Digimon Adventure tri. – Kokuhaku | Crítica

Terceiro filme da hexalogia volta a agradar os fãs, emociona, responde algumas perguntas e deixa outras em aberto.

Digimon Adventure tri. – Kokuhaku poster[Este texto contém spoilers]

Alguns meses depois da decepção (para muitos fãs) que foi Ketsui (Determinação), segundo filme da série, Digimon Adventure tri. retorna com a difícil tarefa de resgatar a atenção dos fãs. A continuação denominada Kokuhaku (Confissão) consegue, surpreendentemente, levantar a barra da saga depois do período de baixa proporcionado pelo longa antecessor.

Para quem está um pouco perdido, Digimon Adventure tri. – Kokuhaku é o terceiro filme de seis da nova série baseada em Digimon Adventure (sim, aquele que você assistiu na Angélica). A hexalogia comemora os 15 anos da franquia, e é lançada no Japão em formato de longa, enquanto no ocidente está sendo exibida em formato de episódios.

No especial anterior, surgiram o Imperador Digimon e Imperialdramon, este último derrotado por Vikemon e Rosemon, as novas formas finais de Gomamon (Junko Takeuchi) e Palmon (Kinoko Yamada), Digimons de Joe (Junya Ikeda) e Mimi (Hitomi Yoshida). Ao final da batalha Meicoomon (Yukiko Morishita), o monstrinho da nova digiescolhida Meiko (Miho Arakawa), se torna hostil e mata Leomon (Hiroaki Hirata), ingressando na distorção.

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Kokuhaku começa sutil. Durante os segmentos iniciais, há muita conversa e especulação dos personagens em relação a tudo que está acontecendo. Apesar de iniciar frio, todas as informações que se tem dos diálogos são importantes para o entendimento do espectador do que está havendo na história, ao contrário do filme anterior. TK (Junya Enoki) e Kari (Mao Ichimichi) vão em busca, sem sucesso, de Ken Ichijouji, o garoto que no passado era a identidade do Imperador. Em meio a isso, Daigo (Daisuke Namikawa) e Maki (Yūko Kaida) continuam suas investigações sobre os acontecimentos e reportam uma parte delas a Matt (Yoshimasa Hosoya), omitindo algumas informações, teoricamente, para não assustar os escolhidos.

Meiko desabafa com os outros digiescolhidos sobre a culpa de seu Digimon ter virado para o lado do mal, iniciando a carga mais emocional que essa película traz. Em uma das visitas ao escritório onde os Digimons passam o tempo, Patamon (Miwa Matsumoto) se volta brevemente contra TK, fazendo-o perceber que seu Digimon está infectado e pode ter o mesmo destino de Meicoomon. Sendo assim, o garoto insiste em levar seu Digimon para casa.

A parte mais tocante do filme se inicia com Patamon e Takeru tendo um momento emocional em que o Digimon quer aproveitar ao máximo com ele antes de ser completamente infectado. Patamon então conta aos outros Digimons sobre seu estado. Kari é possuída por outro ser que não se sabe a origem, mas conta para os Digimons que caso sejam infectados, o jeito de resolver seria através de um reboot. Um “reiniciar” do digimundo que faria todos eles perderem suas memórias.

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Dada a informação, os Digimons insistem na presença dos seus companheiros para os supostos últimos momentos com os amigos ao seu lado. O público é agraciado com uma sequência de cenas extremamente emocionantes. Em tom de despedida, o trecho é agridoce, mesclando a pureza da amizade entre eles, a fofura que reside nessa relação, e a tristeza pelo adeus.

No segmento seguinte, a ação finalmente se inicia. Uma distorção se abre e Meicoomon inicia o ataque. Os Digimons presentes logo digievoluem para suas formas Champion, como Greymon e Garurumon, para tentar contê-la. Um dos destaques vai para a primeira aparição de Angewomon, digievolução de Tailmon (Yuka Tokumitsu), em toda sua graciosidade.

Um a um, os Digimons vão sendo completamente infectados e atacando os monstros que eram seus amigos. As cenas de combate são cativantes e possuem um timing bem mais adequado do que em Ketsui. Tentomon (Takahiro Sakurai), Digimon de Izzy (Mutsumi Tamura), chega por último com a função de levar seus parceiros para uma área de backup onde o reboot poderia ser feito sem perda de memória.

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A batalha segue com uma carga emocional pesada, com os digiescolhidos vendo seus Digimons infectados sem poderem fazer nada. Izzy e Tentomon, agora evoluído em sua nova forma final HerculesKabuterimon, juntam suas forças para realizarem a tarefa com sucesso. O Digimon besouro até consegue juntar seus amigos, mas não a tempo de leva-los até o backup, fazendo com que o reboot seja completo.

Com isso, pode-se dizer que Kokuhaku superou seu antecessor Ketsui, construindo e amarrando a história de forma mais coesa e trazendo boas doses de emoção e ação. O filme com certeza tocou o coração de quem acompanha Digimon desde criança, esclareceu alguns pontos, deixando ainda outros em aberto para suas continuações. No geral, a película demora um pouco a engrenar, mas entretém aqueles que vêm tem acompanhando até aqui.

Digimon Adventure tri. – Kokuhaku está disponível em cinco partes no Crunchyroll, que é aberto ao Brasil. A continuação se chamará Sōshitsu (Perda), e será exibida em fevereiro de 2017.

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Digimon Adventure tri. – Kokuhaku
Japão, 2015 – 105 min
Animação | Aventura/Fantasia

Direção:
Keitarō Motonaga
Roteiro:
Yūko Kakihara
Elenco:
Natsuki Hanae, Chika Sakamoto, Yoshimasa Hosoya, Mayumi Yamaguchi, Suzuko Mimori, Atori Shigematsu, Mutsumi Tamura, Takahiro Sakurai, Hitomi Yoshida, Kinoko Yamada, Junya Ikeda, Junko Takeuchi, Junya Enoki, Miwa Matsumoto, Mao Ichimichi, Yuka Tokumitsu, Miho Arakawa, Yukiko Morishita, Yūko Kaida, Daisuke Namikawa

4 STARS

https://www.youtube.com/watch?v=pcWDbue_mYs

Por Paulo Henrique Testoni

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