Mission: Impossible – Ghost Protocol
EUA / Emirados Árabes, 2011 – 133 min
Ação
Direção:
Brad Bird
Roteiro:
Josh Appelbaum, André Nemec
Elenco:
Tom Cruise, Jeremy Renner, Simong Pegg, Paula Patton
O ano já estava quase terminando quando Tom Cruise, próximo dos 50 anos, resolveu retornar a um de seus papéis mais marcantes do cinema e que fez boa parte da fama dele. Missão: Impossível é baseado em uma série de 1966 e contava com atores como Peter Gravers, Martin Landau, Leonard Nimoy e Sam Elliot. Em 1996, o mestre por trás de Scarface e Os Intocáveis, Brian De Palma, resolveu transportar para o cinema as missões impossíveis, aqui, lideradas por Ethan Hunt (Tom Cruise). A música tema (composta pelo argentino Lalo Schifrin), muita ação e cenas de tirar o fôlego marcaram a primeira missão de Cruise como o agente. Em 2000, a segunda parte deixou a desejar no comando de John Who. Já em 2006, o criador de Lost, J.J. Abrams, debutou na cadeira de diretor de cinema e criou o mais eletrizante, bem escrito e atuado longa-metragem da série.
Brad Bird pode não ser craque em criar filmes cheios de adrenalina ou em dirigir pessoas, mas é tão estreante quanto fora Abrams. Diretor das animações O Gigante de Ferro, Os Incríveis e Ratatouille, ele já mostrou ser craque em mesclar um bom tom cômico com sentimentos críveis. Essa experiência que adquiriu ao passar dos anos, ele consegue investir nesta película de ação.
A trama se passa algum tempo depois do terceiro filme. Algumas situações do longa de Abrams são citadas, como a mulher de Ethan, mas ela não aparece em cena, por exemplo. O IMF está sendo fechado após uma catastrofe na Rússia onde a agência acaba ficando com a culpa injustamente. Para descobrir quem está por trás disso e punir quem for preciso, Ethan Hunt está novamente no pedaço junto com novos coleguinhas, mas agora não é ele quem escolhe sua equipe; ela é escolhida pelo destino e pelo caminho que percorrem e acabam tendo de se juntar para resolver a equação.
O roteiro não é brilhante e os diálogos não são tão inspirados e pesados quanto os de M:I III, mas Bird consegue trabalhar esta nova missão cinematográfica com muita competência. Logo na cena de entrada, ele já mostra que a comédia está na veia deste trabalho, mas não deixa o quesito ação de lado. A adrenalina e a engenhosidade deste início ditam o tom eletrizante que a película irá nos proporcionar ao longo de suas quase duas horas de exibição.
Do lado engraçadinho da turma, está Simon Pegg, repetindo o papel de Benji Dunn que interpretou no capítulo anterior da franquia. Enquanto isso, Paula Patton e Jeremy Renner estreiam nela e muito bem. Renner acha o equilíbrio para seu personagem que é mais importante do que parece inicialmente. Tom Cruise mostra um preparo físico invejável, além de uma disposição incrível. Em apenas duas cenas ele deixou que usassem um dublê. É ele que escala o maior prédio do mundo, por exemplo.
Apesar de não ser uma obra cabeça, Missão: Impossível – Protocolo Fantasma convence justamente por entregar um filme de ação digno e que honra o gênero. Existem aquelas engenhocas de sempre, até mesmo rola máscara e disfarces. As cenas de ação são espetaculares. A fuga inicial; a explosão do castelo; a escalada; a corrida no meio da tempestade de areia. São várias sequências sensacionais e belamente dirigidas por Brad Bird, que as planeja e as executa com mão cirúrgica. Tudo é cuidado nos mínimos detalhes.
O decreto final é que este M:I é tão bom quanto o seu antecessor. Um empate técnico, basicamente. Só peca por não ter um vilão como Philip Seymour Hoffman, mas daí também é covardia. Brad Bird mostra que tem tudo para emplacar ótimos filmes live action e Tom Cruise prova que ainda tem muito gás para dar, mostrando-se competente em cena e que sabe se divertir. Um dos melhores filmes de ação do ano. 2011 bem que poderia ter nos dado um pouco mais disso.