Ancine quer que filmes só possam ocupar 30% das salas no país

Medida do órgão deve ser definida nesta quarta-feira

O presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Manoel Rangel, não está nada feliz com a grande tomada dos blockbusters nas salas de cinema em todo o Brasil. Por conta disso, a agência deve tomar uma atitude contra a ocupação em massa, restringindo o número de salas que um único longa pode ser exibido.

A Câmara Técnica do órgão deve se reunir nesta quarta (10) para definir o padrão a ser adquirido a partir daí. A Ancine deseja que um filme possa ocupar somente 30% as salas de cinema de um mesmo complexo, a exemplo do que acontece hoje na França.

A medida vem após a estreia de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, que entrou em cartaz em 1310 salas, representando 46% do total das existentes no país, tornando-se a maior estreia de um longa-metragem no Brasil.

– Não somos contra os grandes lançamentos, mas contra os lançamentos predatórios, que são os que ocupam muitas telas em poucos complexos. Esses grandes lançamentos têm uma importância para movimentar o mercado, mas o que não pode ocorrer é um lançamento predatório. Quando um filme é lançado em mais de 1300 salas, como Jogos Vorazes, ele está expulsando outros, homogeneizando a oferta e acabando com a diversidade. O espectador que entrar apenas um título em quase 50% das salas desiste. É menos ingresso sendo vendido e redução do hábito do cinema – disse o presidente da Ancine, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, no mês passado.

Por Rodrigo Ramos

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