Todos os filmes da franquia Missão: Impossível, revistos e avaliados

Comentamos as missões impossíveis de Tom Cruise na pele do agente Ethan Hunt

Nesta quinta-feira (26), estreia nos cinemas brasileiros Missão: Impossível – Efeito Fallout (Mission: Impossible – Fallout), sexto filme da franquia M:I, estrelada por Tom Cruise. Aproveitando a chegada do longa-metragem em solo nacional, o Previamente reviu as cinco películas anteriores e as avaliou a partir de cinco critérios: qual é a missão impossível, nível de impossibilidade, qual é a cena mais impossível de ser realizada, se o vilão é bom, e quantas vezes os personagens tiram uma máscara. Além disso, demos também um breve respaldo crítico sobre cada uma delas. Confira abaixo nossas impressões das missões suicidas de Ethan Hunt e companhia.

Missão: Impossível (Mission: Impossible, 1996)

Direção: Brian de Palma
Elenco: Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Beart, Henry Czerny, Jean Reno, Ving Rhames, Kristin Scott-Thomas, Vanessa Redgrave

Qual a missão impossível?
Invadir a CIA e roubar informações do banco de dados para vendê-las e, em troca, achar quem é o agente duplo.

Nível de impossibilidade:
Alto.

Qual a cena mais impossível de ser realizada?
Apesar daquela cena em que Tom Cruise fica pendurado por um cabo dentro da sala onde fica o banco de dados, diria que a cena mais impossível de todas é aquela do trem e o helicóptero (mas temos certeza aqui na redação que esta foi feita em estúdio e não de fato em um trem e com um helicóptero de verdade).

O vilão é bom?
Apesar de ser Jon Voight, não. Vanessa Redgrave, a vilã intermediária, é mais interessante do que o agente duplo vivido pelo pai de Angelina Jolie, que é derrotado facilmente após a descoberta de Hunt. Lame!

Quantas vezes tiram máscara?
4.

O longa-metragem traz Tom Cruise com carinha de novinho, coadjuvantes de luxo, muita duplicidade entre os personagens e resgata o clima da série clássica ao mesmo tempo em que se renova para o cinema. É divertido, cheio de adrenalina e envolvente, ainda que um tanto previsível.

Missão Impossível 1996

Missão: Impossível 2 (Mission: Impossible 2, 2000)

Direção: John Woo
Elenco: Tom Cruise, Dougray Scott, Thandie Newton, Richard Roxburgh, John Polson, Brendan Gleeson, Radé Sherbedgia, Ving Rhames, Anthony Hopkins

Qual a missão impossível?
Infiltrar uma ladra, fazendo com que ela volte a ter uma relação amorosa com o vilão do filme. E, com isso, impedir que ele coloque as mãos em Quimera, um vírus mortal. Mas é claro, não antes sem ter que invadir uma propriedade privada pendurado por um cabo.

Nível de impossibilidade:
Médio.

Qual a cena mais impossível de ser realizada?
A cena de abertura, com Ethan escalando o Dead Horse Point, em Utah.

O vilão é bom?
Não. Ele é só um daqueles machões a la mafiosos que, na verdade, não botam medo em ninguém e nem de perto em Ethan Hunt.

Quantas vezes tiram máscara?
4.

Esta sequência pode entrar na lista das piores continuações do cinema. Com uma potencial franquia nas mãos, a Paramount, pelas mãos de John Woo, fez um filme que joga fora todas as qualidades do anterior, apostando em câmeras lentas, frases clichês, misoginia, personagens ruins, ação genérica e um Tom Cruise canastrão. Cinema de extremo mau gosto.

Missão Impossível 2 2000

Missão: Impossível 3 (Mission: Impossible 3, 2006)

Direção: J.J. Abrams
Elenco: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Ving Rhames, Billy Crudup, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys Meyers, Keri Russell, Maggie Q, Laurence Fishburne, Simon Pegg

Qual a missão impossível?
Invadir o Vaticano, burlar seu sistema de alta segurança e sequestrar um dos traficantes de armas mais perigosos da Terra, aparentemente. Além de conseguir o tal “pé do coelho”, uma arma secreta de grande poder de destruição. Ah, e enganar também a própria agência de inteligência (sim, mais uma vez).

Nível de impossibilidade:
Altíssimo.

Qual a cena mais impossível de ser realizada?
Pular de um prédio pra outro em Shangai, deslizando no topo de um deles e ainda adentrar e roubar o “pé de coelho”. Tom Cruise tem coragi.

O vilão é bom?
Sim! Philip Seymour Hoffman dá medo. Seu antagonista é ameaçador, tenso e louco. Perfeito no papel.

Quantas vezes tiram máscara?
1.

Depois do péssimo M:I II, J.J. Abrams pegou a franquia, trouxe os bons elementos do primeiro e aprimorou, dando mais tridimensionalidade aos personagens, não sendo apenas um longa cheio de cenas de ação alucinantes, mas também dando significado e motivação para as figuras em cena. A película é engraçada, tensa, com sequências de ação bem executadas, além de ter o melhor vilão da franquia, com Philip Seymour Hoffman entregando o máximo de sua atuação.

Missão Impossível 3 2006

Missão: Impossível – Protocolo Fantasma (Mission: Impossible – Ghost Protocol, 2011)

Direção: Brad Bird
Elenco: Tom Cruise, Jeremy Reener, Simon Pegg, Paula Patton

Qual a missão impossível?
Impedir um ataque nuclear de um extremista russo, que antes de fazê-lo precisa obter os códigos para tal, dos quais devem ser interceptados pela equipe de Ethan Hunt.

Nível de impossibilidade:
Alto.

Qual a cena mais impossível de ser realizada?
Escalar o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai – chama a atenção o fato de o próprio Cruise ter protagonizado as cenas e não um dublê. Ele é insano, não há dúvidas.

O vilão é bom?
Não. O elenco todo não decepciona, mas o vilão passa longe de causar o temor que Philip Seymour Hoffman conseguia. De tão insignificante que é o antagonista, o nome do ator sequer aparece nos créditos do pôster. Assim como nos filmes da Marvel, o longa é bom independente do vilão ruim.

Quantas vezes tiram máscara?
2, se próteses contam. Senão, 1.

Brad Bird assume a franquia para aumentar a escala das cenas de ação, trazer mais carga dramática para Ethan Hunt, criar uma trama elaborada e adicionar novos personagens à equipe do protagonista, todos eles críveis o suficiente. O antagonista fraco não chega a ferir o longa, que é divertido e insano na medida certa. Um blockbuster que não fere a inteligência e que entretém com esmero.

Missão: Impossível – Nação Secreta (Mission: Impossible – Rogue Nation, 2015)

Direção: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Ving Rhames, Sean Harris, Alec Baldwin

Qual a missão impossível?
Erradicar o Sindicato, uma organização internacional secreta altamente treinada, como o próprio Ethan Hunt, e que tem como objetivo destruir o IMF.

Nível de impossibilidade:
Alto.

Qual a cena mais impossível de ser realizada?
Acredito que haja um empate técnico aqui. A cena inicial de Tom Cruise, pendurado do lado de fora de um avião, é bem impossível — ainda que o ator estivesse lá mesmo enquanto a aeronave pegava voo, mesmo com cabos. Tão impossível quanto é o momento em que Ethan Hunt precisa se atirar em um tanque de água, precisando se movimentar, durante três minutos, sem uma fonte de oxigênio, ou seja, predendo a respiração. O limite do ser humano para isso varia muito, mas a média, com movimentação, gira em torno de três minutos. Sem oxigênio, os neurônios vão morrendo — nunca se recuperando da lesão. O coração pode sofrer lesões e infartos. Stig Severinsen é o recordista do Guiness Book, conseguindo passar 22 minutos abaixo d’água, porém sem os esforços que Ethan Hunt precisa ter na sequência.

O vilão é bom?
Apesar de, em tese, Lane (interpretado por Sean Harris) ser muito poderoso, ele não chega a ser ameaçador do jeito que ele pensa que é. A escalação de elenco poderia ter sido melhor aqui.

Quantas vezes tiram máscara?
2, se uma sequência de planejamento do esquema contar. Se for de fato dentro da narrativa, apenas 1.

Ao assumir a franquia, Christopher McQuarrie não deixa a peteca cair e mantém o nível acima da média da saga, que ganhou sobrevida a partir de M:I III. Ainda que a trama seja mais preguiçosa e soe um pouco repetitiva dentro do próprio cânone, as cenas de ação, o humor, o acréscimo de Rebecca Ferguson e as loucuras de Tom Cruise valem empenho.

Publicado originalmente em 12 de agosto de 2015. Atualizado em 24 de julho de 2018.

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