Auditórios secundários oferecem experiências satisfatórias na CCXP 2015

Masterclasses, bastidores de produções nacionais, nostalgia, debates sobre representatividade de gênero e étnica.

A Comic Con Experience não fica restrita somente aos grandes estúdios e estrelas de Hollywood. Há Netflix, Fox, Sony, Warner, é claro. Na edição de 2015, astros como Adam Sandler, Terry Crews, Krysten Ritter, Evangeline Lilly, John Rhys-Davies e David Tennant marcaram a feira, mas não foi apenas o Auditório Cinemark que trouxe atrações interessantes.

O Auditório Ultra e o Auditório Prime foram responsáveis por atrações menos aguardadas, porém tão instigantes quanto as da sala principal ou até mais. De certa forma, dá até pra arriscar a dizer que as conversas mais produtivas e os momentos mais nerds ocorreram nesses dois auditórias alternativos.

No primeiro dia de feira (3), o Auditório Ultra celebrou os 75 anos de Flash e Lanterna Verde, trouxe o eterno Power Ranger vermelho Steve Cardenas e também contou com duas masterclasses com o quadrinista Scott McCloud e o roteirista Mark Waid (O Reino do Amanhã, Demolidor, Flash).

Enquanto isso, o Auditório Prime, que tem um espaço reduzido em relação aos outros dois palcos, contou com painéis menos badalados, mas que passavam longe de desinteressar o espectador. Na quinta-feira, a cineasta e ex-VJ da MTV Marina Person contou sobre a experiência do seu primeiro filme ficcional, Califórnia, os youtubers Marcos e Matheus Castro lançaram o jogo A Lenda do Herói, entre outros.

Duas experiências foram as mais bacanas deste dia. Pedro Morelli apresentou os bastidores de como foi criar Zoom, filme de sua autoria que mistura live-action com animação. O longa, que deve estrear no Brasil em 2016, é estrelado por Mariana Ximenes, Gael Garcia Bernal e Alison Pill. Ele contou como foi o processo da transformação do carne e osso para os traços animados. Segundo Morelli, foi realizada a animação por cima dos takes filmados, mas que dá um quê a mais de realismo do que outros exemplos semelhantes, como Waking Life. Todas as cenas foram devidamente filmadas, em estúdio, e depois outros elementos eram adicionados digitalmente através da animação.

A segunda experiência foi o debate sobre a representação de gênero dentro da cultura pop, desde os esteriótipos, a forma como o tema é usado e conduzido neste universo. O bate-papo foi realizado por Ana Luiza Koehler, Luis Carlos Oliveira Souza, Cecihoney e Jarid Arraes.

No dia seguinte (4), houve também outra discussão revelante e semelhante no Auditório Prime. Bruno Trindade, Ana Cardoso, Ricardo Tokutomo e Jarid Arraes conversaram sobre o modo como ocorre a representação étnica na cultura pop, o que abrangeu tópicos como esteriótipos, como a inclusão de minorias acontece no universo do entretenimento e os pontos positivos disso, e isso reflete nos jovens de hoje.

No Auditório Ultra, houve uma necessária celebração dos 80 anos de Maurício de Souza, o criador da Turma da Mônica. Ele já havia sido um dos grandes homenageados na edição de 2014 e retornou à feira.

Também no mesmo auditório rolou o encontro entre Timothy Zahn (Universo Estendido de Star Wars) e Chris Taylor (Como Star Wars Conquistou o Universo), que encheram a sala para falar sobre o brilhantismo que nem todos enxergam na obra de George Lucas, apontando as referências políticas e sociais da franquia. Em seguida, pouca gente saiu lá de dentro para poder conferir o primeiro episódio da nova série animada Cavaleiros do Zodíaco: Soul of Gold, com dublagem em português (brasileira) em primeira mão. O painel, da TOEI Animation, contou com a presença do produtor Satoshi Teramoto, que conversou com os fãs (dentro do possível, devido ao idioma).

Para saber mais sobre as experiências gerais na CCXP, confira nossas impressões aqui.

— Foram concedidas ao Previamente credenciais para os dois primeiros dias de feira (quinta e sexta-feira). Portanto, não houve no texto nenhuma referência sobre os demais dias de evento.

Por Rodrigo Ramos

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