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Melhores atuações principais das séries na temporada 2024/2025

Melhores atuações principais das séries na temporada 2024/2025

Estão na lista performances de séries como The Pitt, Severance, My Brilliant Friend e Adolescence.

O Previamente elegeu os melhores da televisão na temporada 2024/2025, selecionados por quem realmente consome TV.

Na relação abaixo, você confere as 10 melhores performances de atores e atrizes em papéis principais entre os dias 1º de junho de 2024 e 31 de maio de 2025, período de elegibilidade para o Emmy Awards, maior premiação da TV mundial.

Entre os papeis temos uma criminosa injustiçada em busca de vingança, uma filha com sangue nos olhos em busca de vingança (tema recorrente né), um pai enlutado, uma comediante veterana apresentando um late night show e um médico responsável pela pronto atendimento de um hospital universitário.

Conheça o nosso júri clicando aqui.

Diego Luna (Andor)

“You’re coming home to yourself”.

Nascido no México, Diego Luna sempre afirmou que Cassian Andor foi uma de suas grandes oportunidades como ator por ser um papel que fugia dos estereótipos destinados a atores imigrantes em produções de língua inglesa, além de ser um personagem com paralelos com sua trajetória: alguém que luta pelo seu lugar mesmo diante das adversidades.

Ao carregar um dos mais belos arcos de um personagem em Star Wars e da televisão em geral — um jovem relutante numa jornada de sobrevivência em um regime opressor que acaba por se tornar um líder revolucionário –, Diego trouxe à série uma atuação notável por sua profundidade, na qual soube balancear o charme do personagem com uma grande carga dramática.

Diego é encantador como Cassian desde o início da série, e quanto mais os episódios exploram sua busca por uma razão que faça sua luta valer a pena, mais podemos ver o quanto ele é um ator versátil. Destaco aqui sua performance ao final do episódio “Who Are You?”, em que ele carrega uma das cenas mais intensas do ano e apenas com um olhar é capaz de nos emocionar.

Andor é uma das melhores séries dos últimos anos e um marco para Star Wars, além ressoar com os dilemas éticos, políticos e morais do nosso tempo, obra que foi possível em grande parte porque Diego esteve totalmente dedicado à produção e ao personagem, e nos provou que mesmo quando sabemos o destino de um personagem, se a jornada vale a pena, sua história sempre nos surpreenderá. — Geovana Rodrigues

Nathan Fielder (The Rehearsal)

Ser o criador por trás de The Rehearsal como roteirista e diretor talvez ofusque o quão a apatia certeira de Nathan Fielder, a tristeza e esquisitice que ele transmite em cada parte do seu corpo e do seu olhar são vitais como um acompanhamento das jornadas insanas e com uma camada emocional profundamente poderosa que ele quer nos enfiar durante os episódios.

Os contraentes entre a sua figura muito particular, quase um Buster Keaton moderno, com aquelas que estão seu redor – essa falsa realidade – só ajuda a estabelecer um abismo muito concreto e muito emocionalmente poderoso (e engraçado) que aparece em cada parte do rosto e corpo de Nathan Fielder. — Diego Quaglia

Adam Scott (Severance)

Adam Scott sempre foi ótimo na comédia, vide Parks and Recreation e Party Down, mas é em Severance que ele mostra toda sua versatilidade dramática através de dois personagens que são um só. Ele já foi ótimo na primeira temporada, mas conseguiu se superar nesta sequência. Mark S. e Mark Scout, ou innie e outtie, têm personalidades distintas, que são delineadas com sutileza por Scott, porém foi no fim da temporada que testemunhamos um alcance irretocável. Não só pelo arco complexo, mas na sequência das gravações em que o personagem conversa com seu innie. É fascinante assisti-lo, não só porque fica fácil diferenciar um do outro, mas porque enriquece ainda mais a experiência e sua evolução durante a série. Alto nível. — Filipe Chaves

Bella Ramsey (The Last of Us)

Não gostar da versão de Bella Ramsay para a Ellie de The Last of Us é uma tremenda besteira. Ser fisicamente parecida é o de menos, porque, espiritualmente, ela é a Ellie. A versão televisiva faz algumas moderações e a deixa menos babaca com Dina (vivida aqui por Isabela Merced), porém, ela respeita o cerne da personagem. Narrativamente falando, cinco anos se passaram e Bella consegue comprovar que Ellie mudou. Não tão madura assim, mas cresceu; tem mais habilidades sociais e de combate, mas ainda é vulnerável, usa o humor como escudo e tem dificuldades em se expressar emocionalmente. Com a virada do segundo episódio da temporada, ela assume a persona vingativa, tomada pela emoção, com uma raiva encapsulada que pode transformá-la em alguém que pode não ter mais redenção. Ramsay entrega uma performance intensa, emocional e fisicamente. E, mesmo que por uma temporada, a protagonista completa da série. — Rodrigo Ramos

Cristin Milioti (The Penguin)

É inegável que Colin Farrell foi fantástico na pele (ou próteses, risos) de Oz e precisava de uma antagonista à altura, não só como personagem, mas como atriz. Cristin Milioti consegue se sobressair com sua Sofia Gigante, navegando em uma linha tênue entre perversidade e vulnerabilidade que é comovente, sempre trazendo os traumas que a moça carrega. O episódio centrado nela eleva a minissérie a outro patamar, porque quando testemunhamos o que Sofia passou e vemos onde ela chegou, é fácil entender suas ações. Dos gritos e choros de uma jovem injustiçada a uma mulher que é capaz de se vingar com frieza, Milioti nos leva por uma jornada inesquecível através da sua performance que jamais exagera. Uma personagem dificílima a qual ela está totalmente entregue e faz história com ela. — Filipe Chaves

Alba Rohrwacher (My Brilliant Friend / L’amica Geniale)

Na quarta e última temporada, Alba Rohrwacher assume definitivamente o papel de Elena “Lenu” Greco – transitando da voz como narradora das temporadas anteriores para o corpo e o rosto da protagonista. Sua performance se destaca pela sutileza e profundidade: a atriz expressa a luta interna de Lenu com um olhar contido e gestual comedido, materializando suas dúvidas, culpas e ambições com rara honestidade dramática. Ela pode não ter sido a escalação perfeita como foi Irene Maiorino como Lila, mas não há como negar que Alba consegue captar o espírito de Lenu perfeitamente e entrega uma das performances mais marcantes do ano. — Rodrigo Ramos

Stephen Graham (Adolescence)

Cocriador da minissérie, Stephen Graham é a âncora emocional de Adolescence. Ele vive Eddie Miller, o pai devastado cujo filho de 13 anos é acusado de assassinato. Além de ter de interpretar como se estivesse em uma peça de teatro, sem cortes — uma vez que a série é inteiramente filmada em plano sequência –, o que por si só já é bastante complicado, ele é o personagem que mais se aproxima do espectador, vivendo as várias fases do luto da perda do filho — uma morte ainda em vida, de certa forma. No episódio final da minissérie, o diálogo com a esposa é o seu grande momento — e da própria obra –, quando ele questiona o que fez de errado para seu filho ser um assassino, sendo que foi um pai muito melhor do que o seu próprio, oferecendo uma vida confortável, não batendo nele e sendo, dentro do possível, afetuoso. É dilacerante. Uma performance honesta, autêntica e que dá o verdadeiro sentido para a produção. — Rodrigo Ramos

Britt Lower (Severance)

“But I’m her, Mark”.

Para mim, a cena mais marcante da segunda temporada de Severance é aquela em que a personagem Helly verbaliza que ela é, também, Helena Eagan, num momento que não apenas completa o arco da temporada para a personagem, mas sumariza todo o trabalho magistral feito por sua intérprete, a atriz Britt Lower. 

Nessa temporada, Britt tem a missão de trazer de volta a rebelde e determinada funcionária Helly R. e explorar a versão externa da personagem, a herdeira das empresas Lumon, Helena Eagan. E ainda com o desafio de interpretar Helena fingindo ser Helly, em uma chance única de mostrar nos pequenos detalhes, nas mudanças de expressão, da entonação de voz e da postura, as diferenças entre as duas personagens, mas, também, suas semelhanças, já que, como a própria Helly conclui, elas são a mesma pessoa.    

Britt nos revela que sua personagem é uma única pessoa, mas que devido às diferenças de ambiente e relações em que cada uma de suas versões se desenvolve, suas personalidades se expressam de maneiras diferentes. Como Helena Eagan, ela nos entrega uma atuação mais contida e fria, enquanto como Helly R, ela nos fascina com seu carisma, seu andar decidido e postura combativa.

Severance é uma série que cativou desde o piloto e entregou uma das melhores temporadas de estreia, e, em boa parte, isso foi devido a atuação cativante de Britt Lower. E nessa segunda temporada, Britt continuou sendo um dos destaques: uma atriz que cresceu ainda mais com o evoluir da personagem, podendo explorar uma versão mais sombria e ao mesmo tempo mais frágil e insegura da personagem, mas sem deixar de nos assegurar que Helly é uma só. — Geovana Rodrigues

Jean Smart (Hacks)

A majestade nunca perde sua coroa. E na quarta temporada de Hacks, Jean Smart segue irrepreensível como Deborah Vance, encontrando novas camadas de complexidade (e crueldade) a uma das melhores personagens já concebidas na televisão. A performance de Smart permanece afiada, especialmente ao encarnar com sutileza a mistura de insegurança, humor ácido e perseverança da veterana comediante, agora em uma nova configuração: sendo a apresentadora de talk show, mas tendo menos poder do que imaginava, uma vez que deve responder à hierarquia dentro do canal. Ao mesmo tempo, trava uma briga de egos com Ava (Hannah Einbinder), que conduz o fio emocional da temporada. 

Jean Smart é genial em cena. No quarto ano da série, ela mantém o timing cômico exemplar e, ao mesmo tempo, encontra-se vulnerável, demonstrando novas fragilidades. Com crises de pânico, deboches, brincadeiras que vão longe demais, brigas acaloradas, tensão de sobra, trocas de farpas afiadas, reconhecimento das virtudes de outrem e permitindo ser frágil, a atriz entrega ao espectador mais uma atuação memorável ao lado de sua companheira de tela.

Da comédia ao drama, ela continua sendo a rainha. — Rodrigo Ramos

Noah Wyle (The Pitt)

Desde 2021, quando o Previamente decidiu não distinguir gênero na hora de eleger as melhores atuações principais da temporada, as mulheres sempre reinaram. Kate Winslet (Mare of Easttown), Sarah Snook (Succession) e em duas ocasiões Jean Smart (Hacks) foram eleitas as grandes protagonistas de suas respectivas temporadas. Superá-las parecia impossível — e por muito pouco Smart não levou o tricampeonato neste ano. Contudo, Noah Wyle veio e surpreendeu a todos. Talvez The Pitt, por si só, tenha surpreendido a audiência inteira. O drama médico procedural, um clássico televisivo, conquistou, semana após semana, o público. Parte desse mérito é graças ao desempenho do ator. Conhecido por seu emblemático papel em ER (Plantão Médico, no Brasil), ele retorna ao universo médico televisivo com maturidade e autenticidade, vivendo o Dr. Robby. Veterano, ele é líder de uma equipe de pronto socorro em um hospital. Amigável, sereno e vulnerável, ele serve como mentor para os colegas, apresentando autoridade e empatia em sua caracterização. 

Durante as 15 horas em que se desenrola a narrativa, o espectador é introduzido, pouco a pouco, a peças da área pessoal do personagem e vamos entendendo seu estado de espírito, mental e emocional, incluindo o trauma que lhe persegue durante toda a temporada.

A construção pelo roteiro é fabulosa, culminando na já famosa cena dentro da ala pediátrica, em que Wyle desaba diante da câmera. Muito de sua performance é interna, com seus próprios demônios e conflitos lhe tirando o sossego, enquanto precisa manter-se firme para liderar o pronto socorro, mas é impossível conter tantas emoções, como é provado em cena. É uma interpretação sem igual, em que Wyle se conecta com o espectador, na leveza e na dor.

Uma daquelas performances para ficar na memória. — Rodrigo Ramos

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Textos por Diego Quaglia, Filipe Chaves, Geovana Rodrigues & Rodrigo Ramos
Produção, edição e redação final por Rodrigo Ramos
Fotos: HBO Max, Apple TV+, Netflix, HBO, RAI e Disney+

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