Apesar do incremento, dos 100 filmes de maior arrecadação nos EUA, apenas 22% dos protagonistas eram do sexo feminino
Em 2015, as mulheres tiveram um tratamento ligeiramente melhor na telona, com um aumento de 10% de protagonistas femininas nos filmes de maior sucesso do ano, mas ainda é pouco comparado com os homens, que detêm a maioria dos papeis em Hollywood.
O dado vem de uma análise feita pela Dra. Martha M. Lauzen, diretora executiva do Center for the Study of Women in Television and Film at San Diego Stat University. Ela compilou 2,5 mil personagens que aparecem nos 100 filmes de maior bilheteria de 2015 nos Estados Unidos, excluindo os longas-metragens de língua-estrangeira.
No ano em questão, as mulheres foram protagonistas em 22% dos 100 filmes de maior arrecadação nos EUA, o que resultou no aumento de 10% em comparação a 2014, um dos piores anos na história recente em termos de caracterização feminina no cinema segundo o levantamento. Apesar do incremento, o número ainda é crítico, pois as mulheres ainda representam pouco mais de 1/5 dos papeis principais nas telonas.
De acordo com a análise, as protagonistas são definidas como tal se a narrativa é do ponto de vista das personagens e não dos homens. Longas-metragens como o último Jogos Vorazes, estrelado por Jennifer Lawrence, as comédias A Espiã Que Sabia Demais, Descompensada e A Escolha Perfeita 2 (este com elenco composto em sua totalidade por mulheres) são exemplos disso. Sucessos de crítica como Mad Max: Estrada da Fúria e sua Furiosa (Charlize Theron) e Star Wars: O Despertar da Força e sua Rey (Daisy Ridley) também ajudaram a destacar o sexo feminino nos cinemas.
O ano passado também apresentou um aumento de 6% em relação a 2002, o ano que mais teve protagonistas mulheres na história recente, quando o estudo iniciou.
Em uma análise em especial, feita pela primeira vez desde que o levantamento iniciou há 14 anos, também foi pesquisado o sexo do principal antagonista. Ao todo, 18% dos antagonistas eram mulheres.
Dos 2,5 mil personagens analisados, 34% deles tratavam-se de personagens femininas com falas, um pequeno aumento em relação a 2014, mas que reafirma a falta de espaço das mulheres em cena, já que apenas 1/3 dos personagens totais com falas não são homens.
Em termos de diversidade, as mulheres caucasianas ainda são as que mais aparecem na tela. Das protagonistas femininas dos filmes analisados, apenas 27% eram negras, latinas, asiáticas ou de outra raça ou etnia.
Enquanto isso, dentre todas as personagens femininas, sendo protagonistas ou não, apenas 13% delas eram eram negras, um incremento de 2% em relação a 2014.
Mulheres com mais de 50 anos também possuem uma pequena fatia de participação nas maiores bilheterias estadunidenses. Elas representaram apenas 9% das mulheres protagonistas, enquanto do lado dos homens, os acima de 50 anos possuem 17% dos papeis de protagonismo.
Dos filmes com direção de pessoas do sexo feminino, 40% das personagens com falas eram femininas e 50% das protagonistas eram mulheres, enquanto nos filmes dirigidos por homens apenas 30% dos papeis com falas pertenciam às mulheres e 13% deles traziam uma mulher como protagonista.
Com informações dos sites The Hollywood Reporter e The Wrap.