Melhores Games de 2015

Metal Gear Solid V, Super Mario Maker, Fallout 4, Rise of Tomb Raider e The Witcher 3 estão entre os destaques do ano

Há muito tempo os jogos perderam o sentido de apenas um passatempo, tornando-se entretenimento de qualidade, buscando novas aspirações, principalmente no mundo cinematográfico. Conforme as tecnologias foram se renovando, a indústria dos games foi evoluindo e trazendo para nós consumidores produtos de altíssima qualidade. Para dar certo, os jogos precisam estar cada vez mais aprimorados em termos estéticos, narrativos e interativos, mas tendo como principal alicerce a criatividade. Por respeitarem essa nova direção da indústria, 10 jogos foram eleitos pelo júri do Previamente como os melhores games lançados no ano que passou. Conheça-os abaixo.

10. Super Mario Maker

Eu sou da velha guarda (ou nem tanto assim) dos videogames e um dos primeiros jogos que tive oportunidade de jogar na vida foi Super Mario Bros e, posteriormente, Super Mario All Star, que trazia quatro dos games mais antigos da franquia da Nintendo. Mario e Luigi fizeram parte da minha infância e certamente é um presente para os fãs do universo receberem Super Mario Maker. Apesar de os jogos para Wii U não terem tanta relevância para os gamers em geral, este certamente se prova obrigatório. O game te dá todas as ferramentas e todos os elementos presentes na história da franquia para que o jogador crie suas próprias fases e possa jogá-las. É possível fazer combinações de elementos e dar vida a algo jamais visto antes nos jogos do Super Mario, como também é possível disponibilizar suas fases para jogadores do mundo inteiro jogarem também. É um show de nostalgia e diversão.

Disponível para Wii U.

Super Mario Maker

9. Undertale

Lançado em setembro do ano passado, Undertale virou um fenômeno dos indie games. Seu criador, Toby Fox, já era conhecido por fazer música para internet e hacks de Mother, do Nintendinho. O jogo, a princípio, se assemelha a um RPG de plataforma dos anos 90, porém ele esconde diversas surpresas. Além da linguagem com piadas e elementos extremamente atrativos ao público gamer mais antigo, Undertale faz uma releitura interessante ao mudar detalhes tido como certos em RPGs, como a venda dos próprios itens em lojas. A característica mais importante e diferencial do jogo é o modo como se tratam os oponentes. Enquanto nos RPGs comuns o normal é sair derrotando os oponentes, em Undertale você tem a opção de fazer amizade com eles e, portanto, poupá-los. Ao vencer um inimigo, o jogo trata como se fosse a morte dele. E o melhor disso tudo: quem escolhe o que fazer com eles é o jogador. Dependendo de quantos oponentes o protagonista matar ou poupar, o jogo tem um desenrolar e, consequentemente, também um final diferente. Com isso, Toby Fox induz os jogadores a jogar mais de uma vez pra verem o que acontece.

Disponível para PC.

Undertale

8. Resident Evil: Revelations 2

Resident Evil: Revelations 2 não é uma sequência direta do primeiro jogo da série Revelations. A parte mais legal do game é que você volta a jogar com Claire Redfield e Barry Burton, personagens dos jogos anteriores. O jogo conta com quatro capítulos da história principal, além de capítulos extras e o modo Raid. Cada capítulo principal é basicamente dividido em dois. Na primeira parte você jogar com Clair e Moira (filha de Barry Burton) e na segunda parte com Barry e Natalia (personagem inédita e que conta com um capítulo extra só dela). O legal é que em ambas as partes o game acontece no mesmo mapa, com diferença de seis meses entre os acontecimentos e contendo partes à serem exploradas especificamente por cada dupla. Além de trazer de volta um pouco desse clima de terror que já era a marca registrada de Resident Evil, a Capcom conseguiu impactar com um ótimo enredo, envolvente, impactante, cheio de reviravoltas e com amplitude suficiente para ser muito bem explorado nas próximas gerações do jogo. RER2 também conta com os episódios em forma de série, quando você consegue ver um resumo do capítulo anterior e uma prévia do que irá acontecer em seguida, estilo de jogo que tem feito muito sucesso nos dias de hoje, como podemos observar com Wolf Among Us e The Walking Dead. Apesar dele pecar em alguns quesitos, como por exemplo o fato de a interação com o cenário ser praticamente nula, o game é daqueles em que é praticamente impossível parar de jogar enquanto você não conseguir resolver todos os quebra-cabeças e ver o desenrolar completo da história.

Disponível para PC, PS4, PS3, PlayStation Vita, Xbox One e Xbox 360.

Resident Evil Revelations 2

7. Her Story

Her Story é um verdadeiro achado. Desenvolvido e lançado de forma independente por Sam Barlow, o jogo conta a história de Hannah Smith, que passa por sete entrevistas em 1994 por conta do desaparecimento de Simon Smith, seu marido. O game interativo é um tanto quanto simples, porém brilhante nesta simplicidade: o jogador está diante do computador da polícia e consegue ver trechos dos depoimentos, divididos em vários vídeos. Para fazer isso, no entanto, o jogador precisa colocar palavras-chave no diretório de busca – porém, só é possível ver os cinco primeiros vídeos de cada termo. Ou seja, o jogador precisa exercitar seu vocabulário (em inglês), prestar atenção nos depoimentos e colocar pra funcionar seu lado detetive. Quando se inicia a investigação, é impossível deixar o game de lado para fazer qualquer outra atividade. Surpreendente do começo ao fim, Her Story se prova um dos games mais inesperados e criativos do ano. Vale ressaltar a ótima performance de Viva Seifert, a atriz que interpreta a protagonista do game.

Disponível para PC e iOS.

Her Story

6. Bloodborne

É inegável que o famoso Dark Souls reviveu um tipo de jogo que há muito tempo os gamers ávidos clamavam: os jogos realmente, REALMENTE difíceis.

Bloodborne, exclusivo de PS4, não é nada mais nada menos que um sucessor espiritual da série. A diferença, aqui, além de gráficos superiores, um design ainda mais esplendoroso e um protagonista muito mais descolado, é que você enfrentará mais inimigos, com uma maior variedade de armas e mecânicas mais avançadas. Aqui, a dificuldade continua sendo uma característica marcante.

Quem finalizou algum título de Dark Souls sabe a gratificação de ter superado todos seus desafios. Dessa vez não é diferente. Bloodborne é uma ótima escolha para aqueles que adoram desafios, com inimigos e vilões empolgantes e desafios recompensadores. No entanto, para quem pensa em adquirir um dos melhores títulos do último ano, fica o sério aviso: prepare-se para morrer. Bastante.

Disponível para PS4.

Bloodborne

5. Fallout 4

Dois mil e quinze foi um ano realmente promissor para os jogos da nova geração de consoles. Ao fim do ano, me encontrei em dúvida sobre qual lançamento escolher. Nunca havia jogado a série Fallout antes, então resolvi arriscar, considerando a hype dos fãs e a aparente qualidade absurda que a famosa produtora Bethesda havia injetado no jogo. Para ser sincero, eu nunca pensei que gostaria tanto de um RPG com elementos de FPS.

Fallout 4 é fenomenal em todos os seus aspectos. A história é incrível e absurdamente envolvente. Não há muito que dizer sobre seu desfecho (vamos evitar os spoilers), mas posso afirmar que, apesar de possuir finais múltiplos, é impossível não se emocionar com todos eles. O jogo é feito de uma série de escolhas e garante que você sinta todas elas na própria pele.

No mundo de Fallout 4 você escolhe quem quer ajudar, ou quem quer exterminar na maior parte da sua viagem, dando vida ao conceito de uma terra pós-apocalíptica sem lei. Me deparei com diversos grupos e gangues, simpatizando com muitos deles. Os NPCs são muito bem criados, e mesmo após 90 horas de jogo continuo avistando surpresas e personagens extremamente interessantes que ainda não havia encontrado.

O melhor jogo, em minha opinião, é o mais imersivo. Por isso Fallout se tornou minha escolha favorita de 2015. Quando eu o terminei, realmente acreditei em sua estória, seus personagens, suas personalidades e suas intenções. É um mundo completo, incansavelmente divertido, interessante, desafiador e, sobretudo, emocionante. Faço, por fim uma menção honrosa aos dubladores dos protagonistas, tanto o homem quanto a mulher, que contribuem significativamente para a experiência.

Disponível para PC, PS4 e Xbox One.

Fallout 4

4. Batman: Arkham Knight

Batman: Arkham Knight é a despedida da trilogia de games do Cavaleiro das Trevas feita pela Rocksteady. O adeus é em alto nível. Os criadores provam que uma história do personagem pode ser sombria e ainda assim ser divertida, indo além do que conseguiu a trilogia cinematográfica feita por Christopher Nolan. Em mapa aberto, Batman tem a missão principal, que é salvar o que restou de Gotham depois de um ataque tóxico do Espantalho, enquanto ainda há outras missões paralelas, mas que complementam com competência a narrativa principal. O visual continua um dos pontos altos, enquanto a adição do batmóvel, não presente nos dois antecessores, se mostra eficiente e com propósito. A narrativa traz vários personagens icônicos do morcego, faz referências às histórias em quadrinhos, apresenta decisões corajosas, além de um bocado de reviravoltas.

Disponível para PC, PS4, Xbox One.

Batman Arkham Knight

3. Rise of Tomb Raider

A sequência do mais recente reboot de Tomb Raider chegou ao mercado juntamente com Fallout 4, carregando a exclusividade temporária para o console Xbox One. Pouco se sabia sobre o desenvolvimento narrativo da continuação, vez que o primeiro capítulo apresentou o “nascimento” de Lara como uma aventureira e guerreira implacável, mas logo nas primeiras horas de jogo se torna perceptível que Rise of the Tomb Raider foi concebido como o próximo momento da heroína, com menos choro e maior poder de decisão. Essa pequena mudança tem reflexos diretos na gameplay, que sofreu poucas alterações se comparado ao seu antecessor, isso em todos os aspectos. No entanto, ainda que pouco inovador, a aventura é ainda mais bela graficamente e repleta de momento de tensão, que a fazem indispensável para fãs da série e de ação em geral. A nova história de Lara Croft deu um passo tímido, mas ainda assim primoroso para o que pode ser uma das grandes franquias dessa geração.

Disponível para PC, Xbox One, Xbox 360. Lançamento previsto para PS4 em novembro de 2016.

Rise of Tomb Raider

2. The Witcher 3: Wild Hunt

Considerado o mais promissor dos lançamentos de 2015, The Witcher 3: Wild Hunt, game de RPG baseado em uma série de livros do escritor polonês Andrzej Sapkowski, fez jus ao hype enorme que recebeu. A obra da empresa também polonesa CD Projekt conta com um mapa gigante (sendo inclusive maior que de alguns países reais), inúmeras possibilidades de exploração e missões paralelas que influenciam diretamente na história principal do jogo, além de uma trama bem encaixada que honra a saga por completo. O título de game do ano veio merecidamente no VGA, não só por tudo que se apresenta dentro do jogo, mas também pelo respeito demonstrado pela sua criadora (também premiada) para com os fãs. A mídia física oferece adesivos, manuais e um mapa caprichado do jogo, as DLC’s são bem trabalhadas e valem a pena cada segundo. Todo detalhe se mostrou importante para enfrentar um ano com lançamentos de franquias consagradas como Tomb Raider, Metal Gear e Fallout. Infelizmente a aventura de Geralt atingiu essa proporção somente em seu desfecho, o que acaba tornando esse episódio ainda mais memorável.

Disponível para PC, PS4 e Xbox One.

The Witcher 3

1. Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

Confesso que não acompanhava a saga Metal Gear Solid em consoles prévios ao Xbox One. Mesmo sendo uma continuação, a experiência não perde seu sentido para aqueles que nunca jogaram um game da franquia.

O jogo teve vários problemas ao longo de sua produção, com direito a atrasos, orçamento mais inchado do que o previsto pela Konami (ao todo, foram mais de US$ 80 milhões), sem contar a demissão de Hideo Kojima, diretor e idealizador do projeto, do estúdio anunciada antes mesmo do lançamento de MGSV. Porém, apesar dos pesares, o resultado é fantástico.

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain se passa na década de 1980 no Afeganistão e em Zaire – e é o que me limito a dizer sobre a trama. A produção tem uma narrativa dividida em vários capítulos, como se fosse uma série de TV. Dos games lançados nos últimos anos, certamente é o que mais se destaca em termos narrativos e visuais (Kojima nunca escondeu seu amor pelo cinema em suas obras) do gênero de assalto e estratégia. A grande jogada é fazer com que o jogador possa escolher quais caminhos trilhar, em mapa aberto. Existem missões paralelas e as “obrigatórias”, porém cabe ao jogador definir como fará para resolver as situações. Exemplo: se ele precisa resgatar alguém, ele pode fazê-lo de maneira furtiva ou simplesmente sair correndo e atirando em todo mundo. Não há um modo certo e outro errado. É o livre arbítrio no mundo dos games e o principal blockbuster do ano – felizmente, com conteúdo de sobra.

Disponível para Xbox One, PC, PlayStation 4. PlayStation 3, Xbox 360.

Metal Gear Solid V - The Phantom Pain

Fizeram parte desta eleição:
Rodrigo Ramos, João Marcelino, Bruna Brehmer, Matheus Tillmann, Túlio Alvarenga, Tiago Jepy M. Pereira, Antônio Ricardo Grubert Bodur e Pedro Teixeira. Foi utilizado também o site Metacritic como referência na votação.

Por Rodrigo Ramos, Matheus Tillmann, João Marcelino, Paulo Henrique Testoni & Bruna Brehmer

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