‘Pequeno Segredo’ é o filme brasileiro escolhido a disputar uma vaga no Oscar

O favorito Aquarius, do diretor Kleber Mendonça Filho, ficou de fora da disputa à maior premiação do cinema mundial.

Pequeno Segredo, do diretor David Schurmann, irá representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2017. O anúncio foi feito no início da tarde desta segunda-feira (12), na Cinemateca, em São Paulo.

O longa-metragem, baseado no livro homônimo, de Heloisa Schurmann, conta a história de uma órfã e três mulheres conectadas por um segredo, abrangendo os Schurmann, a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro.

O filme, que deve estrear nos cinemas brasileiros somente no dia 10 de novembro, conta com Júlia Lemmertz, Marcello Antony e Maria Flor no elenco.

A última vez que um longa brasileiro foi indicado à categoria foi em 1999, quando Central do Brasil, do diretor Walter Salles, recebeu duas nomeações — melhor filme estrangeiro e melhor atriz. No ano passado, o país conquistou uma indicação inédita à categoria de melhor animação com o longa O Menino e o Mundo.

A lista final com os cinco filmes indicados à categoria será divulgada no dia 24 de janeiro de 2017, quando acontece o anúncio de todos os indicados ao Oscar. A maior premiação do cinema mundial acontece no dia 26 de fevereiro.

Com a escolha de Pequeno Segredo, a polêmica envolvendo o longa Aquarius deve retornar. Aclamado pela crítica internacional e nacional, o filme foi destaque no Festival de Cannes, e também chamou a atenção da imprensa no mundo todo por conta de protestos do seu diretor, Kleber Mendonça Filho, e seu elenco, se opondo ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, acusando a manobra política de ser um golpe e criticando o atual presidente não-eleito Michel Temer.

A seleção do filme brasileiro à concorrer ao Oscar é realizada por uma comissão montada pelo Ministério da Cultura. Apesar de o ministro Marcelo Calero ter dito que tinha confiança na “isenção e na capacidade” dos participantes da comissão, a polêmica não deve morrer aí. Entre os nove integrantes, houve a participação do crítico Marcos Petrucelli, que criticou publicamente os protestos feitos pelo diretor de Aquarius em Cannes.

Em meio aos protestos e controvérsias, a atriz Ingra Liberato e o cineasta Guilherme Fiúza Zenha deixaram o comitê, e os diretores Anna Muylaert (Mãe Só Há Uma), Gabriel Mascaro (Boi Neon) e Aly Muritiba (Para Minha Amada Morta) deixaram de inscrever suas obras para dar apoio ao filme de Kleber.

Fizeram parte da comissão Adriana Scorzelli Rattes, Luiz Alberto Rodrigues, George Torquato Firmeza, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello, Sylvia Regina Bahiense Naves, Carla Camurati e Bruno Barreto.

Por Rodrigo Ramos

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