Pronto Para Recomeçar | Crítica

Everything Must Go
EUA, 2011 – 97 min
Drama / Comédia

Direção:
Dan Rush
Roteiro:
Dan Rush
Elenco:
Will Ferrell, Rebecca Hall, Michael Peña, Christopher C.J. Wallace, Glenn Howerton, Stephen Root, Laura Dern

Não sou fã de Will Ferrell. Há situações em que seu humor é oportuno, no entanto, na maioria das situações, o tipo de comédia que ele produz é desnecessário e forçado. Ele costuma ser melhor quando é coadjuvante, onde suas piadas são mais bem empregadas. De qualquer forma, ele já mostrou que pode ser um ator de verdade. Na película Mais Estranho Que a Ficção ele nos mostra um lado mais contido e até mesmo com nuances dramáticas. Sentia falta deste Ferrell sutil. Eis que ele ressurge com sua faceta mais agradável em Pronto Para Recomeçar.

A ideia deste longa não é um poço de originalidade. Ferrell interpreta Nick Halsey, um cara que está com a Lei de Murphy ao seu lado, lhe fazendo companhia.  Nick tem um problema com bebida alcoólica. Ele tentou largar. Ficou sóbrio por seis meses, mas acabou dando uma escorregadinha. Isso desencadeou uma sucessão de coisas erradas. Primeiramente, ele acaba perdendo o seu emprego justamente por seu vício em álcool. Ao chegar em casa, ele se depara com todos os seus pertences no gramado e tenta entrar em sua morada, porém o código do alarme foi trocado, assim como as fechaduras. Piorando um pouco mais a situação, sua mulher se recusa a atender suas chamadas e ainda por cima bloqueia os 45 mil dólares que eles possuem no banco e em uma conta conjunta.

As coisas não estão nada fáceis para Nick, que terá de recomeçar de alguma forma. Neste tempo, ele se abriga no seu gramado junto de suas coisas. Ele não quer vende-las. No tempo em que fica por lá, ele acaba criando uma amizade com a recém mudada vizinha do outro lado da rua, Samantha (Rebecca Hall) e também com Kenny (Christopher C.J. Wallace), garoto que passa o dia inteiro sozinho, vagando enquanto sua mãe trabalha. O protagonista está sem rumo e estas duas companhias em seu dia vão lhe dando algum tipo de incentivo para mudar as coisas.

O filme não preza por tanta originalidade, mas o trunfo aqui é utilizar muito bem o elenco. Will Ferrell mostra que consegue se controlar e não parecer canastrão. Seu papel é de um sujeito perdido e ele o interpreta com sutileza. Ele tem seus momentos engraçadinhos, só que eles se encaixam dentro do filme e não ultrapassam o limite do bom senso. Uma interpretação consistente e equilibrada, algo que não se espera de um ator como ele, mas Ferrell nos pega de surpresa.

As situações tentam ao máximo fugir do lugar comum e dos clichês. Neste tipo de filme em busca de um recomeço, a pieguice pode tomar conta facilmente, mas isso não acontece em Pronto Para Recomeçar. Outro ponto positivo para o filme. A direção mantém a qualidade da película ao longo da projeção e o final é satisfatório. Sem muitas reviravoltas e nem tentativas de soar mais inteligente do que é, Pronto Para Recomeçar é um filme leve e agradável de ser assistido.

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