas bilheterias colocou o plano por água abaixo. Durante os 111 min, a obra apresenta 11 mortes – mantendo o ritmo dos antecessores –, com seis mulheres e cinco homens vítimas. Ahhh, as mortes ficcionais dos filmes “A Punhalada 6” e “A Punhalada 7” não estão incluídas nesta contagem.
Quem matou quem?
Uma coisa que não consigo entender é o desgosto de muitos fãs da franquia por Charlie Walker (Rory Culkin). O Ghostface dele pode ter o menor tempo de tela após a revelação, mas foi quem carregou todas as mortes do filme nas costas. Duvida? Então confere!
Sozinho, o personagem ceifou as vidas das colegas Jenny Randall (Aimee Teegarden), Marnie Cooper (Britt Robertson) e Olivia Morris (Marielle Jaffe); da publicitária Rebecca (Alison Brie); dos policiais Anthony Perkins (Anthony Anderson) e Ross Hoss (Adam Brody); da matriarca Kate Roberts (Mary McDonnell); e do “melhor-amigo” Robbie Mercer (Erik Knudsen).
Jill, uma das queridinhas da franquia, por sua vez, só matou o cúmplice Charlie e o ex-namorado Trevor Sheldon (Nico Tortorella). Explico: enquanto os policiais e a mãe dela foram assassinados, ela já estava a caminho da casa de Kirby Reed (Hayden Panettiere).
À Sidney, ficou o fardo de acabar com os ataques arquitetados pela prima. Bom, é o que a gente imagina até o lançamento de Pânico 6…
Morte mais marcante:
O fim da jovem Olivia nos mostrou, ainda na metade do longa-metragem, que poderíamos esperar de tudo. A morte é a mais gráfica e impactante de toda a franquia, convenhamos.
Morte que não acrescenta muito ao filme:
Depois de frustrante abertura, com cenas dos filmes “A Punhalada”, o público já não sabia mais o que esperar. A morte de Marnie é tão mal apresentada, que nem há cena do ato. Ela só é jogada através de uma porta de vidro. E olha que Wes Craven tinha uma gravação alternativa muito melhor, só que optou por não usá-la.
Cena de maior tensão:
A ligação do Ghostface para Kirby, enquanto ela está no quarto de Jill assistindo Todo mundo quase morto, é de fazer qualquer um roer os dedos. Quem não teria medo ao saber que há a possibilidade de um serial killer estar no armário escondido? Eu tive.
Curiosidades sobre a produção:
• Se você prestar atenção em Pânico 4, irá perceber um busto em memória do diretor Himbry, que aparece no filme original, na escola de Woodsboro.
• A atriz Ashley Greene (Crepúsculo) estava escalada para viver Jill Roberts, mas precisou abandonar o projeto devido a problemas com a agenda. O mesmo aconteceu com Lake Bell (série How To Make It In America) e Lauren Graham (série Gilmore Girls), que viveriam a policial Judy e a tia de Sidney, respectivamente.
• Kristen Stewart (Crepúsculo) foi convidada para aparecer na cena de abertura, só que recusou em respeito ao legado de Drew Barrymore. Boatos apontam que, por meio de Courteney Cox, a atriz Jennifer Aniston (série The Morning Show) foi convidada para viver Kate Roberts, mas declinou por ter medo de filmes de terror.
• Wes Craven tem uma aparição especial em todos os filmes. O mais lembrado é como um faxineiro em Pânico, com roupas que remetem à Freddy Krueger (outra criação do diretor). Ele também viveu um médico em Pânico 2, um turista visitando os sets de filmagem em Pânico 3 e um policial forense em Pânico 4. A cena do quarto longa-metragem foi cortada na edição final.
• Você já deve ter percebido que reescrever roteiros faz parte da essência da franquia. Originalmente, o longa-metragem começaria com uma festa na casa de Sidney, em comemoração ao lançamento do livro. Ela seria brutalmente atacada pelo Ghostface e o filme daria um salto temporal de três anos. Em outros rascunhos do roteiro, Jill sobreviveria e Sidney teria amnésia, sendo professora da prima na universidade no que foi pensado para o Pânico 5 que nunca saiu do papel; e Trevor e o policial Hoss seriam alguns dos assassinos.
Pânico (Scream, 2022)
Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, com roteiro de James Vanderbilt e Guy Busick
O elenco é composto por nomes como Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Melissa Barrera, Jack Quais, Jenna Ortega, Dylan Minnette, Jasmin Savoy Brown, Mason Gooding, Mikey Madison e Marley Shelton
Após mais um hiato de 11 anos, a franquia voltou às telonas do cinema (e pra ficar!). O longa-metragem, nas mãos de novos roteiristas e diretores, trata sobre requels – que não são sequências, nem renascimentos, mas novas linhas de tempo com personagens novos e conhecidos. Em 114 min, o número de mortes é mais singelo: são oito, no total, sendo três mulheres e cinco homens.
Quem matou quem?
Tenha em mente duas coisas: Amber Freeman (Mikey Madison) era um Ghostface bem mais cruel e sanguinolento, enquanto Richie Kirsch (Jack Quaid) era mais objetivo e prático. Dito isso, o saldo fica o seguinte:
Richie matou Vince Schneider (Kyle Gallner) no estacionamento; Wes Hicks (Dylan Minnette) na casa do jovem; e um policial no hospital, identificado como Clay (Rob Fortunato).
Amber, por sua vez, é responsável pelos ataques a xerife Judy Hicks (Marley Shelton); ao queridinho da franquia, Dewey Riley; e, obviamente, a Liv McKenzie (Sonia Ammar).
As novas final girls, Sam e Tara Carpenter (Melissa Barrera e Jenna Ortega), colocam um ponto final no massacre, findando Richie e Amber, respectivamente.
Morte mais marcante:
Judy e Wes, sem sombra de dúvidas. A mãe morreu sem saber se o filho estaria protegido de um possível ataque. Ele morreu sem saber se a mãe ficaria bem ao longo da vida.
Morte que não acrescenta muito ao filme:
Uma coisa que me irrita no novo longa-metragem da franquia – além das alucinações de Sam com o pai, Billy Loomis – é a morte para cumprir o plano. A gente só descobre nos créditos que o policial do hospital, quando Tara é atacada, se chama Clay. Ao que tudo indica, Pânico 6 também terá disso, como é o caso das vítimas da conveniência vista no trailer.
Cena de maior tensão:
Toda a tensão que precede a morte de Wes, com cenas criadas para nos deixar inquietos, bem como o ataque totalmente inesperado de Judy na entrada da casa. É um dos highlights, não há como negar!
Curiosidades sobre a produção:
• Há muitos cameos de vozes em Pânico 5. Drew Barrymore é a diretora da escola de Woodsboro no início do filme, Matthew Lillard é o Ghostface de “A Punhalada 8”, e Jamie Kennedy dá voz a um jovem na festa do terceiro ato, quando todos são expulsos da casa.
• Não para por aí! No brinde em homenagem ao personagem Wes – que, na verdade, é para o diretor Wes Craven, que morreu em 2015 – é possível ouvir as vozes dos atores Hayden Panettiere, Henry Winkler e Adam Brody, que apareceram em sequências anteriores; do roteirista Kevin Williamson; de ex-membros da produção da franquia como Patrick Lussier e Julie Plec; e do diretor de Knives Out, Rian Johnson.
• James A. Janisse, que citei no início desse texto, e sua noiva Chelsea Rebecca, apresentadores do canal Dead Meat no YouTube, fazem uma aparição no filme como os críticos de cinema que destroem a reputação de “A Punhalada 8”. Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, inclusive, estiveram no casamento dos influenciadores, que rolou em 2022.
• A atriz Marley Shelton revelou, acidentalmente, a aparição de Skeet Ulrich no quinto filme da franquia numa postagem do Instagram, na época das gravações, ao marcar todo o elenco. Após alguns minutos no ar, a publicação foi apagada e publicada novamente sem o nome do ator.
• David Arquette deu aulas de pintura para todo o elenco durante as gravações do longa.
Está quase acabando, eu prometo…
Como é um texto de cunho pessoal, por que não elencar os melhores Ghostfaces da franquia? Essas são as minhas escolhas, do melhor ao pior.
Motivo | Debbie Salt (vingança pela morte do filho); Billy Loomis (vingança pela separação dos pais); Roman Bridger (vingança por ter sido abandonado); Jill Roberts (busca pela fama na era da internet); Stu Macher (“pura pressão”); Mickey Altieri (busca pela fama num julgamento); Charlie Walker (criar o próprio filme); e Amber Freeman e Richie Kirsch (fãs decepcionados).
Desempenho | Billy Loomis; Mickey Altieri; Charlie Walker; Stu Macher; Amber Freeman; Jill Roberts; Roman Bridger; Richie Kirsch; e Debbie Salt.
Por Thiago Julio