Uma das principais poetas contemporâneas do país, a vencedora do Prêmio Alceu Amoroso Lima Poesia e Liberdade 2021, Denise Emmer lança o livro O Amor Imaginário, no mês de julho.
Na obra, a autora divide o trabalho em duas partes, a primeira focada em um “amor inventado” que teve durante sua adolescência, aos 15 anos, e a segunda é dedicada à paixão pela música e o violoncelo.
O poeta, ensaísta e tradutor Alexei Bueno realça que o amor imaginário de Denise Emmer alcança, por ser imaginário, “uma superioridade sobre os reais, a de não estar condenado, por não existir, à desaparição pela senectude, pois o amor possui esse estranho e duvidoso privilégio — fora os casos de extinções precoces — de morrer antes da morte”.
Por sua vez, o poeta Álvaro Alves de Faria, comenta os escritos recentes da autora sobre as recordações juvenis, destacando que “a elaboração de um poema exige dor e uma certa tímida alegria que deve existir em algum lugar do mundo”, relacionando com os textos da autora, cujas “palavras são densas, como denso é o poema e mais densa a poesia que envolve todo este universo cada vez mais pungente, mais aberto, assim como se viver fosse mergulhar no desconhecido para sentir o que apenas se imagina”.
O livro já está disponível para compra no site da editora 7Letras.
Confira a sinopse oficial abaixo.
O amor imaginário de Denise Emmer alcança, por ser imaginário, uma superioridade sobre os reais, a de não estar condenado, por não existir, à desaparição pela senectude, pois o amor possui esse estranho e duvidoso privilégio — fora os casos de extinções precoces — de morrer antes da morte. Poema único, dividido em doze partes, ou atos, O amor imaginário, que dá título ao livro, segue e confirma algumas das trilhas líricas características da autora, como a extraordinária, inusitada e muito livre riqueza metafórica, unida a uma rica imagética na qual a presença da natureza e a da paisagem urbana disputam espaço. Na, forma, por outro lado, ele se constrói por meio de versos situados numa precisa indecisão entre a métrica e o abandono periódico dela, uso muito caro ao nosso Carlos Drummond de Andrade — não apenas a ele, mas destacadamente —, o que implica uma sutil e complexa utilização voluntária de dissonâncias, no caso específico uma longa série de rupturas num substrato em redondilha maior.
A segunda seção deste livro bipartido, a suíte “Poemas de cordas e almas”, reúne quinze títulos, todos expressões da ligação da autora com a arte suprema, a música, e com o violoncelo. Em certos momentos bem mais próximas do verso livre, tais peças não se afastam totalmente da opção formal do poema anterior, opção, aliás, que só se cumpre esteticamente quando conduzida por poetas consumados, exato caso de Denise Emmer, um dos nomes maiores que surgiram na poesia brasileira no último quartel do século XX.
Para aqueles que ainda não conhecem tão de perto a autora, inicialmente bacharela em Física, ela acabou buscando o Bacharelado em Música (violoncelo), despontando, na década dos anos 1980, como compositora e cantora. Gravou álbuns e integrou orquestras e grupos de Câmara como violoncelista. Posteriormente, acabou encontrando-se no mundo da poesia.
Conquistou, entre outros títulos, o Prêmio ABL de Poesia 2009 da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), o Prêmio José Martí (Unesco) e o Prêmio Olavio Bilac (ABL).
Além das obras próprias, participou também de relevantes antologias da poesia brasileira, como 41 poetas do Rio (org. Moacyr Félix, Minc), Antologia da Nova Poesia Brasileira (org. Olga Savary, Ed Hipocampo), Poesia Sempre (Fundação Biblioteca Nacional), bem como das Revistas Califórnia College of the at Eleven (EUA), Newspaper Surreal Poets (EUA), Revista da Poesia (Metin Cengiz -Turquia), Revista Crear in Salamanca (Espanha) – traduzida pelo poeta Alfredo Pérez Alencart. Participou do XXVI Encuentro de Poetas Ibero-Americanos 2021 (Salamanca – Espanha) e da Antologia New Brazilian Poems, edição e tradução Abay K.