As melhores (e piores) séries de 2022

Better Call Saul, Euphoria, Hacks e Ozark estão na relação – só não disse se entre as melhores ou piores do ano.

Tendo assistido mais de 1111 episódios em 2022 (não, você não leu errado, é isso mesmo, pode entrar no meu perfil do TV Time e verificar), acredito ter local de fala para palpitar sobre uma coisa ou outra quando o assunto é televisão. Como já era esperado, especialmente pós o vácuo deixado pela pandemia, uma porrada de programas inéditos e novas temporadas de séries em andamento foram lançadas nos últimos 12 meses. É humanamente impossível ver tudo, pois ainda tenho vida, incluindo uma social. Porém, como tenho carinho por meus leitores, faço questão de trazer o que houve de melhor dentre aquilo que consegui assistir ao longo do ano.

Preparados para conferir as 20 melhores séries (e uma novela), além de sete das grandes decepções de 2022? Espero que a resposta seja positiva. Confira abaixo.

  1. The Good Fight (Paramount+) – Sexta Temporada

Foi a melhor temporada da série? Nem de longe. Foi ruim? Tampouco. O adeus à Diane Lockhart, personagem que está conosco há 13 anos, tem seus pontos altos, puxados pelo elemento clássico dos Kings, que é trazer a trama para o nosso cotidiano, o que torna difícil distinguir ficção da realidade. Entre erros (Diane continuar com Kurt, pelamordedeus) e acertos (o retorno triunfal de Eli Gold ao universo, interpretado com maestria por Alan Cumming), o derradeiro ano de The Good Fight se despede acertando mais uma previsão sobre o futuro e rindo da própria desgraça que é viver neste planeta em 2022.

Disponível na lojinha®.

(Elizabeth Fisher/Paramount+)
  1. Bad Sisters (Apple TV+) – Primeira Temporada

É comédia ou é drama? Não sei. É uma linha tênue aqui. O que importa é que Bad Sisters (ou Mal de Família, na tradução BR) nos envolve na trama de irmãs que, apesar de diferenças e falhas, são unidas. Entretanto, o lixo humano que é o marido de uma delas as empurra para executarem o assassinato do dito cujo, porém, não exatamente do jeito que planejavam. Poucas vezes senti tanto ranço por um personagem. Ou seja, objetivo atingido com sucesso.

Disponúvel na Apple TV+.

(Apple TV+)
  1. Reservation Dogs (FX) – Segunda Temporada

Diferente de uma certa série da FX criada por Donald Glover, Reservation Dogs sabe muito bem como trabalhar uma narrativa sobre amigos, construir uma temporada com uma trama central sólida, ao mesmo tempo em que consegue fazer episódios solos e até mesmo esquisitos, sem perder o fôlego e acertando no tom, além de respeitar a cultura desse grupo. Belíssimo!

Disponível na Star+.

(FX)
  1. Julia (HBO Max) – Primeira Temporada

Tão deliciosos quanto os pratos de Julia Child são os episódios de Julia, uma série despretensiosa, gostosa, que aquece o coração, perfeita para assistir com um vinho caro e seu mozão. Toda minha admiração para Sarah Lancashire, perfeita no papel.

Disponível na HBO Max.

(Seacia Pavao/HBO Max)
  1. Yellowjackets (Showtime) – Primeira Temporada

Christina Ricci. Melanie Lynskey. Obrigado.

Disponível na Paramount+.

(Showtime)
  1. Evil (Paramount+) – Terceira Temporada

Aquém do fantástico segundo ano? Sim. Porém, Evil ainda tem muito a contribuir. Terror farofa sem vergonha de parecer ridículo, a sucessora de Arquivo X manteve certo grau de entretenimento, o suficiente para estar neste top 15. Além disso, conta com Kirsten Bouchard e Sister Andrea, duas das melhores personagens atualmente na TV, interpretadas deliciosamente por Katja Herbers e Andrea Martin.

Disponível na Globoplay.

(Elizabeth Fisher/Paramount+)
  1. Mythic Quest (Apple TV+) – Terceira Temporada (Apple TV+)

Não é necessário terminar a temporada para cravar que Mythic Quest continua sendo uma das melhores comédias da atualidade. Mesmo com algumas mudanças, como a ausência de F. Murray Abraham do elenco (a justificativa dentro da narrativa foi bastante plausível e divertida, honrando o personagem) e saída dos protagonistas da empresa que produz o game que dá nome ao seriado dentro da narrativa, a sagacidade do roteiro e a qualidade de seus atores, inserindo peças mais emocionais para dar tridimensionalidade aos seus jogadores – ainda que sejam facilmente detestáveis, porém, irresistíveis -, equilibrando assim a equação, mantém Mythic Quest como sendo imperdível.

Disponível na Apple TV+.

(Apple TV+)
  1. Servant (Apple TV+) – Terceira Temporada

Produzida por M. Night Shyamalan, Servant entrou no catálogo da Apple TV+ sob desconfiança, mas ano após ano foi se consolidando como uma das melhores obras do streaming. O plot é loucura, sim, mas a série dá um jeito de fazer com que a gente embarque nessa – porém, não darei detalhes para não dar spoiler, assista. Em seu terceiro ano, a tensão continua à flor da pele, há novos mistérios e velhas perguntas não respondidas, enquanto a dinâmica de seus personagens permanece louvável – Lauren Ambrose continuar sendo ignorada por listas e premiações por sua potente performance aqui é lamentável. Corram para assistir, pois a quarta temporada será a última.

Disponível na Apple TV+.

(Apple TV+)
  1. Peacemaker (HBO Max) – Primeira Temporada

Peacemaker não é a típica série de super-herói da DC ou da Marvel. Sem medo do ban, James Gunn comanda a produção abusando da violência e das piadas, com ação de alta qualidade, trazendo escatologia e até uma pitada de ingenuidade, porém, sem deixar de desenvolver seus personagens e criar um vínculo emocional entre eles e também com o público. Diversão sem vergonha.

Disponível na HBO Max.

(HBO Max)
  1. My Brilliant Friend (HBO/RAI) – Terceira Temporada

O terceiro ano da série italiana expande seu horizonte ao abordar não somente os dramas pessoais de suas duas protagonistas, mas também o contexto político da época. O segundo episódio da temporada, “The Fever”, evidencia a luta de classe ao tratar sobre a exploração de mão de obra em trabalhos insalubres e mal remunerados. Ser adulto é entender que tudo ao nosso redor envolve política, por mais que se goste ou não de falar sobre o assunto. E o terceiro ano de My Brilliant Friend (L’amica Geniale, no original, e A Amiga Genial, em português) é cirúrgico em captar essa ideia. Claro, não é apenas sobre isso, mas essa visão mais madura norteia a narrativa, coincidindo com as novas etapas de vida das duas protagonistas.

Disponível na HBO Max.

(HBO/RAI)
  1. Pachinko (Apple TV+) – Primeira Temporada

A narrativa épica que acompanha três gerações de uma família sul-coreana em busca do seu lugar ao sol no Japão é daquelas que nos impactam de um jeito diferente. Poético, visualmente deslumbrante e doloroso, o seriado traz uma visão pouco conhecida (especialmente na América e na Europa) da história asiática, abordando a guerra, o preconceito, as diferenças culturais entre países vizinhos, e como isso afetou a vida de milhões, marcando para sempre as famílias. É brutal, profundamente triste, melancólico, porém, em meio a isso, há também esperança.

Disponível na Apple TV+.

(Apple TV+)
  1. The White Lotus (HBO) – Segunda Temporada

Deixando de lado a petulância e pseudogenialidade do primeiro ano, bastante irregular, Mike White (do ótimo Enlightened, assistam!) mostra na segunda temporada de The White Lotus que não está tão preocupado com a narrativa macro, e se debruça sobre seus personagens. Dos mais patéticos (como Portia e Tanya, esta vivida por Jennifer Coolidge) aos mais intrigantes (como Daphne, brilhantemente feita por Meghann Fahy, o maior destaque da temporada, e a dupla Lucia e Mia), White faz com que suas peculiaridades, contradições, intenções e ações sejam maiores do que qualquer mistério de assassinato ou crítica sobre como gente rica é pedante. Independente da origem, o autor está interessado em explorar a raiz do ser humano, ou seja, em suma, nos dizer que somos até capazes de agir diferente, mas que constantemente seguiremos o nosso modus operandi.

Disponível na HBO Max.

(HBO)
  1. Todas as Flores (Globoplay) – Primeira Parte

A Globo não poderia ter optado por uma obra melhor para ser a sua primeira novela direto para o streaming do que Todas as Flores. A produção, dividida em duas partes (45 episódios na primeira, 40 na segunda), conseguiu captar a atenção que a atual novela da faixa das 9 na TV aberta não conseguiu. João Emanuel Carneiro (Avenida Brasil, A Favorita) entendeu de cara o conceito. Diferente do formato televisivo tradicional, ele imprime aqui um ritmo mais ágil e focado, trazendo resoluções em poucos episódios que levariam semanas para serem entregues na TV aberta. Tirando uma coisa ou outra (como o núcleo inteiro de Oberdan), o autor consegue nos manter entretido com a maior parte dos personagens, instigando o espectador pelo desenrolar da história e pelos mistérios ainda a serem respondidos. Tudo isso com um trio de protagonistas que se superam a cada capítulo, com uma mocinha (Sophie Charlotte) que consegue escapar do marasmo do arquétipo e duas vilãs incríveis (Letícia Colin e Regina Casé), cheias de nuances e diálogos marcantes. É hipnotizante, viciante, puro entretenimento.

Disponível na Globoplay.

(Globoplay/Globo)
  1. Severance (Apple TV+) – Primeira Temporada

Em Severance (Ruptura, em português), uma empresa tem a tecnologia de implantar em seus funcionários uma função em que seus cérebros simplesmente esquecem da vida do lado de fora enquanto estão trabalhando; quando o expediente acaba e eles saem do local de trabalho, as memórias do que viveram no turno não se mesclam com as demais da vida externa. É uma ideia completamente original, horripilante, que o capitalismo adoraria que fosse real. A partir do plot, Severance cria um universo ímpar, desenvolvendo personagens e mistérios peça a peça, sem se apressar. E quando as revelações vêm, elas valem a pena. A série respeita o formato televisivo, sabe como entreter, não abusa da minutagem só porque está no streaming (a finale com 40 minutos é prova disso), traz questionamentos filosóficos e políticos, ou seja, é um prato cheio.

Disponível na Apple TV+.

(Apple TV+)
  1. The Bear (Hulu) – Primeira Temporada

Um ataque de ansiedade traduzido em uma obra audiovisual. Esta é The Bear (O Urso, em português). Com apenas oito episódios, de cerca de meia hora cada, a série ficou marcada no imaginário dos espectadores com a condução da narrativa e o esplendido uso da edição, que fazem com que a frequência cardíaca vai pros altos com a injeção de adrenalina, tensão e ansiedade. Mesmo assim, a série é esperta o suficiente para baixar a tensão e explorar com mais profundidade e calma seus personagens, em especial, um tema que permeia todos eles: o luto, nas mais diversas formas. Desse modo, a técnica não se sobrepõe à qualidade do texto, mas a complementa. No fim, é uma história bastante familiar, porém, a maneira em que é contada faz com que The Bear seja um dos melhores espécimes de 2022. Nota adicional: Episódio 7 é um dos mais insanos e fantásticos do ano.

Disponível na Star+.

(Frank Ockenfels/Hulu)
  1. Andor (Disney+) – Primeira Temporada

Se você desistiu de Andor após os três primeiros episódios, não te julgo, pois tive essa vontade. No entanto, brasileiro que sou, não desisti. E, felizmente, valeu a pena a persistência. De longe, a obra mais ousada do universo Star Wars desde Os Últimos Jedi. Ouso dizer: é a única coisa realmente boa feita desde então. Tocando em temas que juro não saber como passou pelo departamento de veto da Disney, Andor aborda política, opressão policial (e, por consequência, do Estado), comunismo (sim!), sistema prisional, e muito mais. É impressionante tudo o que ela faz em 12 episódios, pois, afinal, ela ainda é Star Wars, então a ação se faz presente e não desaponta, sendo o complemento perfeito para uma série politizada, que não fica em cima do muro, mostra os horrores daquele universo (e que reverberam no nosso próprio cotidiano e história), mas sem sacrificar seus personagens – destaque para a senadora Mon Mothma e Kino Loy, vividos por Genevieve O’Reilly e Andy Serkis, respectivamente – e sem deixar de lado o entretenimento que é. E, veja só, tudo isso sem envolver a família Skywalker! É um dos grandes feitos do ano.

Disponível na Disney+.

(Disney+/Lucasfilm Ltd.)
  1. Station Eleven (HBO Max)

Sendo lançada ainda em meio à pandemia da Covid-19, Station Eleven poderia soar deslocada, quiçá desrespeitosa, por ter como ponto de partida uma pandemia mortal por um vírus misterioso. No entanto, a série supera o obstáculo graças ao seu material primoroso, servindo como um conto de esperança em meio a um cenário bastante desesperador. Station Eleven acerta por não ser uma obra sobre mocinhos e vilões no período pós-apocalíptico, e sim um estudo sobre a importância da conexão humana, da arte e da história. Mesmo com mil razões para terminar em um lugar obscuro, a série opta pelo caminho do otimismo, nos oferecendo o raio de esperança pelo qual buscamos ao longo de dois anos.

Disponível na HBO Max.

(HBO Max)
  1. The Rehearsal (HBO) – Primeira Temporada

Com The Rehearsal (O Ensaio, em português), Nathan Fielder nos faz questionar o limite entre o real e ficção de um jeito inédito. Na narrativa, ele treina as pessoas para que se preparem para todas as possibilidades em determinadas situações da vida real. À princípio, é de se pensar que é algo como Borat, de Sacha Baron Cohen, em que existem cenários verdadeiros e outros orquestrados. Contudo, conforme os episódios se passam, a narrativa escala de tal modo que o espectador começa a questionar como é possível ter gente tão maluca nesse mundo – e isso inclui o próprio Fielder. Mesmo com o questionamento se aquilo é de fato a realidade ou não, a escalada ocorre de tal modo que é impossível não se envolver com o drama vivido pelo personagem (ou a pessoa real?) de Fielder, pois, no fim, a série é sobre ele e sua busca em sentir algo. É a série mais original do ano, sem sombra de dúvida.

Disponível na HBO Max.

(HBO)
  1. Hacks (HBO Max) – Segunda Temporada

Na segunda temporada, Hacks faz algo pouco usual em comédias: troca completamente o cenário. Como praxe, comédias se apegam aos lugares comuns para criarem suas piadas, ou mudam tudo como último recurso após diversas temporadas no ar, mas Hacks se recusa ser mais uma dentre as milhares de séries por aí. E mesmo com a mudança, que acaba alterando a dinâmica (e participação) dos personagens, o timing cômico permanece intacto. No segundo ano, Hacks joga as convenções pro alto, arrisca nas piadas, fortalece as relações entre seus personagens, amplia o universo em que está inserido, sem nunca deixar a dignidade e a identidade para trás. É uma série que não tem a menor vergonha de ser uma comédia, e nem por isso deixa de explorar, por meio de um trabalho magistral de desenvolvimento de personagens, a parte emocional. É a prova de que a comédia perfeita existe.

Disponível na HBO Max.

(Karen Ballard/HBO Max)
  1. Better Call Saul (AMC) – Sexta Temporada

Quando nasceu, ninguém imaginava o tamanho que Better Call Saul teria. Afinal, ser um spin-off de uma das maiores séries de todos os tempos (Breaking Bad, pra quem não sabia) é uma tarefa ingrata. Nem mesmo os criadores sabiam, lá no primeiro ano, qual seria o destino da série, convenhamos. Entretanto, tijolo por tijolo, Better Call Saul foi sendo construída com muito cuidado desde sua fundação. No sexto e último ano, havia muitas perguntas a serem respondidas. Dar fim à narrativa dos personagens originais, conectar sem voltar atrás com os fatos de Breaking Bad e ainda contar o que aconteceu com Jimmy/Saul/Gene e Kim depois de tudo isso. É muito para lidar. E, de alguma forma, Peter Gould e companhia conseguiram. Tudo o que precisava de solução, foi solucionado. Todas as peças se encaixaram no fim. Nunca, no entanto, os personagens são sacrificados em prol do espetáculo. Inclusive, é porque aprendemos a nos importar tanto com esses personagens que os episódios derradeiros de Better Call Saul batem tão forte. É sobre ação e consequência, é sobre culpa, é sobre amor. É um final perfeito para uma série que beirou a perfeição. E, aqui, ainda temos as duas maiores atuações do ano: Bob Odenkirk e Rhea Seehorn. Jimmy e Kim, vocês sempre serão lembrados.

Disponível na Netflix.

(AMC)

Menções honrosas: Better Things (FX) – Sexta Temporada, Abbott Elementary (ABC) – Segunda Temporada, Tuca & Bertie (Adult Swim) – Terceira Temporada, Heartstopper (Netflix) – Primeira Temporada, House of the Dragon (HBO) – Primeira Temporada, Trying (Apple TV+) – Terceira Temporada, Harley Quinn (HBO Max) – Terceira Temporada, For All Mankind (Apple TV+) – Terceira Temporada, This is Going to Hurt (BBC/AMC), Never Have I Ever (Netflix) – Terceira Temporada.

As piores de 2022

Assim como no ano passado, esta relação não é necessariamente as piores do ano – não espere ver originais Ryan Murphy aqui, porque nem compensa falar o óbvio. As piores aqui são aquelas que tinham bastante ou algum potencial, porque esperávamos algo delas, porém, foram grandes decepções. Ou simplesmente terríveis mesmo. Confira nosso top 7 negativo abaixo.

7. The Crown (Netflix) – Quinta Temporada

Resumindo uma temporada desastrosa: Diana chorando o tempo todo e Charles reforçando que a Rainha tá ultrapassada, deve sair de cena e ele assumir o trono. Nem as fofocas salvam dessa vez.

Disponível na Netflix.

(Netflix)

6. Russian Doll (Netflix) – Segunda Temporada

Por que mexer em uma série (que deveria ter sido minissérie) irretocável para fazer isso? Não é horrorosa, mas está longe do brilhantismo do primeiro ano.

Disponível na Netflix.

(Netflix)

5. Loot (Apple TV+) – Primeira Temporada

Com a carreira consolidada, tendo finalmente recebido o reconhecimento nas premiações (quatro Emmys!), Maya Rudolph está num nível em que (presumo) possa escolher seus projetos. Por isso, vê-la em uma comédia insossa, sobre uma personagem dificílima de fazer o espectador se conectar (pena de gente rica só em Succession e olhe lá) é triste, ainda mais levando em conta que é uma cocriação de Alan Yang (Master of None, Forever) e tem MJ Rodriguez no elenco. Fora de tom, chato e sem carisma.

Disponível na Apple TV+.

(Apple TV+)

4. Ozark (Netflix) – Quarta Temporada

Se a terceira temporada foi altamente eletrizante, levando Ozark ao seu auge, o quarto ano joga todas as conquistas da série no lixo. Enfadonho, arrastado, inchado (nenhuma necessidade de aumentar o número de episódios e dividir a temporada em duas partes), praticamente sem vida, e com um final… Bem, melhor nem continuar. Consegue tirar até o brilho de uma atriz do porte de Laura Linney. Tentou ser a nova Breaking Bad, mas falhou miseravelmente.

Disponível na Netflix.

(Steve Dietl/Netflix)

3. Obi-Wan Kenobi (Disney+)

A tão esperada obra sobre Obi-Wan Kenobi veio! E com Ewan McGregor reprisando o papel! Tudo o que o fã de Star Wars queria. Uma pena, porém, que nem tudo o que a gente quer é o que a gente precisa. Evidentemente, a série é um roteiro de um filme que foi esticado em seis episódios para ir direto ao catálogo da Disney+. O ator continua ótimo no personagem, contudo, o timing de tudo no seriado é errado, desde a fraquíssima direção (em especial, nas cenas de ação, risíveis) até as escolhas de roteiro (jura mesmo que precisava envolver os Skywalkers novamente?). É mais fanservice do que qualquer coisa. É esquecível a ponto de eu quase esquecer de mencioná-la aqui.

Disponível na Disney+.

(Disney+/Lucasfilm Ltd.)

2. The Lord of the Rings: The Rings of Power (Amazon Prime Video) – Primeira Temporada

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder é a maior decepção do ano. A série bilionária não transmite um pingo do calor humano que habita as páginas de Tolkien e da trilogia de Peter Jackson. Infelizmente, o seriado trouxe uma penca de personagens com motivações duvidosas, sem personalidade, frios, que reproduzem frases de efeito desnecessariamente (é lamentável a tentativa de imitar a escrita de Tolkien) para dizer coisas que poderiam ser ditas em duas palavras. A duração dos episódios não se justificava em nenhuma ocasião, os fanservices são deslocados, falta poder do seu elenco, falta direção, falta refinamento no texto. Falta coração. E quanto mais se olha pra trás, mais se percebe como foi uma temporada vazia, quase sem propósito, apenas para justificar pontos específicos que a narrativa precisava cruzar para justificar o título da série e, quem sabe, aí sim, trazer algo que valha o tempo investido na segunda temporada em diante.

Disponível na Amazon Prime Video.

(Amazon Prime Video)

1. Euphoria (HBO) – Segunda Temporada

Exploratória, fetichista, que sobrepõe a estética à qualidade narrativa, Euphoria não oferece nada que outras séries do gênero teen contemporâneas já não ofereçam atualmente (Sex Education, The Sex Lives of College Girls, Never Have I Ever, Heartstopper, The OA, entre tantas outras mais) e de forma mais positiva. Até mesmo porque o conceito “jovens drogados e transudos” já foi bastante explorado por aí (quem viu Skins algum dia sabe bem). O elenco não tem culpa de nada, até porque não sou eu que irei reclamar de Zendaya (e, na minha opinião, a grande estrela é Hunter Schafer), mas a verdade é que a euforia em relação à série não encontra respaldo na realidade. Juro, tem momentos mais progressistas em The OC (uma das maiores séries teen que já tivemos!) e Gossip Girl (a original) do que em Euphoria. É 2022, gente. Nudez frontal não é quebrar barreiras nessa altura da TV, especialmente em se tratando de HBO.

Disponível na HBO Max.

(HBO)

Por Rodrigo Ramos

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