Emmy Awards 2018 | As apostas e torcidas para a premiação

The Handmaid’s Tale, Atlanta, The Assassination of Gianni Versace e The Marvelous Mrs. Maisel estão entre os favoritos a levarem um prêmio pra casa.

Na próxima segunda-feira (17), acontece a 70ª edição do Emmy Awards. Apesar de 97 categorias já terem seus ganhadores anunciados, os troféus mais prestigiados da noite ainda não têm dono. Ou seja, está na hora de dar o último palpite antes da premiação. Será que dá The Handmaid’s Tale novamente na cabeça, Game of Thrones irá retomar seu trono ou The Americans finalmente vencerá em sua despedida? Seria Atlanta a nova comédia sensação, ou The Marvelous Mrs. Maisel e até Barry podem surpreender? Rodrigo Ramos, editor do Previamente, e Leonardo Barreto, editor do Quarta Parede, se reuniram pelo segundo ano para comentar quais são as apostas e torcidas para a maior premiação da tevê estadunidense. Confira nossos palpites logo abaixo.

Melhor Série Dramática
The Americans
The Crown
The Handmaid’s Tale
Stranger Things
This is Us
Westworld
Game of Thrones

Rodrigo Ramos — Se em 2017 estava mais difícil de prever o resultado da principal categoria do ano, em 2018 as coisas estão mais claras. A briga real aqui é entre Game of Thrones (duas vezes ganhadora do prêmio) e The Handmaid’s Tale (campeã no ano passado), que receberam respectivamente 22 e 20 indicações ao todo. Apesar de evidentemente ambas terem decaído na qualidade em suas mais recentes temporadas, elas são as favoritas naturalmente. Porém, a aposta é em THT, uma vez que ainda se mostra relevante na atual conjuntura do planeta. A segunda temporada teve altos e baixos, muitos abandonaram, mas o Emmy demonstra o amor pela série, como é possível notar pelo grande número de nomeações, mais do que na primeira temporada.

This is Us, Stranger Things e Westworld, que chegaram como possíveis candidatas ao título em 2017, perderam sua força e qualidade em suas segundas temporadas. The Crown teve uma segunda temporada tão consistente quanto a primeira, mas não parece ser seu ano ainda. The Americans, um dos dramas mais aclamados pela crítica na década, chegou em seu último ano e, sem dúvidas, merecia o prêmio em 2018. Sua temporada final foi quase impecável e a série mostrou ter estabilidade a longo prazo. Diria que é a que menos tem chances de levar o prêmio, mas vai que os votantes se comovem com o encerramento do seriado, não é mesmo? Seria uma zebra muito bem vinda, mas pouquíssimo provável de ocorrer. Espero morder a língua. Importante ressaltar que a janela 2017/2018 foi bem fraca no quesito dramas, então The Good Fight e Halt and Catch Fire, por exemplo, eram obrigatórios a constar na lista. Mas uma premiação que se preze não é conhecida por ser justa na maior parte do tempo.

Leonardo Barreto — Os critérios da Academia em determinadas categorias são alvo de muita discussão. É inegável o valor de produção que Game of Thrones nos mostra, assim como não se discute também que os bons dias da série, como um todo, ficaram para trás. The Crown e Westworld deram continuidade em suas tramas ao apresentarem novas temporadas, e embora também sejam extremamente bem produzidas, não devem levar o prêmio. Fenômeno de popularidade, Stranger Things não foi tão pungente em seu segundo ano, enquanto This Is Us causou maior comoção em sua primeira temporada, embora seja um forte concorrente. A briga deve ficar mesmo entre The Americans e The Handmaid’s Tale. Para a primeira citada, o devido e merecido reconhecimento viria em um momento oportuno, por conta da sua última e elogiada temporada. A segunda possui status de favorita: ganhou tudo o que podia no primeiro ano, e embora a mão tenha pesado demais durante a segunda temporada, é favorita ao Emmy de melhor série dramática.

Melhor atriz em série dramática
Elisabeth Moss — The Handmaid’s Tale
Claire Foy — The Crown
Keri Russell — The Americans
Evan Rachel Wood — Westworld
Tatiana Maslany — Orphan Black
Sandra Oh — Killing Eve

Rodrigo — A briga pela coroa está entre Elisabeth Moss, Claire Foy e Keri Russell. Pra mim, poderia dividir a estatueta entre o trio. Porém, não pode haver empate, portanto a escolha mais provável é a protagonista de The Handmaid’s Tale. Ela está em quase todas as cenas e é inegável que Moss parece se superar a cada episódio. Ela sofre que é uma beleza. Foy e Russell não estão menos excelentes, mas é difícil superar a favorita. O que pode pesar a favor das duas é o fato de que este foi o último ano delas em seus respectivos papeis. É uma categoria bem equilibrada, mas é difícil Moss perder o bicampeonato. Ah, e falta Christine Baranski, impecável na segunda temporada de The Good Fight, nesta lista.

Leonardo — Há tempos, a categoria de melhor atriz é uma disputa acirradíssima. E em 2018, não é para menos. É claro, alguns nomes permanecem em mais desvantagem, como Evan Rachel wood e Claire Foy, não pelo que entregaram, mas pelo menor impacto nas temporadas atuais de suas séries. Elogiada pela crítica, Sandra Oh desempenhou um papel elogiável em Killing Eve, mas não deve ser agraciada pela Academia, que esse ano tem a oportunidade de aclamar duas despedidas: Tatiana Maslany e Keri Russell. Maslany deu tudo de si em múltiplos papeis, e a indicação é muito merecida. Quanto à Russell, a pergunta não é se ela irá ganhar um prêmio, mas sim, por que nunca conquistou uma estatueta? No entanto, não parece ser possível enxergar um cenário em que Elisabeth Moss não leve mais uma vez. Se a Academia virou as costas para a atriz tantas vezes em Mad Men, agora é praticamente inevitável não se render aos pés dessa talentosa atriz.

Melhor ator em série dramática
Sterling K. Brown — This Is Us
Matthew Rhys — The Americans
Jeffrey Wright — Westworld
Ed Harris — Westworld
Milo Ventimiglia — This is Us
Jason Bateman — Ozark

Rodrigo — A categoria mais fácil da noite. Terceiro Emmy consecutivo de Sterling K. Brown. Não diminuindo a performance dele, mas se o mundo fosse justo Matthew Rhys finalmente seria reconhecido por The Americans. A conquista parece improvável, entretanto seria uma forma interessante de reconhecer a qualidade da série da FX.

Leonardo — Jeffrey Wright e Ed Harris foram indicados pelos seus competentes trabalhos em Westworld, mas se algo que parece ser improvável, é que o Emmy de melhor ator vá parar em outras mãos que não sejam as de Sterling K. Brown. Ok, temos na lista o querido pelo público Milo Ventimiglia e o brilhante Matthew Rhys. Eu poderia até mesmo apostar na atuação precisa e angustiante de Jason Bateman em Ozark, mas K. Brown parece ser a aposta segura.

Melhor atriz coadjuvante em série dramática
Ann Dowd — The Handmaid’s Tale
Alexis Bledel — The Handmaid’s Tale
Lena Heady — Game of Thrones
Millie Bobby Brown — Stranger Things
Thandie Newton — Westworld
Yvonne Strahovski — The Handmaid’s Tale
Vanessa Kirby — The Crown

Rodrigo — A hegemonia de The Handmaid’s Tale se mostra principalmente nas categorias de atuação feminina. Três nomeações para atriz coadjuvante — todas justíssimas. Ann Dowd e Alexis Bledel venceram no ano passado (coadjuvante e convidada, respectivamente) e novamente estão excelentes em seus papeis. Porém, a melhor personagem da temporada em THT foi a de Yvonne Strahovski, que teve a oportunidade de testar todo o seu arsenal cênico, provando-se ser uma das melhores atrizes hoje na TV. Se os votantes forem corretos, ela vence. Mas, pela lógica costumeira do jogo seguro do Emmy, Dowd deve vencer novamente. Correndo por fora e também numa performance que merece reconhecimento está Vanessa Kirby.

Leonardo — No ano passado, Alexis Bledel venceu como atriz convidada. A 2ª temporada de The Handmaid’s Tale a tornou postulante a outra categoria, a de coadjuvante, e a fúria de sua personagem a torna favorita aqui, em um patamar superior às demais candidatas. Um degrau abaixo, Thandie Newton, Yvonne Strahovski e Vanessa Kirby merecem ser citadas por seus bons desempenhos, assim como Lena Headey, que teve bons momentos na 7ª temporada de Game of Thrones. No entanto, Bledel deve levar essa.

Melhor ator coadjuvante em série dramática
Peter Dinklage — Game of Thrones
Mandy Patinkin — Homeland
Nikolaj Coster-Waldau — Game of Thrones
David Harbour — Stranger Things
Joseph Fiennes — The Handmaid’s Tale
Matt Smith — The Crown

Rodrigo — Torço para que o fanatismo por GoT e THT não rendam prêmios a Peter Dinklage e Joseph Fiennes, longe de serem merecedores de indicação neste ano. Meu favorito é Matt Smith, mas acredito que seja o ano de finalmente Stranger Things conquistar um prêmio grande com David Harbour, que conta com um personagem simpático e que as pessoas facilmente se relacionam. Ele foi a melhor coisa da irregular segunda temporada de ST, então acredito que seja a vez dele.

Leonardo — Talvez essa seja uma das categorias mais fracas da noite principal. Joseph Fiennes esteve longe de entregar algo tão notável na 2ª temporada de The Handmaid´s Tale; Matt Smith não fez nada além do básico no segundo ano de The Crown; e o ótimo Mandy Patinkin não foi ajudado pela interminável Homeland. Partimos então para David Harbour, que pode ser ajudado pela popularidade de Stranger Things. Mas, a aposta segura é Peter Dinklage, mesmo que ele não tenha feito nada de relevante – exceto por uma cena destruidora entre Tyrion e Cersei – na 7ª temporada de Game of Thrones. Porém, se fosse para premiar a série nesta categoria, pelo conjunto da obra e arco do personagem, Nikolaj Coster-Waldau seria a minha escolha.

Melhor Série Cômica
Atlanta
Barry
The Marvelous Mrs. Maisel
Curb Your Enthusiasm
black-ish
Silicon Valley
GLOW
Unbreakable Kimmy Schmidt

Rodrigo — Sem a vencedora por dois anos consecutivos na disputa (Veep), a disputa está entre três séries: Atlanta, The Marvelous Mrs. Maisel e Barry. O grande número de indicações para Bill Hader e outros envolvidos na produção da HBO, faz com que suas chances sejam maiores do que esperava-se. A série da Amazon também conquistou várias nomeações, com uma protagonista forte e críticas à sociedade do passado e também atual. A favorita, no entanto, é Atlanta. O hype sobre a série fez com que ela fosse muito elogiada neste segundo ano, ainda que, na minha humilde opinião, tenha ficado abaixo do ano de estreia, não tendo nenhuma preocupação em contar uma história, apenas experimentando qualquer coisa que pintasse na cabeça de Donald Glover. Como disse um colega meu, “parece que o Glover tá querendo que a série seja cancelada”. Piadas à parte, acredito que a produção da FX tenha assumido o posto de favorita por ser queridinha da crítica, ser um fenômeno cultural e trazer críticas sociais relevantes.

Entre as injustiças estão as esnobações para séries de comédia muito superiores a Unbreakable Kimmy Schmidt, Silicon Valley e black-ish, como Better Things, One Day at a Time, Dear White People e The Good Place — só para citar algumas. O ano para a comédia foi ótimo, mas isso não necessariamente se reflete nas indicações, muitas feitas no piloto automático, como já é costume no Emmy. Ao menos desistiram oficialmente de Modern Family.

Leonardo — Em 2018, a Academia decidiu indicar oito séries ao prêmio de melhor série cômica. Para algumas, a nomeação já constitui um devido reconhecimento. É o caso das veteranas Curb Your Enthusiasm, Black-ish, Silicon Valley e principalmente, Unbreakable Kimmy Schmidt – em condições normais de temperatura e pressão, Kimmy não estaria aqui. Porém, a lista conta com outras 4 séries que poderiam levar a estatueta para casa. O poder feminino e nostálgico dos ringues de GLOW encheram os olhos, enquanto a estreante Barry não fez feio e divertiu como poucas nessa temporada. Não há melhor adjetivo melhor para Atlanta do que genial. Mesmo com uma segunda temporada com menos impacto que a primeira, a série de Donald Glover ainda é uma das melhores coisas da TV. Porém, nenhuma série de comédia me conquistou tanto quanto a vencedora do Globo de Ouro The Marvelous Mrs. Maisel. Rachel Brosnahan é incrível em tela e é tão maravilhosa quanto a alcunha de sua personagem. A história é instigante e tem algo a dizer, principalmente pelo fato de trazer uma mulher a frente de seu tempo; ela é mãe e comediante de stand-up nos anos cinquenta.

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Atlanta (FX)

Melhor atriz em série cômica
Rachel Brosnahan — The Marvelous Mrs. Maisel
Tracee Eliss Ross — Black-ish
Allison Janney — Mom
Lily Tomlin — Grace and Frankie
Pamela Adlon — Better Things
Issa Rae — Insecure

Rodrigo — Daria o prêmio, sem pensar duas vezes, para Pamela Adlon, que não só entregou o melhor papel até agora em sua longa carreira na TV, mas também roteirizou muitos e dirigiu todos os episódios da segunda temporada (impecável) de Better Things. O prêmio, por sua vez, deve ter como dona Rachel Brosnahan (vencedora do Globo de Ouro neste ano), adorável e afiada em The Marvelous Mrs. Maisel. Particularmente, acho que a única concorrente que pode pôr água no chope de Brosnahan é Issa Rae. Ela é a única das seis que não possui nenhum Emmy ou Globo de Ouro no currículo, também roteiriza sua série e poderia se tornar a segunda atriz negra a vencer na categoria — a primeira foi Isabel Sanford, em 1981, por The Jeffersons.

Leonardo — Sem Veep no jogo, Selina Meyer, ou melhor, Julia Louis-Dreyfus, abre espaço para outras atrizes nessa temporada. O que é bom, pois temos fortes candidatas aqui. Mas antes de expor as preferências, é bom não subestimar os sete Emmys na estante de Allison Janney. Alguém teria dificuldade em lhe atribuir favoritismo? Dito isto, Issa Rae é incrível. Essa atriz possui um carisma inegável, mas Insecure não possui aquele apelo que poderia alavancar um possível prêmio. Isso nos leva diretamente a dois nomes. Pamela Adlon entrega toda a sinceridade possível em Better Things, e o merecimento tem lugar aqui. Mas, o desempenho que pode coroar a performance mais divertida da temporada é de Rachel Brosnahan. Em tela, você quer ver mais e mais de sua personagem, e quando ela está no palco, ninguém segura. Esse é um típico caso em que série e personagem impulsionam um ao outro. Nesse caso, The Marvelous Mrs. Maisel deverá dar a ela uma estatueta, e vice-versa. A série está para a comédia este ano como The Handmaid’s Tale esteve para o drama em 2017.

Melhor ator em série cômica
Donald Glover — Atlanta
Anthony Anderson — Black-ish
William H. Macy — Shameless
Bill Hader — Barry
Larry David — Curb Your Enthusiasm
Ted Danson — The Good Place

Rodrigo — O prêmio já é de Donald Glover, que tem tudo pra sair com uma sacola de prêmios. Honestamente, acho o seu desempenho o mais fraco de todos os indicados — sim, inclusive abaixo de Bill Hader. O único destaque dele é como Teddy Perkins, no episódio mais bizarro da temporada de Atlanta — e sim, é ele que interpreta o personagem. Meu favorito da lista, e que merecia reconhecimento, é o veterano Ted Danson. O ator exibe sua versatilidade a cada papel na TV e prova-se um dos pontos positivos da irretocável segunda temporada de The Good Place — outra série que merecia mais destaque no Emmy deste ano.

Leonardo — Esta categoria está dividida em dois blocos. O primeiro tem em sua composição três atores cuja indicação já estará de bom tamanho: Anthony Anderson, Larry David e William H. Macy. Dito isso, vamos aos concorrentes, de fato. Bill Hader foi incrível em Barry. Ele não é um ator com veia cômica, por isso, é perfeito para o papel, em uma série que, da mesma forma, surpreendeu. Adicione a força que a HBO costuma ter nessa premiação, e temos aí um forte candidato. Não seria injusto reconhece-lo, assim como Ted Danson não é carta fora do baralho, pela descolada The Good Place. E é bom lembrar que nos anos 1990, o ator já levou duas estatuetas nessa mesma categoria por Cheers. Mas, se alguém aqui foi gênio, este ator é Donald Glover. Artista em sua maior definição, ele escreveu e atuou em “Teddy Perkins,” um dos episódios mais inusitados da última temporada, que mesmo um degrau abaixo da primeira, foi uma das melhores coisas na TV na época em questão.

Melhor atriz coadjuvante em série cômica
Megan Mullally — Will & Grace
Leslie Jones — Saturday Night Live
Kate McKinnon — Saturday Night Live
Alex Borstein — The Marvelous Mrs. Maisel
Laurie Metcalf — Roseanne
Aidi Bryant — Saturday Night Live
Betty Glipin — GLOW
Zazie Beetz — Atlanta

Rodrigo — Com 8 indicadas, a categoria é a mais inchada da premiação neste ano. Megan Mullally continua hilária mesmo após o longo hiato de Will & Grace; Alex Borstein mostra que vai além dos recursos vocálicos de Family Guy, já tendo vencido o prêmio de melhor dubladora durante o Creative Arts Emmy Awards do último fim de semana (alguns dirão que é o reconhecimento por Getting On); Zazie Beetz e Betty Glipin são as melhores coisas de suas respectivas séries; e Laurie Metcalf é ela, ou seja, isso basta. No entanto, a chuva de indicações, muitas forçadas, à Saturday Night Live é o que rege a categoria. Pelo terceiro ano consecutivo o prêmio deve ser de Kate McKinnon.

Leonardo — Com o coração, as opções seriam inúmeras: Zazie Beetz, Betty Gilpin e Alex Borstein agradaram em seus papeis. No entanto, o pragmatismo direciona a aposta segura para a bicampeã Kate McKinnon.

Melhor ator coadjuvante em série cômica
Louie Anderson — Baskets
Brian Tyree Henry — Atlanta
Alec Baldwin — Saturday Night Live
Tituss Burgess — Unbreakable Kimmy Schmidt
Kenan Thompson — Saturday Night Live
Henry Winkler — Barry
Tony Shallhoub — The Marvelous Mrs. Maisel

Rodrigo — Gostaria de dizer que Tony Shallhoub e Tituss Burgess (a única coisa que ainda funciona em Unbreakable Kimmy Schmidt) podem vencer — e mereciam. Mas a julgar pelo amor por SNL, o prêmio deve ser de Alec Baldwin mais uma vez por sua interpretação de Donald Trump.

Leonardo — Já é praticamente um protocolo indicar Tituss Burgess, o melhor que Kimmy Schmidt tem a oferecer atualmente, mas que já não brilha com a mesma intensidade. Louie Anderson é um bom nome e já venceu por este papel, enquanto Henry Winkler esteve ótimo em Barry. Tony Shalhoub merece uma menção, é claro, mas a disputa aqui é simples. Brian Tyree Henry é um dos nomes que tornam Atlanta tão boa, e isso conta a favor. Mas, se a Academia mantiver a onda anti-Trump, Alec Baldwin leva mais uma vez.

Melhor Série Limitada
American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Godless
Patrick Melrose
Genius: Picasso
The Alienist

Rodrigo — Enquanto nos últimos anos esta categoria chegava a ser mais forte do que drama e comédia, neste ano a seleção está fraquíssima. Patrick Melrose é, de longe, a melhor coisa. É engraçada, irreverente, criativa, trágica, tem um visual inspirado, grandes atuações… Poderia ficar aqui meia hora falando, mas não irei. É a melhor coisa que a Showtime pôs as mãos em anos. Mas quem deve levar? A péssima The Assassination of Gianni Versace. Faltou American Vandal, The Sinner e The Looming Tower nessa lista. Até Howards End poderia estar na relação.

Leonardo — Sabe quando a entrega não satisfaz a encomenda? Assim posso definir The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story, que trouxe consigo muita expectativa por conta da temporada anterior da aclamada American Crime Story. Com isso podemos perdoar outras antologias que sofrem do mesmo mal (olá Black Mirror e True Detective). É muito difícil se envolver com Genius: Picasso, a não ser que você tenha comprado a ideia da temporada anterior, sobre Albert Eisntein. The Alienist ganhou notoriedade ao entrar para o catálogo da Netflix, além de contar com um bom elenco e uma trama instigante. Mas é inegável dizer que o ritmo dificulta um pouco as coisas. Então, o que tivemos de melhor na categoria? Patrick Melrose, muito por conta da magistral atuação de Benedict Cumberbatch, e da trama pitoresca que envolve seu personagem. Mas, mesmo com tamanho elogio, Godless sobe um degrau em minha preferência. Jeff Daniels está ótimo, elenco e produção impecáveis, e a mulheres de La Belle são fodonas demais para serem ignoradas. Da abertura até a última cena, a melhor minissérie da Netflix que ninguém conhece é um primor.

Melhor atriz em série limitada ou telefilme
Laura Dern — The Tale
Regina King — Seven Seconds
Jessica Biel — The Sinner
Edie Falco — Law & Order True Crime: The Menendez Murders
Michelle Dockery — Godless
Sarah Paulson — American Horror Story: Cult

Rodrigo — Pode entrar, Laura Dern. O Emmy é seu.

Leonardo — Eis aqui uma das categorias mais acirradas em 2018. Jessica Biel ofereceu em The Sinner aquela que é, possivelmente, a melhor atuação de sua carreira, na pele de uma assassina que sofre com memórias reprimidas. Por falar em memórias, Laura Dern, chega com força novamente esse ano, em uma história forte sobre abuso sexual contada no filme The Tale. Regina King é sempre brilhante –  seu histórico em American Crime e The Leftovers não deixa dúvidas – mas a falta de burburinho em torno da boa minissérie Seven Seconds pode pesar, mas não deveria. Sarah Paulson foi uma das únicas coisas boas em Cult, 7ª temporada da interminável franquia de horror American Horror Story, de Ryan Murphy. Ou seja, assim como Edie Falco, não deve haver espaço para ela dessa vez. O que abre espaço para a britânica Michelle Dockery, que mostrou ser capaz de exibir múltiplas facetas: do drama histórico Downton Abbey, passando pela atual Good Behavior, a atriz foi ao velho oeste em Godless com Alice Fletcher, uma personagem forte, que vive em seus próprios termos e faz de tudo para defender a sua honra em uma trama de faroeste hipnotizante.

Melhor ator em série limitada ou telefilme
Darren Criss — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
John Legend — Jesus Christ Superstar Live in Concert
Benedict Cumberbatch — Patrick Melrose
Antonio Banderas — Genius: Picasso
Jeff Daniels — The Looming Tower
Jesse Plemons — Black Mirror: USS Callister

Rodrigo — Chorando desde já por premiarem Darren Criss como melhor ator de qualquer coisa. O vencedor moral, no entanto, é Benedict Cumberbatch, em seu melhor papel da carreira até aqui. Uma pena que pouca gente viu.

Leonardo — O especial da NBC que remonta o musical Jesus Christ Superstar já faturou o prêmio de melhor especial de variedades ao vivo, no Creative Emmy Awards. Elogiado no papel de Jesus, John Legend deve ganhar impulso pela recepção extremamente positiva que o programa teve, e é um candidato fortíssimo na disputa pelo prêmio. O que deixa as coisas mais complicadas para Darren Criss, que foi um dos destaques na irregular ACS: The Assassination of Gianni Versace. Jeff Daniels também indicado por Godless em outra categoria, mas a nomeação aqui veio por The Looming Tower, que convenhamos, fica abaixo do faroeste em termos de engajamento em sua história. Nesse caso, a indicação deve ser o máximo para reconhecer o bom trabalho do veterano. O mesmo pode ser dito para Jesse Plemons, pelo episódio queridinho da 4ª temporada de Black Mirror, “USS Callister”, e Antonio Banderas, o gênio da vez como Pablo Picasso em Genius. Resta falar de Benedict Cumberbatch. Patrick Melrose é uma história instigante e você é capaz de amar e odiar na mesma intensidade o insano personagem de Cumberbatch. É a atuação mais visceral e insana da temporada.

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Darren Criss — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace (FX)

Melhor atriz coadjuvante em série limitada ou telefilme
Penelope Cruz — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Adina Porter — American Horror Story: Cult
Letitia Wright — Black Mirror: Black Museum
Judith Light — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Merritt Wever — Godless
Sara Bareilles — Jesus Christ Superstar Live in Concert

Rodrigo — Vamos ser sinceros? Esta categoria está de chorar de tão nivelada por baixo. Penelope Cruz, em uma interpretação sem nuance alguma de emoção, deve levar. Sabe, o Emmy adora premiar um astro do cinema.

Leonardo — O episódio que mais me agradou na quarta temporada de Black Mirror foi “Black Museum”. E, se há alguém responsável por isso, seu é nome é Leticia Wright. Mesmo com Merritt Wever interpretando a incrível Mary Agnes em Godless, Wright deveria levar o prêmio. Mas, as inúmeras indicações que ACS: The Assassination of Gianni Versace recebeu ao Emmy devem ter impacto aqui. Judith Light é um nome forte e deve levar a estatueta para casa.

Melhor ator coadjuvante em série limitada ou telefilme
Edgar Ramirez — American Crime Story: Assassination of Gianni Versace
Ricky Martin — American Crime Story: Assassination of Gianni Versace
Finn Wittrock — American Crime Story: Assassination of Gianni Versace
Jeff Daniels — Godless
Brandon Victor Dixon — Jesus Christ Superstar Live in Concert
Michael Stuhlbarg — The Looming Tower
John Leguizamo — Waco

Rodrigo — Três indicações para ACSThe Assassination of Gianni Versace é a prova de que pouca gente realmente assiste televisão na Academia. Nenhum dos três merecia lembrança — a não ser que fosse ao prêmio Framboesa de Ouro da TV. Pela quantidade de indicados da mesma série, quero crer que os votos sejam divididos, fazendo com que percam, e ainda exista amor por Jeff Daniels (afinal, ele já venceu melhor ator em drama por The Newsroom, desbancando Bryan Cranston e Jon Hamm, no passado). Godless merece ser lembrada.

Leonardo — Surfando na boa onda de Jesus Christ Superstar, Brandon Victor Dixon, que interpretou Judas, tem boas chances de ficar com a estatueta. Mas, embora a lista contenha três atores indicados por ACS: The Assassination of Gianni Versace, a despeito dos demais concorrentes, ninguém teve maior capacidade para fazer os olhos grudarem na tela quanto Jeff Daniels. Frank Griffin é um vilão incrível, e Daniels o interpretou com maestria.

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Jeff Daniels — Godless (Netflix)

Melhor direção em série dramática
Alan Taylor por “Beyond the Wall” — Game of Thrones
Jeremy Podeswa por “The Dragon and the Wolf” — Game of Thrones
Jason Bateman por “The Toll” — Ozark
Daniel Sackheim por “Tonight We Improvise” — Ozark
The Duffer Brothers por “Chapter Nine: The Gate” — Stranger Things
Stephen Daldry por “Paterfamilias” — The Crown
Kari Skogland por “After” — The Handmaid’s Tale

Rodrigo — Quem vence: Jeremy Podeswa por “The Dragon and the Wolf” — Game of Thrones
Quem deveria: Jason Bateman por “The Toll” — Ozark

Leonardo — Alan Taylor por “Beyond the Wall” — Game of Thrones
Quem deveria: Jason Bateman por “The Toll” — Ozark

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“The Dragon and the Wolf” — Game of Thrones (HBO)

Melhor roteiro em série dramática
David Benioff e D.B. Weiss por “The Dragon and the Wolf” — Game of Thrones
Phoebe Waller-Bridge por “Nice Face” — Killing Eve
The Duffer Brothers por “Chapter Nine: The Gate” — Stranger Things
Joel Fields e Joe Weisberg por “START” — The Americans
Peter Morgan por “Mystery Man” — The Crown
Bruce Miller por “June” — The Handmaid’s Tale

Rodrigo — Quem vence: Bruce Miller por “June” — The Handmaid’s Tale
Quem deveria: Joel Fields e Joe Weisberg por “START” — The Americans

Leonardo — Quem vence e deveria: Bruce Miller por “June” — The Handmaid’s Tale

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“June” — The Handmaid’s Tale (Hulu)

Melhor direção série cômica
Donald Glover por “FUBU” — Atlanta
Hiro Murai por “Teddy Perkins” — Atlanta
Bill Hader por “Chapter One: Make Your Mark” — Barry
Jesse Peretz por “Pilot” — GLOW
Amy Sherman-Palladino por “Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel
Mike Judge por “Initial Coin Offering” — Silicon Valley

Rodrigo — Quem vence e deveria: Hiro Murai por “Teddy Perkins” — Atlanta

Leonardo — Quem vence: Hiro Murai por “Teddy Perkins” — Atlanta
Quem deveria: Amy Sherman-Palladino por “Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel

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“Teddy Perkins” — Atlanta (FX)

Melhor roteiro em série cômica
Donald Glover por “Alligator Man” — Atlanta
Stefani Robinson por “Barbershop” — Atlanta
Alec Berg e Bill Hader por “Chapter Seven: Loud, Fast and Keep Going” — Barry
Amy Sherman-Palladino por “Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel
Alec Berg por “Fifty-One Percent” — Silicon Valley

Rodrigo — Quem vence e deveria: Amy Sherman-Palladino por “Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel

Leonardo — Quem vence e deveria: Amy Sherman-Palladino por “Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel

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“Pilot” — The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon Prime Video)

Melhor direção em série limitada, telefilme ou especial
Ryan Murphy por “The Man Who Would Be Vogue” — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Scott Frank — Godless
David Leveaux e Alex Rudzinski — Jesus Christ Superstar Live in Concert
Craig Zisk por “9/11” — The Looming Tower
Barry Levinson — Paterno
Edward Berger — Patrick Melrose
David Lynch — Twin Peaks

Rodrigo — Quem vence: Ryan Murphy por “The Man Who Would Be Vogue” — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Quem deveria: Edward Berger — Patrick Melrose

Leonardo — Quem vence: David Lynch — Twin Peaks
Quem deveria: Edward Berger — Patrick Melrose

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“The Man Who Would Be Vogue” — American Crime Story: Assassination of Gianni Versace (FX)

Melhor roteiro em série limitada, telefilme ou especial
Kevin McManus e Matthew McManus por “Clean Up” — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Tom Rob Smith por “House By The Lake” — American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace
Scott Frank — Godless
David Nicholls — Patrick Melrose
David Lynch e Mark Frost — Twin Peaks
William Bridges e Charlie Brooker — Black Mirror: USS Callister

Rodrigo — Quem vence: William Bridges e Charlie Brooker — Black Mirror: USS Callister
Quem deveria: David Nicholls — Patrick Melrose

Leonardo — Quem vence: William Bridges e Charlie Brooker — Black Mirror: USS Callister
Quem deveria: Scott Frank — Godless

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“USS Callister” — Black Mirror (Netflix)

Se quiser saber mais sobre como funciona o Emmy e opiniões mais aprofundadas (e descontraídas), ouça o podcast especial sobre a premiação no Maratonistas, que contou com nossa participação. Confira também a lista dos primeiros vencedores do Emmy 2018 clicando aqui e também os demais indicados clicando aqui.

Por Rodrigo Ramos & Leonardo Barreto

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