Previamente Entrevista: Kim Archetti

Comediante catarinense conta sobre sua formação, dá dicas para quem quer entrar no mundo do stand-up e ainda fala sobre sua participação no novo filme de seu amigo Fábio Porchat

Conheci o Kim entrevistando-o no programa Transmissão, aonde trabalho. Com um jeito peculiar de ver comédia e misturando auto-ajuda em seus shows, o comediante Antônio Kim, seu nome de batismo, despertou minha curiosidade.

Nascido em Dionísio Cerqueira, interior de Santa Catarina, passou sua infância e adolescência em Balneário Camboriú. Ele é ator, improvisador e amigo de Fábio Porchat.

Confira abaixo nossa entrevista com o comediante e acesse seu site www.kimarchetti.com para saber mais sobre ele.

Não é fácil viver da comédia aqui em Santa Catarina. Como você entrou no stand-up?
Kim Archetti: Então, eu fui daqui de BC para o Rio de Janeiro estudar TV, teatro e cinema, em 2002. Lá eu fiz teatro na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e lá na minha turma, que é um curso tradicional do Rio de Janeiro, tinha nada mais nada menos que Fábio Porchat e Paulo Gustavo, talvez os dois maiores comediantes do Brasil da atualidade. Então aí que eu comecei a aprender a fazer stand-up, pegar o timing de comédia com eles. Cara, fazer comédia hoje é maravilhoso, tem muito campo. O stand-up hoje tá só começando no Brasil, tem 10 anos que o Fábio, o Rafinha e seus respectivos grupos começaram a trabalhar esse stand-up mais puro e mais americano. Nos Estados Unidos, existe a mais ou menos uns 70 anos e lá ele é utilizado muito mais como um meio de comunicação do que uma coisa só pra comediante. Lá todo mundo faz stand-up, o Obama faz stand-up. Se pegar o discurso dele, ele tá colocando em trechos técnicas de stand-up, como quando ele fala das orelhas dele ou de um clube de basquete americano.

Lá as pessoas aprenderam que não é só pra comediante, porque ele é uma coisa que destrava muitas vezes um medo que você tem de falar em público, por ser muito feio. Então você começa a brincar com isso por você ser gordinho ou  ser uma loira muito gostosona. Essa informação ela já tem, se você inverter isso com a técnica de stand-up, você ganha o riso e ganha o público por mais tempo. O stand-up é muito amplo, a gente vai ver muita gente nova surgindo e tem muito campo. Agora estou fazendo shows corporativos, que misturam stand-up com motivação e técnica de venda e fazer uma apresentação na empresa. E isso vai estar cada vez mais forte.

Uma dica pras pessoas que querem começar a fazer stand-up?
KA: Nem todo comediante precisa fazer teatro. Claro que você precisa ter técnica de palco e escrita, como lidar com a platéia, porque é a sua vida e as suas histórias que você tá contando. É uma coisa muito particular. Minha dica é muito simples. Esse ano eu vou lançar um curso meu, “Comunicador Ninja”, que eu vou ajudar quem tem medo de falar em público, usando as técnicas do stand-up e outras técnicas e quem também quer melhorar no stand-up. É pra você virar um grande comunicador e aprender a lidar com o público. O curso vai ser on-line, então você vai ter dividido em sete módulos, você vai trabalhar vários pontos pra ficar seguro e fazer uma apresentação.

Paraná tem o Diogo Portugal, Rio Grande do Sul tem o Rafinha Bastos e o Guri de Uruguaiana. O que falta pra SC revelar um grande nome?
KA: Cara, não sei, porque o Diogo é um cara louco né? Diogo é um empreendedor. O humorista tem que entender que ele não pode ser só humorista. Ele tem que entender que o humorista tem que ser também produtor,  empreendedor, marketeiro… Se ele não tiver isso, ele vai ter que achar alguém pra fazer isso. Então muitas vezes o cara tem talento, mas ele não sabe produzir, então ele não tem show, então assim, eu tenho talento e quero fazer, então aprende a produzir. Vai atrás, fecha circuitos na sua região, porque uma coisa é certa, todo mundo gosta de rir. Se você tem público e tem humoristas, falta você fazer a coisa acontecer. Produzir e empreender, as pessoas no Brasil estão empreendendo cada vez mais, então assim, o que falta pra essa região ter mais comediantes e um circuito maior é criar e bater na porta das empresas.

Você diz que vai gravar um trecho do seu dvd em cada lugar. Como você fará isso?
KA: Vai ser uma loucura, porque assim, você pega o dvd da galera hoje, é aquele show, que todo mundo já viu. Vou fazer um negócio diferente, um negócio mais vivo que possa contar história do lugar que eu tô. Tô aqui em Balneário, vou começar aqui. Vou colocar coisas do meu show, vai ter uma camêra também, que eu vou brincar com a platéia. O grande lance é antes. Eu vou sair na rua com o meu iPhone, parar as pessoas e perguntar coisas sobre a cidade e eu vou descobrir quem são as pessoas e o que é engraçado em cada lugar. Provavelmente nessas entrevistas que eu vou pedir as coisas pras pessoas eu vou fazer piada no palco no dia. Então tudo que eu achar muito bom vai pro dvd, o que eu achar mais ou menos ou que não se encaixa vai pro meu canal no YouTube.

Conte um pouco do filme que você vai fazer com o Fábio Porchat.
KA: Surgiu pela amizade né? Muitos anos amigo do Fábio. Eu vim pra cá com ele ano passado e aí ele me disse que queria fazer o filme Entre Abelhas no qual lá atrás, há sete anos, eu participei da produção do filme, mas ele não foi pra frente. Eu faço um papel bem pequeno, mas é maior que o do Rodrigo Santoro em As Panteras Detonando. Estreia agora em março e é um filme bem diferente, porque é o Fábio fazendo drama.

Agora é Tarde ou The Noite?
KA: Olha, o humor é muito legal, por que ele é muito pessoal. “Não gostei daquele humorista, gostei daquele outro”. Tem público pra tudo, e tem gente que não se gosta e só crítica, que são os “haters”, e não sabem o que elas gostam. Se tivesse algo que elas gostassem, elas estariam promovendo isso e não criticando.

Por Dinho de Oliveira

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