Corpo de Baile de Itajaí prepara adolescentes e jovens para atuação profissional.

Movimentos leves e precisos, alternados com alongamentos, flexões e pausas para os ajustes. O “plié”, um dos passos fundamentais do ballet clássico, não é o único a ganhar mais destaque na vida dos 25 selecionados no Corpo de Baile de Itajaí. Os bailarinos do projeto de formação técnica estão em adaptação à nova rotina das atividades, que iniciaram dia 1º de abril, de segunda a sexta-feira no período vespertino, no Hama Espaço Artístico.

Em alguns dias da semana, a carga horária chega a quatro horas com corpos em movimento e mentes focadas no conteúdo. Já neste primeiro mês do projeto, o grupo teve contato de forma introdutória com todos os assuntos previstos na grade curricular do curso. O programa formativo contempla aulas e workshops de ballet, anatomia e fisiologia humana, dança contemporânea, dramaturgia, história da arte, história da dança, jazz, musicalização e teoria da dança.

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Todos os candidatos selecionados, com idade entre 12 e 24 anos, já praticavam ballet. Porém, mesmo tendo passado anteriormente por aulas de iniciação à dança, será nesta formação que terão uma base prática e teórica para prepará-los para serem bailarinos profissionais. Para isso, os ensinamentos e vivências ultrapassam o universo do ballet, transitam em outras linguagens artísticas no intuito de torná-los artistas mais completos, com total de 800 horas de aulas, workshops, audições e apresentações que ocorrerão até dezembro deste ano.

Hantiêla Salerno, idealizadora e diretora geral da iniciativa, explica que houve uma reunião geral da equipe com famílias e responsáveis dos bailarinos selecionados ao final de março, para explicar a dinâmica da proposta. “Este começo é de ajustes e adaptações, tanto na rotina deles quanto do ponto de vista físico. Sabemos que é puxado. Em contrapartida, traz uma amostra importante do que terão que realizar e desenvolver como bailarinos profissionais”, pondera.

Os olhos brilhantes revelam a alegria de Lívia Moraes, 12 anos, ao concluir uma tarde de atividades no projeto. Ela conta que dança há três anos e está radiante com a proposta do Corpo de Baile. “Estudo de manhã, almoço e logo depois venho para cá. Isso aqui exige responsabilidade, é uma formação muito completa e tenho certeza de que minha dedicação valerá a pena. Eu sonho em fazer parte de uma companhia fora do Brasil e acredito que o projeto me ajudará a chegar lá”, afirma.

Já Luiza Emanueli Rodrigues, 16 anos, começou a dançar ainda na primeira infância, aos três anos de idade. Ela fez vários cursos e mesmo assim, estava ansiosa com a seletiva e o início das atividades. “Antes das aulas começarem, eu estava com medo de que houvesse uma competição acirrada entre os selecionados, porque há diversas pessoas que eu não conhecia antes. Mas não está sendo assim, há uma troca muito sadia entre nós, com parceria no grupo. É a chance que teremos de alçarmos voos, irmos longe”, diz Luiza.

Sobre o projeto

O “Corpo de Baile de Itajaí” visa a formação de futuros bailarinos profissionais, por meio de aulas, workshops e oficinas de formação técnica fundamental gratuitas, focadas no ballet cubano e em conteúdos complementares, tendo a arte como instrumento de transformação social. A iniciativa é uma realização do Hama Espaço Artístico, por meio do Programa de Incentivo à Cultura, o PIC, do Governo do Estado de Santa Catarina, aprovado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com o incentivo da Havan e da Usimetal.

Fotos: Thiago França

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