fbpx

Melhores séries da temporada 2024/2025

Melhores séries da temporada 2024/2025

Melhores Séries de Comédia

Poker Face (Peacock) — Segunda Temporada

Revivendo o modelo de procedural clássico investigativo, Poker Face tem uma segunda temporada não tão consistente quanto sua antecessora, porém, mantém sua aura de puro divertimento descompromissado. Não espere um grande desenvolvimento de personagem ou de longa narrativa, ainda que haja algumas fases delimitadas no início e na reta final da temporada para isso. Aqui, a proposta é embarcar no carro e curtir a jornada. E nela encontramos vários plots malucos (o episódio do jacaré cheirado na cocaína é uma das melhores coisas da TV na temporada) e participações especiais de luxo, incluindo Cynthia Erivo, Margo Martindale, Melanie Lynskey, Giancarlo Esposito, John Cho, John Mulaney, Justin Theroux, a voz de Steve Buscemi, entre outros. Essa diversão toda é capitaneada pela sempre agradável e engraçada Natasha Lyonne, mais uma vez irrepreensível no papel principal. — Rodrigo Ramos

Disponível na Universal+.

Overcompensating (Amazon Prime Video) — Primeira Temporada

As comédias universitárias já viveram dias melhores. Longe dos tempos áureos, Overcompensating vem para dar um novo gás ao gênero, com doses de bom humor millenium/geração Z e conseguindo subverter alguns clichês. Exemplo disso é o plot inicial. Benny (Benito Skinner) é o filho dos sonhos comum dos Estados Unidos: homem branco cis, maromba, craque de futebol americano e aluno exemplar. Contudo, por trás disso tudo, esconde um segredo: ele é gay. Quanto custa viver de aparência? É a pergunta que, de forma sagaz e debochada, a série faz. A comédia cria situações constrangedoras, nojentas e divertidas, mas também dá espaço para abordar os aspectos emocionais desses personagens, que no início da vida adulta ainda estão em busca de sua própria identidade. Overcompensating é para rir, é claro, mas se apoia também em bons personagens para não ser apenas uma gozação. — Rodrigo Ramos

Disponível na Amazon Prime Video.

Dying For Sex (FX)

Dying For Sex é uma comédia improvável de uma mulher com câncer que embarca em uma viagem erótica durante o seu tratamento, explorando sua sexualidade, sem nenhum pudor, até os seus dias derradeiros.

Apesar de tratar de um tema sério, a minissérie, belamente liderada por Michelle Williams e Jenny Slate, mantém a seriedade do exposto, bem como na condução das relações mais próximas (como o relacionamento da protagonista com a melhor amiga e a mãe) sem perder a leveza proporcionada pelas aventuras sexuais, além de ser uma rara narrativa que aborda com tanta franqueza a sexualidade feminina. Imperdível. — Rodrigo Ramos

Disponível na Disney+.

Pablo & Luisão (Globoplay) — Primeira Temporada

É uma delícia ver uma série nacional tão original e divertida quanto Pablo & Luisão. Criada por Paulo Vieira, a comédia é inspirada em histórias reais da família do roteirista e sua vivência no interior do país. Servindo também de narrador, ele conduz as peripécias da dupla do título, vivida por Aílton Graça (Luisão) e Otávio Müller (Pablo). O elenco ainda conta com Dira Paes no papel de Conceição, a matriarca da família. 

Intencionalmente (ou não), a série lembra o estilo de Everybody Hates Chris (Todo Mundo Odeia o Chris, no Brasil), bastante conhecido pelo público brasileiro, narrando as memórias da infância com um quê de exagero e até surrealismo para reforçar o tom cômico. Apesar disso, a semelhança fica por aí, já que as histórias são extremamente brasileiras, com causos únicos beirando o inexplicável (mas respaldados pelos mencionados na vida real, sempre presentes no encerramento dos episódios), mostrando também um Brasil (no caso, o estado do Tocantins) que normalmente não está sob o holofote nas produções nacionais.

A caracterização é perfeita, o elenco apresenta entrosamento raro de se ver logo na primeira temporada e o texto é competente, principalmente por não cair na idealização ou romantização da pobreza — uma verdadeira aula para Manuela Dias. Uma comédia familiar cativante, do início ao fim. — Rodrigo Ramos

Disponível na Globoplay.

Shrinking (Apple TV+) — Segunda Temporada

Se você é daqueles que sente falta de sitcoms de grupos de amigos (como Friends ou How I Met Your Mother), me permita trazer a palavra de Shrinking. OK, as laugh tracks se foram (provavelmente para nunca mais voltar), mas aqui temos a versão moderna e revisada desse estilo. Ao contrário de Ted Lasso (dos mesmos produtores), que volta e meia se perde no meio do drama açucarado, aqui os roteiristas e o elenco conseguem um equilíbrio dificílimo: roteiros e histórias efetivamente engraçados (incluindo diálogos cheios de palavrões que fariam Ted Mosby corar de vergonha) e com temas pesados que dificilmente seriam pauta de comédias de até poucos anos atrás (como declínio motor ou ideação suicíd@). O elenco é um verdadeiro ensemble, com veteranaços da indústria como Jason Segel, Christa Miller (tão boa que nem parece esposa do criador) e Harrison Ford (em seu primeiro papel fixo num seriado recorrente, aos 82 anos!) e nomes que sempre estiveram lá, mas que nós nunca tínhamos dado muita atenção (Ted McGinley — no papel da vida dele — e você nem precisa ter assistido os outros pra ter certeza disso). — Juliano Cavalca

Disponível na Apple TV+.

The White Lotus (HBO) — Terceira Temporada

Mike White nos levou novamente a viajar com os ricos. Alguns são rostos conhecidos, e o clima paradisíaco da Tailândia nos faz sentir em casa, apesar das boas vidas inesperadas a uma nova música de abertura.

Durante oito semanas, o suspense do “quem matou?” e “por que matou?” testou nossa paciência mais do que nas temporadas anteriores. Isso não é necessariamente ruim; foi a temporada com mais previsões acertadas que as demais, porque Mike White está em outro nível de escrita. Ele mergulha profundamente na complexidade dos personagens, sem se importar com as pistas.

Mais do que isso, ele conhece seu público com clareza, o que significa que a série amadureceu e nós amadurecemos junto. Isso é uma faca de dois gumes, já que pode ser difícil agradar um espectador que antecipa seus passos.

A terceira temporada de The White Lotus é boa. Se você tem dúvidas ao fim dela, é porque funcionou. Seja pelo elenco brilhante (Walton Goggins, Parker Posey, Carrie Coon, Jason Isaacs), pela cena insana de Sam Rockwell, ou simplesmente porque você passaria mais semanas acompanhando as férias desses ricos. No fim, tudo isso compõe a marca de The White Lotus, e sim, ela continua boa. — Isadora Cândido

Disponível na HBO Max.

The Studio (Apple TV+) — Primeira Temporada

A comédia queridinha do ano, principalmente de Hollywood, é The Studio. A sátira escrachada sobre o modus operandi dos grandes estúdios nos conta como e por que a indústria se comporta da sua maneira, e como é difícil mudar a roda, mesmo aqueles que estão nos bastidores e fazem parte desse ecossistema. E para criticar esse universo cinematográfico, os criadores Seth Rogen, Evan Goldberg, Peter Huyck, Frida Perez e Alex Gregory (sim, eles são muitos) utilizam-se de todos os recursos da linguagem cinemática para contar essa história, usufruindo das técnicas para construir a narrativa, a exemplo do excelente “The Oner” feito todo em plano sequência (uma homenagem e uma crítica), uma edição afiadíssima, e muito mais.

Tecnicamente, é impecável. O mesmo é possível dizer do seu elenco, que transborda talento e timing cômico — o que, inclusive, faz com que “The Casting” seja um dos episódios mais engraçados da história recente da televisão. E as participações especiais? É incrível que tenham conseguido juntar tantos A-list de Hollywood para uma grande e extremamente divertida bobagem como essa, em especial o impagável papel de Martin Scorsese como ele próprio.

The Studio é, em suma, uma grande aula de técnica e de comédia. Ela é inteligente em suas sacadas, é impecável tecnicamente, mas ainda assim falta um pouco mais para torná-la A comédia da TV. Para isso, precisaria aprofundar melhor seus personagens, que aqui servem como peças para fazer piadas e não necessariamente pessoas. O mais próximo disso é Matt, vivido por Seth Rogen, que tem um desenvolvimento pessoal durante a jornada da temporada, mas ainda é pouco. De qualquer forma, no sentido mais radical da palavra comédia, The Studio é a que mais se aproxima do gênero puro. E, não à toa, figura nesta lista. — Rodrigo Ramos

Disponível na Apple TV+.

Somebody Somewhere (HBO) — Terceira Temporada

Existem séries que não alcançam um grande público apesar de todas as suas qualidades, e Somebody Somewhere faz parte desse rol. Uma preciosidade do catálogo da HBO que nunca teve muito alarde nem reconhecimento, mas que em sua temporada final conseguiu conquistar duas merecidas indicações (e um prêmio!) ao Emmy: Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia para Jeff Hiller (vencedor da categoria!) e Melhor Roteiro para Série de Comédia. Um dos motivos de ter alcance restrito é porque não traz cenários urbanos, situações mirabolantes ou personagens atraentes. Muito pelo contrário, pois Somebody Somewhere é uma série que se destaca pela simplicidade: se passa no Kansas e foca em personagens que estão fora dos padrões, sejam estéticos, intelectuais ou de orientação sexual.

O enredo principal é sobre luto e aceitação, sobre amizade, sobre gente como a gente, que encontra força umas nas outras. Do roteiro às atuações, tudo é executado com maestria, em um equilíbrio perfeito entre o cômico e o trágico. Assim fica fácil mergulhar no universo idílico da protagonista Sam (Bridget Everett, maravilhosa no papel), nas rotinas de seus amigos e nos dramas de sua família, assim como se apaixonar pela beleza de tudo que é extraordinariamente simples na vida deles (e nas nossas).

É daquelas séries conforto que são capazes de nos fazer rir e chorar, sempre com leveza e sensibilidade.

Somebody Somewhere vai fazer falta, mas já deixou a sua marca no coração de muita gente em apenas três temporadas. — Ana Bandeira

Disponível na HBO Max.

The Rehearsal (HBO) — Segunda Temporada

Desafiar as possibilidades do audiovisual é uma das características de grandes artistas e é um frescor em tempos de mesmice e tão higienizados conferir que Nathan Fielder é um desses grandes artistas. Uma mistura de Abbas Kiarostami com David Lynch com Buster Keaton, Andy Kaufman com Alberto Brooks, o que Nathan Fielder faz em The Rehearsal com todas as suas referências e conexões é simplesmente ele apesar de ele estar sendo alimentado, impulsionado e ligado a tudo isso.

Na segunda temporada de The Rehearsal, Fielder investe numa versão fictícia dele próprio analisando acidentes aéreos e a sua obsessão por aviões. O absurdismo da coisa toda entra para terrenos extremos desde Nathan revelando um conflito curioso com a Paramount+ por causa de Nathan For You, ele recriando a vida do piloto Sully Sullenberger, o seu suposto autismo e ele lidando com pessoas do cotidiano.

A imaginação de Nathan é infinita e poucos consegue misturar um estilo de narrativa cru falsamente documental com uma comédia desconfortável estoica, os absurdos dela e uma melancolia devastadora.

O nível de tensão surpreendente, crueza, emoção, estranheza, grotesco, bizarro, graça e verdade que o Nathan Fielder atingiu é muito especial. A assimilação com ele, com esse tom especifico e com o que ele cruza é total, e tudo acaba se completando, beneficiado por um trabalho muito particular de escrita, direção e fotografia em como expor o absurdo dentro do performático e da realidade. — Diego Quaglia

Disponível na HBO Max.

Hacks (HBO Max) — Quarta Temporada

O ambicioso e perfeito finale da terceira temporada de Hacks deixou uma pergunta no ar: é possível manter o nível? É um consenso de que Deborah Vance (Jean Smart) e Ava Daniels (Hannah Einbinder) são excelentes quando estão do mesmo lado, então colocá-las trabalhando juntas, mas se desafiando, poderia ser um limitador para a narrativa. Há um teto para a quantidade de piadas delas se sabotando. A quarta temporada fica no limiar de exceder esse limite, mas, felizmente, ao final dos 10 episódios, Hacks mostra-se novamente capaz de surpreender o espectador. 

O plot geral da temporada foca-se na criação do late night talk show, o primeiro na história a ser apresentado por uma mulher (aparentemente, só na ficção isso é possível). Mesmo com a briga entre as duas protagonistas, a situação oferece novos desafios a elas, já que Deborah agora tem superiores e Ava precisa mostrar ter capacidade de liderança agora que não é só mais uma roteirista no grupo (o que ocasiona o surto épico da personagem). Ambas, inclusive, sofrem com uma certa síndrome de impostor aqui. 

Mesmo não tendo como adivinhar o futuro dos bate-papos noturnos, Hacks ofereceu uma leitura acurada sobre os caminhos dos programas, em especial diante de toda a repercussão com o cancelamento do The Late Show com Stephen Colbert nos Estados Unidos (e, após a primeira versão deste texto, também tivemos a retirada do ar de Jimmy Kimmel Live!), basicamente, por pressão política e monetária. Isso demonstra a capacidade dos roteiristas de conseguirem enxergar a movimentação da indústria e não perderem a piada.

A série acerta, principalmente, quando equilibra o humor ácido com crises humanas reais (ansiedade, pressão de palco, armadilhas públicas), mostrando que Hacks está sempre disposta a fazer rir, mas sem abrir mão da vulnerabilidade de suas personagens e seu dramas. Afinal, o fio condutor da série é justamente essa relação complicada, conflituosa, mas visivelmente cheia de admiração e, lá no fundo, de carinho entre Deborah e Ava, que cresce e amadurece.

Há alguns momentos em que Hacks sugere que vai cair no lugar comum e se repetir, porém, subverte as expectativas, como no excelente nono episódio da temporada “A Slippery Slope”. 

A quarta temporada mostra que a série tem lenha para queimar, contudo, aponta que o final dessa história precisa vir, quem sabe, já no próximo ano. O finale indica que pode ser o caso (e Hannah Einbinder confirmou como fato). Seja como for, é indiscutível que Hacks continua sendo a melhor comédia no ar. — Rodrigo Ramos

Disponível na HBO Max.

Páginas: 1 2 3 4 5 6 7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *